O amor é brega
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Algumas vezes eu pensei em desistir. Minto muitas vezes eu desisti! Por mais que eu não tenha verbalizado, que eu não tenha tornado isso público, lá no fundo eu sabia que para mim já tinha acabado. Eu não tinha mais vontade de fazer nada, já não sentia a alegria de antes, o que me trazia calma e paz havia se tornado um fardo. Muitas vezes mais pesado do que eu podia aguentar. Por fora, quem via aquele sorriso disfarçado nunca ia imaginar o que realmente estava acontecendo. Eu ia empurrando as coisas, na verdade não queria admitir nem para mim mesma que eu havia desistido.

Desistir não é errado, não é vergonhoso, não é o mesmo que fracassar. Muitas vezes desistir é a motivação que precisamos para voltar. Voltar ainda mais motivados, com ainda mais vontade de dar o nosso melhor, de fazer as coisas acontecerem, de mudar tudo ao nosso redor, de mudar a nós mesmo.
Muitas pessoas desistem ao longo da vida de seus sonhos, mas têm vergonha de dizer isso. Têm medo de acharem que elas fracassaram, que não são boas. Falam sobre pausas, sobre dar um tempo para respirar, para repensar seus objetivos. Pois eu digo com todas as letras EU DESISTI!

Mas foi a partir do momento que eu fui capaz de admitir isso para mim mesma que eu consegui entender a importância de tudo isso na minha vida e de como ela seria se eu realmente não voltasse.
Por isso, depois de desistir eu continuo aqui.

Eu continuo aqui, porque foi aqui que eu me encontrei, que me identifiquei que conheci pessoas incríveis e me aprendi muito. Eu continuo aqui, porque depois de desistir e tirar esse tempo para mim e eu descobri que aqui é o meu lugar e não sei o que faria sem ele.

TAMARA PINHO.
Jornalista por amor (e formação), mineira, e sonhadora como uma boa pisciana. Vivo na internet, então é fácil me achar. Acredito que a escrita é libertadora e nos possibilita viver em diversos mundos ao mesmo tempo.

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►Leia ao som de Aliança, Tribalistas◄


A gente se apaixonou à primeira vista, mas resolvemos nos amar devagar. Resolvemos demorar um no outro - desde o olhar até o abraço comprido e apertado. Resolvemos não ter pressa pra criar memórias, momentos e uma rotina que fosse só nossa.

Resolvemos dar espaço pras nossas manias se acomodarem. Não no sentido ruim do comodismo, do acostumar-se simplesmente. E sim no sentido de intimidade, sabe? É como preparar um cantinho pras nossas manias se instalarem e se sentirem confortáveis na vida um do outro.

Agora você já sabe que fico sempre descalça pela casa, e eu sei que você penteia cada fio da barba antes de sair  (mesmo que seja pra ir ali na padaria!). Você já sabe que eu amo café coado em coador de pano, e eu sei que a sua parte preferida do frango é a coxa e que você não suporta suco de manga. 

Eu já sei que você é daltônico e não vê justamente as minhas cores preferidas, mas o mais engraçado é que esse é apenas um dos nossos contrastes na forma de encarar a vida. Eu amo as nossas diferenças, sabia?

Nunca imaginei que fosse achar alguém mais sonhador que eu, mas você sonha tão alto que me dá vontade de voar junto. Alguém que vê o futuro com otimismo e que me empurra pra frente. Eu aprendo muito com você, com a sua força pra provar pro mundo que consegue, e com o seu sorriso de menino.

Você tem muitas manias, mas com certeza a maior delas é me devolver o sorriso. Você me faz rir até quando estou brava, aliás, principalmente quando estou brava (e também nos ataques inesperados nas nossas guerras de cócegas).

Entre todas as minhas manias eu tenho uma em especial: pegar o celular assim que abro os olhos pela manhã, olhar sua mensagem carinhosa de bom dia, e imaginar como será bom poder acordar ao seu lado toda manhã.

Te amar é me sentir em casa, é redescobrir o meu lar toda vez que deito nos seus braços. Te amar é me amar ao mesmo tempo, é ficar feliz comigo e te ver feliz quando eu sorrio grande e espremo os olhinhos. Te amar é descoberta diária e gratidão que se renova.Obrigada por deixar eu conhecer a sua essência e me apaixonar por ela. Obrigada por me amar de volta. Obrigada por me amar simplesmente. 



SUÉLEN EMERICK.
24 anos. Brasiliense que vê poesia no cinza do concreto. Jornalista que escreve por/com amor. Uso vírgulas e crases imaginárias pra contar histórias, e o coração pra vivê-las.


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​É saudade quando você sente o cheiro do café com creme logo pela manhã ou o cheiro de lavanda dela quando encosta a cabeça no travesseiro a noite. É saudade quando tu come um sanduíche no Burguer King e lembra de como ela gostava de tirar as verduras e colocar no teu. É saudade quando tu vai dormir e sente um vazio na cama, porque aquele era o lugar que a guria deveria estar.

É saudade quando tu liga o celular e não tem nenhuma mensagem te desejando bom dia, apenas a da operadora dizendo que seus créditos expiram em 5 dias. É saudade quando tu vê um comercial na tv e já se sente nostálgico porque na TPM a tua menina costumava chorar até com comercial de margarina.

É saudade quando tu pega a roupa na lavandeiria e vê que ficou uma blusa dela entre tuas camisas. É saudade quando tu liga a netflix e aparece nos recomendados a série que tu sempre assistia com ela durante o jantar. É saudade que bate toda noite à tua porta porque tua cabeça não desliga um minuto e teu coração palpita só de lembrar daqueles olhos castanhos que descobriam todo o teu interior.

É saudade porquê tu sente falta dela.

