Cê sabe
bem que é ele quem tem o controle de tudo, e não a gente. O tempo
nada mais é que um contador de sentimentos e se você quiser
apressá-lo pode ser que ele só conte suas frustrações e
angústias. Deixe que ele nos encaminhe para as boas sensações da
vida de modo natural, sem atropelos ou pedras no trajeto.
Eu também
já quis que o tempo corresse ao meu favor, aliás, quem não quer,
não é mesmo? E sei também que é um saco ter que esperar por sua
boa vontade. Não ter o controle de tudo em nossas mãos nos torna
vulneráveis, menos donos de nós mesmos, às vezes. E é aí que a
gente deixa de aproveitar o melhor que a vida nos oferece: quando não
assumimos nossas vulnerabilidades.
Ser vulnerável não é tão ruim, basta que a gente olhe pelo ângulo
correto. Pensa comigo, menina, se não fôssemos vulneráveis ao
tempo, talvez não teríamos nos conhecido. Talvez não teríamos
vivido nossos melhores momentos, nossas descobertas diárias. Somos
vulneráveis não só às coisas ruins, mas também às coisas boas,
aos bons acasos da vida.
O tempo
nem sempre nos cabe (na verdade ele raramente nos cabe). O que nos
cabe é como decidimos nos portar diante dele. Não dá pra decidir o
que vem através do tempo, mas dá pra escolher o meio pelo qual
passamos por ele.
Então,
menina, não pira no tempo e no fato da gente não ter controle sobre
ele. Leva a vida enquanto o tempo te leva. E, ao ser carregada por
ele, aprecie a paisagem a beira do caminho. E se quiser companhia, me
leva também. Aposto que a viagem a dois é menos cansativa...
Professor brasiliense, formado em letras, amante de (boa) música e de jogos. Um cara que não é um poeta, mas que se arrisca a brincar com as palavras. Nem de longe um boêmio, tampouco um insensível nato. Coleciona fotos e lembranças das viagens que já fez e planeja muitas outras. Alguém que agradece a Deus diariamente o dom da vida e a graça de ter uma família com quem pode contar.
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