Foto: Pixabay.
O
que definir de um olhar curvo, anoitecido pelo timbre noturno da poesia
acalentadora? O que extrair de um colo que se redime pelo tempo e emparelha a
doçura fluida pelos dias comuns? O soneto de quem simplesmente ama se equaciona
e se deduz belo e límpido pela textura das manhãs. O dia reverencia os olhos
fundos de fé, o sorriso inundado de afeto, a alma que passeia na grandeza dos
pequenos momentos. Hoje é mais um dia. Necessário
crer. Porque beleza há, ainda!
Todo
dia é apenas dia. Todo momento só é um momento e nada mais. O azulado do céu
manipula as sensações, nada mais que extravagância em meio ao espetáculo da
vida, que cunha encantos dentro do peito. O valor das coisas mundanas e turvas,
se altera na medida em que vestimos o tecido da esperança e adornamos o nada
com um zelo de quem cuida. As cores saem das nossas mãos, colorindo o que se
debruça, sem cor, pelos quatro cantos. O mundo ganha tonalidades através do
nosso apelo franco em viver.
Os
desejos suprem o que retumba e desperta entre a nascente dos olhares, dos
braços que entrelaçam o calor de suas atrações. O que sentir em meio ao
deslumbre dos dias que florescem vida? Viver é deixar-se arrebatar pela
frequência de encantos que se desdobra em cada segundo que absorvemos o aroma
do ambiente. O sorriso sempre espreita encontros singulares, temperados com a
sutil bonança de quem se alimenta de paz. Amar é entender, não saber mais
responder. É quando finda o arrebatamento, o elo que sintoniza coração e
sentimentos.
O
alvorecer se fragmenta na arquitetura da alma, cingindo fé dentro de almas
desvalidas e fatigadas. O deslumbre ecoa melodias, feito trilha da nossa
elevação. Mais um dia, e o amor nasce nas particularidades, amparado sobre o
berço das nossas enlaçadas mãos.
ALEXANDRE LÚCIO FERNANDES
Natural
de Porto Velho/RO. Designer gráfico, geek e poeta. Amante do silêncio, das
coisas simples e duradouras, escreve para expressar emoções e esmiuçar as
belezas da vida. Autor dos livros "Elos no Horizonte"(Penalux, 2013)
e "Margens e Constelações" (Penalux, 2019).
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