Já parou pra pensar, que se tu não a tivesse deixado ir, não seria saudade? Se tu tivesse mandado uma mensagem falando: desculpa, sinto falta de ti - teria feito toda a diferença? Pois é, mas você preferiu ficar jogado na cama, olhando aleatoriamente o Instagram, sem ter nada realmente para ver, ao invés de ir atrás de quem te fazia feliz. Agora, toda vez que tu vê uma foto dela, bate o sentimentozinho de culpa e aquela que te mata todo dia – a saudade - .

Vê se para de apenas sentir saudade e vai atrás, o tempo tá passando e o mundo é outro. As pessoas vão atrás de quem ama. Deixa esse orgulho de lado, ele só vai te fazer se sentir pior ao ver os inúmeros comentários na foto dela. Manda mensagem, diz que sente falta, mas não seja um babaca. Expressa teus sentimentos, mesmo que eles sejam enrolados. Não deixa ela ir de vez, pois se ela for, não cogite ir atrás; afinal, a vida não é filme de romance que as pessoas esperam uma pela outra o resto da vida. Como eu disse, o tempo passa e o mundo se transforma, esquece as opiniões e vai atrás de quem te faz feliz.

LAYLA MOTA.
16 primaveras. Uma baixinha arretada e apaixonada por um ilustrador. Aspirante à blogueira, escritora e desenha nas horas vagas. Louca por fotografias e pôr-do-sol, cristã evangélica de corpo e alma. Coleciona sonhos, histórias e gosta de compartilhá-los com gente que gosta da gente.


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CANSEI! Em maiúsculo mesmo. Talvez você entenda agora. Ou se faça de besta como sempre fez. Cansei de correr atrás. De me desdobrar e fazer de um tudo por você. Não tem valido a pena. O desgaste tem sido enorme, e eu espero de todo o meu coração que você se encontre, e me deixe de vez. 

Não quero mais te dar o meu melhor. Não quero mais ser segunda escolha. Não quero mais passar a noite em claro, esperando por uma mísera mensagem sua me chamando pra ir te ver.

Não quero mais bancar a louca pros seus amigos, Enquanto você sai abraçando o mundo com o teu coração. Não quero mais viver rastejando aos seus pés, enquanto o teu ego anda inflado e o meu coração arregaçado demais.

Não quero mais me culpar por tudo, quando na verdade o problema não está em mim. Não quero mais esperar que você mude. Na verdade eu é que preciso me mudar, e pra bem longe. Não quero mais criar expectativas pra logo em seguida me pegar estirada no chão, colando os pedaços de mim que você sempre faz questão de despedaçar. Não quero mais criar possibilidades quando na verdade você não quer o mesmo que eu.

Não quero mais remoer passado, afinal de contas, eu nunca fui o teu presente. Eu não quero mais bancar a possessa, a que ama sozinha, a que dá tiro no escuro e cabeçada na parede. Não quero mais bancar a trouxa e correr atrás de quem foge de mim. 

Passei da fase de idealizar príncipe encantado. Eu só queria alguém que fosse o que ninguém jamais foi pra mim, sabe? Alguém que me arrancasse sorrisos, e não que me trouxesse mais dores de um amor mal resolvido. 

Eu só queria superar a dor de um amor meia boca. Só queria encontrar alguém que me fizesse entender toda a espera. Que não me anulasse do mundo, mas que me levasse pra conhece-lo. Eu só queria que você fosse um terço do que vive dizendo por aí. E que ao invés de ser mais um babaca na minha vida, fosse homem suficiente e de atitude pra me provar que com você seria diferente. Me enganei de novo, é hora de te expulsar de mim, pra cuidar de tudo que até hoje você só judiou. 



ROGÉRIO OLIVEIRA.
Escritor, publicitário, boêmio, amante da fotografia e da vida. Perceptivo e leitor de sentimentos alheios.



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Vamos fingir que tudo está completamente bem. Que o dia nublado continua sendo sinônimo de brincar e ver formas aleatórias nas nuvens de algodão. Vamos fingir que a multidão não sufoca, o piscar das luzes não desfoca a visão e a música alta é totalmente agradável aos ouvidos. Que a ardência que desce seca na garganta, depois de um gole amargo é mais gostosa que o gelar dos dentes num picolé caseiro feito com suco de saquinho. Que palhaços ainda têm as piadas mais engraçadas e maçã do amor é apenas uma fruta com cobertura doce e não uma metáfora sentimental. 

Vamos fingir que ser gente grande é divertido. Que aguentar o chefe mal humorado é melhor que suportar tomar banho quente depois de ralar os joelhos. Que a demorada fila do banco é muito mais divertida que a ansiedade que fica ao esperar para entrar no carrinho de bate-bate. Vamos fingir que as contas são divertidas, que ambientes para fumantes não são sufocantes, que o gosto da cerveja é docinho e que bares não são oceanos para afogar mágoas. Porque afinal, basta fingir que está tudo bem e as únicas mágoas serão ter que parar de comer balas e escovar os dentes ou dormir cedinho para ver desenho animado no outro dia pela manhã. 

Vamos fazer de conta que enfrentar dificuldades é como a pedrinha na amarelinha que é preciso pular numa perna só para ultrapassar e que nem o céu é o limite, porque não há limites para a criatividade. Que coração partido se cola com super bonder, que nossos pedaços são quebra-cabeças com peças faltando, mas que perder elas por aí não é tão importante quanto imaginar o que falta na figura e bagunçar tudo de novo.  

Vamos brincar que a vida é faz de conta, que fadas com suas varinhas mágicas vão trazer de volta aqueles que partiram. Que pessoas imortais existem e bruxas podem dar poções de felicidade. Que florestas guardam segredos, que piratas enterram tesouros com mapas perdidos e que não é só nos livros onde o viver é colorido. Vamos fingir que histórias infantis não são pseudo-ensinamentos para adultos, são apenas contos bonitinhos.

Vamos fechar os olhos e imaginar que é só rebobinar a fita e o lado gelado da cama vai estar preenchido novamente. Vamos fingir que o amor não cega, que o perfume não gruda e lembranças não voltam para assombrar. Que músicas não viram trilha sonora de momentos e que quando eles se vão escutar novamente é tortura. Que saudade já não tem um novo significado muito mais dolorido e perdoar não exige muito mais de si do que do outro. 

Vamos fingir que a humanidade não sufoca, que padrões não são regras na nossa cabeça tola que segue inconscientemente as ditaduras camufladas. Que política é apenas show de horrores e votar não define um passo sequer da nossa trajetória, que somos independentes e liberdade não tem um significado muito mais profundo que apenas a definição denotativa. Que o trânsito trancado é tão reconfortante quanto andar de patinete ou bicicleta no parque e o cheiro de diesel queimado é dez vezes melhor que o aroma das flores que te fazem ter crises de espirros. 

Vamos fingir que está tudo bem, que crescer é divertido e que daqui em diante só melhora. Vamos deitar a cabeça no travesseiro e mais uma vez preencher o sono de nostalgia, fechar os olhos e doer no peito a certeza de que o que resta é o passo a frente e que o que ficou foi apenas o início do fim.


GABRIELLE ROVEDA.
1997. Escritora de gaveta, bailarina por paixão, sonhadora sem os pés no chão e modelo só por diversão. Do tipo que vive mais de mil histórias pelas páginas dos livros, daquelas que quer viajar o mundo só com uma mochila nas costas, do tipo que acredita no amor a todo custo e dispensa de imediato pessoas sem riso fácil. Não sabe fazer nada direito, mas insiste em acreditar que o impossível é só uma daquelas palavras que vão cair em desuso e se vê tentada a tentar de tudo. Viciada em café e em escrever cafonices sobre si e o amor sem dizer nada ao certo.

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Ei, por que sempre desvias o teu olhar quando vou de encontro a ti? Por que nunca me olhas diretamente nos olhos como eu o faço? Acaso não sabes que também tenho feridas e que elas sangram diariamente assim como as tuas? Afinal, são elas que nos reafirmam que somos humanos e que nos motivam a andarmos de modo cauteloso entre os arbustos espinhosos da vida. Tuas feridas, mulher, nos aproximam mais que tu podes pensar.

Ei, mulher, por que tu nunca ergues teu olhar pra me ver? E por que insistes em não deixar cair essas lágrimas que te turvam as íris? Deixa que caiam, mulher! E no seu percurso, permita que elas lavem tua alma de todas as impurezas, mazelas e dores. Ao contrário do que pregam por aí, mulher, chorar não é análogo a ser fraco. É sinônimo de ser forte, de ter asseio com o próprio espírito, é permitir esvaziar-se das coisas que fazem mal para que os espaços possam ser preenchidos de novos e bons sentimentos.

Então, mulher, por que te privas das coisas que tanto gostas? Por que te fechas, te enclausuras, te amordaças perante tudo e todos? Ainda não te cansaste de viver para os outros, de viver para um mundo que não vive por ti? Tu, mulher, és livre para ser e viver o que bem entendes. Tuas tarefas estão sempre em dia e não há com o que se preocupar senão contigo mesma.

E por que ainda te importas com as falácias sobre a teu respeito? E não, não deves abaixar a cabeça para que não a percebam na rua e comecem a murmurar. E não, não deves vestir-se de acordo com o que pensam sobre ti. E mais uma vez não: não deves andar na linha que desenharam para ti no chão a giz. Tu nem sabes onde ela vai te levar. Desenhe, tu, tua própria linha. E não a giz, desenhe-a com tinta spray, daquelas que nem a chuva e nem o tempo possam apagar, para que saibam que tu, mulher, não deves nada a ninguém e és capaz de trilhar teus próprios caminhos.

Tu, mulher, não deves dar ouvidos àqueles que, sequer, conseguem chamá-la pelo nome. As pessoas têm o péssimo hábito de acharem que são donas da vizinhança e juízas do quarteirão. Mas tu não tens porque sentir-se ré perante nenhuma dessas pessoas. Nunca entristeça-se, abaixe tua cabeça ou concorde com quem muito fala de ti e pouco faz pra te auxiliar. Essas pessoas, mulher, não te conhecem assim como eu e jamais saberão o quão fantástica tu podes te tornar. Elas, na verdade, procuram justificar suas fraquezas criando outras diferentes a sua volta.

Ei, mulher, não prives o mundo de ver teu sorriso que é luz em meio à escuridão. Não deixes que o maior presente que Deus te deu se perca em meio ao caos que é viver. Tu, mulher, és vida, és garra, és força. Tu és o melhor da tua raça!


EDSON CARDOSO
Professorzim brasiliense, formado em letras, amante de (boa) música e rato de jogos online. Um cara que não é um poeta, mas que se arrisca a brincar com as palavras. Nem de longe um boêmio, tampouco um insensível nato. Gosta de ficar em casa enchendo os "pacovás" das irmãs e ouvindo o cantarolar de sua mãe. Coleciona fotos e lembranças das viagens que já fez e planeja muitas outras. Alguém que agradece a Deus diariamente o dom da vida e a graça de ter uma família com quem pode contar. 

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Do outro lado da esquina, numa via lateral da movimentada metrópole urbana é possível desligar da agitação por alguns instantes e reparar a mensagem que cada um repassa sem expressar sequer uma palavra. Em meio ao estridente ruído dos carros e submerso pela espessa cortina da insalubre fumaça reparo uma jovem de trinta e poucos anos correr para alcançar o ônibus que a faz perseguir o longo trajeto que delimita o caminho da sua angústia diária. Neste instante, nem sei por qual razão, me lembrei da minha última conversa com minha adorada mãezinha dizendo para não arrefecer nosso contato diário, pois segundo ela, a voracidade do tempo estaria aniquilando as relações humanas.
Geralmente, é quando estamos longe de quem amamos que passamos a reparar e conceder a devida importância nesses gigantescos detalhes que outrora pareciam não fazer diferença. Deve ser este o motivo que desperta o arrependimento/saudade quando se perde alguém e descobre-se que dali em diante cessou-se as possibilidades de manifestar todo afeto reprimido. A partir de então nos agarramos na promessa espiritual de um posterior reencontro em outro plano – talvez idealizando corrigir algumas burradas da dedicação que fora suprimida em função do tempo.

Fico aqui pensando na roleta russa que é a nossa vida e nem sempre nos damos conta. Ao sair de casa para enfrentar e vencer nossos compromissos corriqueiros estamos sujeitos aos perigos da vida de modo que, corremos sério risco de não ter a oportunidade de voltar ao seio de quem amamos e dizer tudo aquilo que, por força do péssimo hábito deixamos pra depois. Eu, por exemplo, tenho vários beijos e abraços pendentes no meu estoque e sempre digo a mim mesmo que os entregarei ao destinatário assim que encontrar tempo hábil. Será?!

Ouvi dizer que existe um filme que narra este meu pensamento momentâneo – porém não tive “tempo” ou curiosidade de assistir ainda. A história trata a comercialização do tempo, tal qual ocorre em nossas rotinas. Não obstante caracteriza a mais nua e crua realidade, afinal é justamente isso que passamos uma vida inteira a fazer – vender nosso tempo. Acho que inventaram a cédula financeira apenas para tentar, de algum modo, amenizar a carga negativa do fator cronológico. Imaginem como seria pesado e rude algum patrão dizer que está disposto a pagar um salário x, vale transporte e refeição em troca de suas míseras 44 horas semanais. Contudo, monetizaram o tempo suavemente num perpétuo financiamento de vida.

Já dizia o ditado: tempo é dinheiro. Concordando ou não, descobri da pior maneira possível que eu não passo de um compulsivo e descontrolado consumidor de horas. Bem como manda o figurino daqueles que não sabem ou conseguem poupar, eu sigo a rota dessa ampulheta como se a reserva fosse infinita. Tenho que aprender a gerenciar melhor o tempo que disponho sem sequer saber o saldo.

Portanto, se cabe um conselho (que infelizmente ainda não aprendi seguir), procure dedicar tempo ao que realmente importa. Abrace e dedique atenção de forma desregrada. Não queira ver a dor da saudade duelar com o histórico das coisas que poderiam ter sido feitas e não foram, porque a vida é agora e o futuro não passa de uma indecifrável incógnita.



DIEGO AUGUSTO.


Mineiro de Belo Horizonte, engenheiro de produção por profissão e escritor por paixão. Amante da vida e das pessoas, acredita que os sonhos embalam a vida e o amor propulsiona os sonhos. Odeia o mais ou menos e pessoas que querem progredir cedo acordando tarde. Apreciador de cervejas e conselheiro de temas que pautam as mesas de bares.
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Parece que seu nome arrumou um lugar pra morar aqui dentro de mim. E confesso: tá foda!

O teto do quarto já virou o meu melhor amigo e, talvez, já saiba mais de você do que eu. Sabe sua maneira de colocar o cabelo atrás da orelha, de andar de meias pela casa, de se espreguiçar no sofá, sem se preocupar com a velocidade que as horas passam no relógio. Já virou rotina nossas conversas pela madrugada.

Tem um tanto de você espalhada por todo canto da casa e do peito. Saudade é um bicho enjoado. E a saudade que mais dói é a de tentar imaginar como estaria minha vida com você aqui do lado.

Eu sei que eu já deveria ter virado essa página e começado um outro capítulo na minha vida, mas a verdade é que a nossa história ainda não teve um ponto final. Estamos presos entre o recomeço e saudade. Nos tornamos reticências porque, no fundo, sabemos que o nosso amor merece uma segunda chance. E quer saber? Tá foda olhar para as minhas blusas no armário e lembrar que elas já foram suas também.

Tá foda pegar o meu violão e não conseguir fazer um acorde sequer sem lembrar do seu sorriso esperando que eu toque a sua música preferida. Aquela mesma que eu cantarolava baixinho, enquanto você se aninhava no meu peito e recebia cafuné.

Tá foda perceber que nós dois já fomos um só, mas que hoje, a saudade me dividiu em tantos pedaços que já não consigo mais contar o que sobrou de mim.

Eu nunca fui bom em lidar com a saudade, menina. Mesmo acostumado a escrever tanto sobre ela. Agora, por exemplo, sinto saudades de quando a saudade era apenas inspiração pros meus textos e músicas, porque na vida real ela dói pra caralho. Essa saudade de você é sentida demais.

Já confessei essa saudade toda pro teto, pro espelho, pra sacada e até pro nosso cachorro. Inclusive, ele também tá sentindo - e muito - sua falta. Ele me pega olhando suas fotos pelo notebook e faz aquela cara de cachorro pidão que você adorava e logo pegava o celular pra registrar, sabe? Mas, infelizmente, eu não posso dar o que ele quer, que é você de volta. Desculpe por isso, mas vai ter que se contentar com um biscoito, garotão.

Se o Esteban bebeu saudade a semana inteira, eu chorei ela cada minuto desde que você foi embora. O peito cheio de saudades chega a afogar o coração e não tem um pedacinho dessa casa que não esteja cheio da falta que você faz.

Eu vou seguir daqui, menina, à deriva, esperando que você volte e me salve dessa saudade toda. Por via das dúvidas, deixei tua chave no mesmo lugar. Pode entrar sem bater.

Texto escrito pelos escritores: Diego Henrique, Fernando Suhet e Neto Alves.

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Eu mantenho meus olhos fechados, na esperança infantil de te manter aqui. Desmereço o meu orgulho em nome do desespero que a falta de te sentir me causa, e eu respiro fundo e me perco dentro de mim por um minuto, tentando encontrar o que me resta sem o teu cheiro.
Deturpo os meus pensamentos tentando não entender o que acontece neste momento, a estranheza do segundo em que percebi que eu já não sou mais eu e que você já não é a pessoa que eu acreditei que fosse, a pessoa que eu precisei que fosse…
Me perco em minhas lembranças, são minhas mas foi você quem as deu, foi você que marcou cada momento da minha vida com a sua presença constante, leve e protetora e eu me senti segura, assim como qualquer pessoa se sente em seu próprio lar… você morou em mim e eu em você e agora estou vazia.
Repasso cada instante de nossos dias e tento entender quando foi que seus olhos se tornaram melancólicos, quando foi que tudo se afrouxou e o espaço tomou conta dos pequenos vãos que nos distanciavam… agora eu sei.
A culpa não é minha e nem sua, eu só dei tudo de mim e não percebi o quanto isso era pouco para você, eu fiz de mim pequena, para caber em sua vida e quando te supri, acabou. E hoje não sei quem eu sou, eu deixei que você me sugasse para que me amasse e agora minha casca vazia não encontra com o que se preencher para permanecer aqui.
Eu me desprezei por tanto tempo, apenas para não ter minhas mãos vazias, me negligenciei a cada dia, só para ter certeza que eu teria você em todos os finais dos dias e que mesmo que eu me perdesse de mim, eu ainda teria você.
Eu me sequestrei de mim e te fiz meu cativeiro, mas entendi tudo errado… eu achava que era amor, mas era apenas o meu vazio fazendo eco das coisas lindas que você dizia, era apenas a minha essência evaporando de mim e me preenchendo do que eu queria ter de você.
Era a minha carência me cegando, era apenas eu tentando encontrar um refúgio de mim e me perdi em você e achei que isso era amor.

MARCINHA ROCHA
Paulistana, geminiana e dona de uma gargalhada que chama a atenção. Estudante de ciências contábeis, viciada em pessoas, em comportamento humano, filosofia e música e adora uma boa conversa. Apaixonada por olhares e sorrisos, ouve mais do que fala e o que não fala escreve sem parar. Intensamente viva, brutalmente apaixonada por momentos espontâneos de felicidade e praticante voraz de uma dança descompromissada.
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►Leia ao som de Saber Voar, Chimarruts◄

Eduardo limpou os óculos em sua camisa de cetim e os colocou novamente no rosto. Não queria acreditar no que via. Coçou a barba com agonia - ainda incrédulo. Ele era desses que vivia no trabalho - literalmente. Nunca saía do escritório nem na hora do almoço. Preferia devorar um sanduíche enquanto analisava minuciosamente alguma campanha de um dos vários clientes da empresa. 

Paula, sua namorada, reclamava que desde a promoção, a obsessão de Eduardo pelo trabalho tinha piorado bastante. "Faço isso pra alcançar nossa liberdade e independência, amor", era o que sempre argumentava. No Whatsapp, seu status estava atualizado com um famoso trecho de Legião Urbana: "Disciplina é liberdade". Era mais que um simples jargão, era um lema de vida para ele.

Eduardo arregalou os olhos por trás de suas lentes garrafais e continuou estático. Era Paula bem na sua frente como nunca tinha visto - ou como ele não reparava há tempos. Estava impecavelmente linda! Seus cabelos pretos em tom azulado brilhavam, seus olhos gigantes com algumas camadas de máscara de cílios, um vestido com estampa floral em um fundo de cor verde água. 

Paula segurava em suas mãos um violão rosa - primeiro presente que ganhou de Eduardo. Atrás dela toda uma estrutura de palco montada - de forma improvisada - perfeitamente. Todo o pessoal do escritório ajudou na surpresa, sabiam o quanto Eduardo precisava de mais leveza. Ele precisava exatamente daquilo: parar por uns instantes. E bem, Paula parecia a única capaz de conseguir essa proeza.

Paula começar a cantar e dedilhar "Saber voar" da banda Chimarruts. Exatamente a mesma canção que estava cantando no dia em que se conheceram num laboratório de exame de sangue. Ela cantava na sessão infantil pra distrair e acalmar as crianças das agulhadas aos finais de semana. Era uma forma prazerosa de fazer uma grana extra. Foi amor à primeira vista. 

Paula terminou a música sob aplausos de toda empresa. Deixou o violão no palco, desceu e foi em direção a Eduardo. Nesse momento ele já estava novamente sem óculos devido as lágrimas que lavaram todo o rosto. Ela ajoelhou-se e tirou do bolso um anel prateado - réplica da primeira aliança de compromisso deles ."Quer casar comigo?", propôs com olhos marejados também.

Ele a puxou pelas mãos e a abraçou com uma sequência de "sim's". E, de repente, preso em um abraço, sentiu o gosto de ser livre. Ser livre ao ponto de prender-se ao peito do outro talvez seja a liberdade em sua forma mais altruísta. Liberdade é diferente de independência. Liberdade é amor. E o amor estava presente ali. 



SUÉLEN EMERICK.
24 anos. Brasiliense que vê poesia no cinza do concreto. Jornalista que escreve por/com amor. Uso vírgulas e crases imaginárias pra contar histórias, e o coração pra vivê-las.



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Chaves do carro na mão, uma bolsa média pendurada em transversal no meu corpo e a carteira com dinheiro, cartões e documentos na outra mão. Jogo tudo no banco do carona e dou partida no carro.

Não sei, exatamente, para onde vou. Só sei que preciso partir porque, aqui, eu não consigo mais respirar. Preciso sair em busca de ar.

Começo a andar por vias conhecidas, mas logo tenho que ligar o GPS porque já estou na estrada rumo ao desconhecido, dirigindo sem saber onde parar. Talvez a moça do GPS me ajude a encontrar um lugar com mais oxigênio, afinal, ajudar é a função dela, certo?

Olho pelo retrovisor lateral e a estrada está vazia, o dia amanhece em completo silêncio, não fosse pelos passarinhos cantando e o vento na estrada.

Tenho um vislumbre do meu rosto no retrovisor fixado no centro do vidro frontal. Nada bom. Cabelos bagunçados, rosto ainda inchado, mesmo após algumas horas atrás do volante e nenhum sinal de sono me circundando. Não dormi noite passada e não tem feito falta, mas acabo me decidindo por entrar em uma loja de conveniência abandonada no meio da estrada, para comprar alguns energéticos, café e biscoitos.

Sigo o caminho que a moça do GPS indica. Acredito não estar assim tão perdida mais. Meus pensamentos ainda são um amontoado indecifrável, mas, aos poucos, consigo puxar um pouco de ar para os meus pulmões e compreendo o lugar para onde estou indo.

À medida que minha mente começa a clarear e o tráfego na estrada aumenta, começo a me questionar pelo tamanho da bolsa. Acho que deveria ter trazido algo maior. Sei que não posso dirigir para sempre e, mesmo que pudesse, não conseguiria. Mas não sei se vou voltar de onde vim. Provavelmente não, então deveria ter pego mais coisas. Ou não.

Tudo que eu deixei para trás talvez tenha sido de propósito, só porque me despertava memórias daquela vida sufocante. Mas, agora, depois de dirigir quase o dia todo, acho que as coisas são melhores como estão. Talvez eu ligue para alguém e avise do meu destino quando eu chegar lá. A moça do GPS já não me faz companhia e quem me guia é meu coração. “Brega”, penso comigo mesma, “Mas verdadeiro”.

Agora já é fim do dia e avisto uma estrada de cascalhos adiante. Penso em parar para dormir um pouco, descansar.... Os energéticos já estão sem efeito, os biscoitos acabando. O que me leva a pensar que se quiser ficar aqui, vou precisar comprar algumas coisas para passar a noite. Em meio a esses pensamentos, me distraio e olho pela janela lateral do carro. Freio.

Me olho no espelho e continuo a mesma bagunça. Os cabelos um caos, mas o rosto melhor. Olho novamente pela janela. O pôr do sol, a estrada de cascalho se juntando às montanhas. Algo branco lá no fundo. Poderia ser neve, mas é impossível. Resolvo sair do carro.

Finalmente encontrei o que estava procurando e não consigo acreditar. Procurava a paz todo esse tempo, em tantos empregos, prédios e pessoas, mas ela estava logo ali, no pôr do sol, me trazendo mais ar para respirar, me tirando de uma prisão imposta por tantas pessoas. Encontrei a paz no mais simples da vida e não iria mais perdê-la de vista.

Bem ali, no meio do nada, carro desligado, sem nenhum barulho, já sentada na estrada de cascalho, sem me importar se minha roupa iria sujar e destruir o banco do carro, eu descobri a paz. Descobri que ela está em coisas simples, que ela está dentro de mim. Eu crio meu caos, eu construo minha paz.

Entrei no carro só para perguntar à moça do GPS qual a cidade mais próxima. Ao obter minha resposta, esperei anoitecer e segui. Segui para o meu novo lar e, desta vez, eu não tinha dúvidas ou medos. Eu estava pronta para começar do zero. Deixando pessoas e passado para trás em busca de algo que mova a minha vida e me deixe respirar, calmamente, mas que seja por muito tempo...


GRAZIELLE VIEIRA.

Mineira que vive no Rio, escreve em vários blogs lindos, ama Friends e Taylor Swift e, apesar de ser advogada, se encontra mesmo é na escrita. Ama café, pôr do sol no inverno, gatos e odeia pagar boletos. Dona e proprietária do Vigor Frágil



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Eu tentei, te juro! Mas ouvi uns boatos de você que eu não esperaria. Sério. Eu tava te esperando. Até evitei algumas pessoas, tranquei o coração, fechei a porta dos sentimentos e estava vivendo uma vida pensando em nós. 

Mas você vacilou. Pisou na bola. Até pensei que também estava na mesma vibe que eu: acreditando em nós. Mas só de saber que você tá curtindo por aí; beijando de boca em boca, dormindo de cama em cama, enganando outras pessoas, iludindo outros corações, fez com que eu pulasse do barco. Desisti. Parei de remar. Parei de lutar contra a maré. 

E você sabe, nem fui atrás, essas histórias chegaram do nada e, por já conhecer a peça, nem duvidei. Apenas respirei fundo e disse para mim mesmo: ''sabia!''. 

E não precisa me esperar mais não! Sério. E nem venha com aquele papinho furado de que sente falta e que daríamos certo. Hoje eu vi que a sua hora já passou. A oportunidade? Você perdeu. Nesse tempo todo te esperando, com tanta incerteza e com um pé atrás, apareceu outra pessoa e me fez pensar positivo de que, de você, eu não mereço perder tempo me fazendo ter certeza que com ela eu só vou caminhar pra frente, não para trás. 


FERNANDO OLIVEIRA.

Escritor, paulista e abriga um amor infinito. Escreve suas histórias como uma noite que invade a alma e o toma desses ares e aroma, de uma louca e qualquer agonia de vida. Quer expor as cicatrizes das dores passadas, quer que vocês, leitores, o sintam com o coração, assim como tocou, um dia, o próprio coração que hora chora, por escrever apenas aquilo que tanto um dia desejou viver.
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Tu não fazes ideia do quanto é maravilhoso saber que tu existe.
Tu é como loteria que acumula durante anos, e sorte de quem possa ganhá-la sozinha.
Tu é benção divina dos céus que ilumina e transforma os meus dias cinzas em novos sorrisos, que reforça e renova a esperança que tenho no amor.

Ei, tu já olhou no espelho hoje?
É que talvez tu não faça ideia do quanto seu sorriso é lindo, de como a tua cara com marca de lençol é a primeira coisa que eu gostaria de ver todos os dias da minha vida.

Tu é meu trevo de quatro folhas nesse nosso jardim que germina e floresce amores, mesmo distante, mesmo durante nossas discussões. Todos os dias repito pra mim o quanto te amo, porque meu amor não grita o tempo inteiro o quanto eu te amo, mas eu te amo num amor só meu. Só nosso.

Posso contar um segredo de beija-flor? É que, às vezes, mas só às vezes (quase sempre) quando brigamos, eu abro a tua foto no whatsapp e falo baixinho pra mim: eu sei que é você, eu sentia que era você, e vai continuar sendo; você não faz ideia do quanto eu amo você.



MARIANNE GALVÃO.
Marianne Galvão,1990, escritora, blogueira, libriana e nordestina; é amante das palavras e filha do tempo. apreciadora nata de tudo aquilo que faz sentir o sangue quente viajando entre as veias, transborda sensações e sentimentos urgentes através da escrita. Escritora do livro "tempo do tempo: as estações do coração."



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Esta será a última vez que escrevo sobre você.

Decidi, finalmente, te enterrar junto com todas estas palavras, me permitindo viver o luto antes. Me permito, pela última vez, falar sobre o nosso fim, chorar pela saudade que já senti e por tudo ter desmoronado, virando pó com todos aqueles planos que fizemos.

Eu, tola, acreditava que duraria para sempre e isso fez a dor se arrastar ainda mais dentro de mim. Sangrei inúmeras vezes por perceber que alguém que eu jamais imaginei viver sem, hoje é um mero desconhecido que eu não vejo e não falo.

Sangrei ainda mais nas vezes em que te encontrei em meus sonhos... Alguns eram como uma memória do passado, uma lembrança do que fomos. Outros, mais reais, denunciavam o enorme abismo que se abriu entre nós.

E aí bastava eu abrir os olhos para sentir o coração pequenino, quase que esmagado pela angústia do que foi e também do que não foi. Mas, das vezes em que o sangue jorrou, a que eu a vi ali, toda de branco e de mãos dadas com você, foi a mais sofrida. Ela usava véu e grinalda branca – como você sempre quis e sonhou – e eu, por ironia, hoje encontrei meu refúgio no preto.

É, eu sei que eu nunca fui e nunca seria a mulher que entraria com você pelo corredor daquela igreja. Mesmo assim dói – mais uma vez, pelo que fomos e também pelo que deixamos de ser. Então, agora, estou me permitindo derramar todas as lágrimas que guardei com as nossas fotos e a nossa história.

Silenciei todas estas lágrimas nas vezes que eu senti, por pura nostalgia, o teu cheiro no travesseiro (que nem é mais o mesmo) e o aconchego do teu abraço. Já te enxerguei em cada coisa da casa, até mesmo no que você nem tocou. Você fez morada nos móveis do mesmo jeito que fez em mim.

Mas, sendo realista, sei que você seguiu em frente desde o dia da tua partida, talvez até antes dela. Algumas vezes as pessoas falam de você perto de mim ou até mesmo para mim, reforçando ainda mais essa ideia. Não sei e nem me importa saber a intenção delas, mas em todas as vezes ficou evidente que você está feliz e que deve ter perdido a memória - junto com todo o sentimento que eu acreditava que você tinha - de quando eu estava ao seu lado.

Mas olha, eu já falei demais sobre nós.
Já revivi cada detalhe.
Já sangrei muito.
Já chorei um rio de dor e saudade.

Agora é hora de lacrar o caixão, dizer adeus e deixá-lo descansar na terra, assim como eu também preciso de um descanso de tudo isso. Assim como a nossa história não faz mais parte das nossas vidas, também preciso que você deixe de fazer parte de mim... 

Desta vez, não por desespero, mas por aceitar que não há mais nada de nós além do nosso fim.



BEATRIZ ZANZINI.

Jornalista, escritora e filósofa de bar. Escrevo em uma tentativa de me descobrir e também de desvendar o mundo. E então percebi que, ao compartilhar minhas ideias e sentimentos, às vezes consigo ajudar não só a mim mesma, mas também outras pessoas que se identificam com as minhas vivências. Isso me traz uma inspiração ainda maior a cada dia.

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Parti. 

Coloquei na mala apenas as boas recordações de quando era apenas um garoto que jogava pique-esconde na rua com os meus amigos, de uma época em que você não me era nem ao menos uma opção válida. Coloquei lá as horas que me dediquei à faculdade que fizeram de mim o bom profissional que sou hoje. Algumas peças de roupas antigas para me lembrar sempre que minhas origens não devem ser esquecidas, assim como algumas peças novas, que comprei recentemente, porque nenhuma revolução pós-contemporânea deve ser feita com roupas antigas e gastas pelo rotineiro soar do despertador todas as manhãs. 

Organizei todos os meus documentos, as fotografias (nas quais você não aparecia, claro) e algumas cartas antigas da época em que me aventurei a sair de casa e tinha que me corresponder com minha mãe (que Deus a tenha) sem todo aparato tecnológico que se tem hoje em dia. De você, não levo nada. Nada, nada não, né. Levo a experiência que qualquer relacionamento atribui aos seus envolvidos. No mais é só. Lembro-me de quando essa mesma mala era utilizada para dois, quando tinha que apertar pra caber tudo e subir em cima pra conseguir fechar. Tempos longínquos dos quais você abdicou há anos e eu só percebi há pouco. 

Dizem que antes tarde do que nunca e, agora, entendo mais que qualquer um o significado disso. Ah, já ia me esquecendo, deixei naquela gaveta que eu usava os presentes que você me deu. Não há porquê carregar comigo objetos que pra você nunca significaram nada, eram apenas arremedos de coisas que um relacionamento afetuoso normalmente tem. Já me desprendi totalmente deles. Minha mala também está repleta de novos objetivos, novas metas. O espaço que está sobrando nela pretendo preencher com novos sabores, cores, amores. Você não cabe mais na minha mala, como coube outrora. Isso porque você decidiu que precisava de uma mala individual pra carregar suas mentiras e ilusões, seus novos prazeres, seus novos amores. Eu disse que não levaria nada de você, né? Menti. Levo sim. 

Levo o exemplo de como não proceder num relacionamento pra que ele seja forte e aguente os rojões da vida. Levo também o título de "sobrevivente do caos" com o qual você me presenteou e que, graças a Deus, venho superando pouco a pouco. Onde estou? Longe de você. E pra sempre, amém! Peguei um avião com destino a uma nova vida, com escala nos países das novas experiências e da liberdade emocional. Eita, já ia esquecendo de te avisar: vê se me erra, ok? Troquei meu número de celular e já deixei avisado aos nossos amigos em comum que, caso pergunte por mim, digam que faleci de causas matrimoniais pra você. E vê se não chora, porque de lágrimas de crocodilo os pântanos da vida já estão cheios. 

Vai lá procurar seus novos "amigos", aqueles com os quais te vi há umas semanas em situações embaraçosas. Acredito que eles possam te consolar (ou será que nem lembram que você existe?). Caso não possam, eu passo a vez. Já fiz muito isso por você pra descobrir que todo esse esforço foi como lavar cabeça de cavalo com xampú: inútil! No mais, desejo que você seja feliz com a vida que traçou. Sério mesmo. Não é porque estou bem agora que não o desejo pra você. Enfim, adeus, passar bem, hasta la vista, beibe.


EDSON CARDOSO
Professorzim brasiliense, formado em letras, amante de (boa) música e rato de jogos online. Um cara que não é um poeta, mas que se arrisca a brincar com as palavras. Nem de longe um boêmio, tampouco um insensível nato. Gosta de ficar em casa enchendo os "pacovás" das irmãs e ouvindo o cantarolar de sua mãe. Coleciona fotos e lembranças das viagens que já fez e planeja muitas outras. Alguém que agradece a Deus diariamente o dom da vida e a graça de ter uma família com quem pode contar. 

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Todos só viram o que você permitiu. 
Cabelos, vestidos, sapatos e sombras. 
Sorrisos e brilho. Calma e confiança. 
Sonhos e sucesso. Metas e conquistas. 

Só conseguem ver a ponta do iceberg. Sempre. 

Por baixo da fina e exposta camada do que pensavam ser você eu via lágrimas e vômitos. 
Garrafas e cigarros. 
Soluços e insônia. 
Medo e covardia.

Nunca revelamos do que somos feitos. Essa parte só é acessível a aqueles que amamos. 
À aqueles que resistiram aos testes. E se mostraram preparados pro incêndio.

No fundo, ninguém presta. E essa é a parte boa. 
Ruim é quando não se sabe disso. 
Ruim é quando ninguém conhece você de verdade.



HELIARLY RIOS.
É um amante. De política, economia e futebol. É um apaixonado por F1 e NFL. Garante o pão de cada dia e um teto para descansar trabalhando como analista contábil. Seu único amor é escrever de forma irresponsável e livre de culpa. O resto são paixões.

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Ela saiu do banho com o corpo ainda todo molhado. Era a coisa mais linda ver aquelas gotas de água brilhando por ela enquanto andava pelo quarto: exposta e, inegavelmente, sexy. Fingindo que estava à vontade nua, deliciosa e naturalmente provocante. Não havia mais nada: apenas eu e ela ali. Não havia tempo, espaço ou qualquer outro ser humano que significasse alguma coisa. Sei que cada movimento lento que ela fazia era de propósito. 

A mão pelo cabelo molhado, o sorriso, a mordida no lábio, enquanto tocava a pele e deslizava aquele creme com cheiro de morango sem olhar pra mim - lenta e deliciosamente - como se cada movimento tivesse sido delicadamente ensaiado para tirar minha sanidade. Ela me testava, me torturava, queria saber até onde chegava meu desejo. O perfume doce se espalhou pelo ar, como um vírus, inebriava, confundia. Perguntou se íamos sair para jantar, da forma mais doce e inocente, como se estivéssemos em uma reunião de família. 

Nua, ali parada, ia jantar ela. 

Cada parte daquele corpo, degustar todos os sabores que encontrar. Devorar com vontade tudo o que ela me oferecesse. Minha boca salivou descaradamente, imaginando minha língua passando por onde escorriam as últimas gotas de óleo que ela esfregava daquela forma lenta com as palmas das mãos. 
Durante um momento pedi pro universo que o mundo lá fora deixasse só nós existindo dentro daquele quarto. Porque pareceu impossível demais que pudesse satisfazer todo desejo que sentia naquelas horas que tínhamos juntos.

Por um momento me dei conta - assustado com a intensidade - do quanto eu queria estar dentro dela. Queria ela embaixo de mim, sobre mim, não importava como. Apenas queria, e nós sabíamos que não iriamos sair pra lugar algum. Me disse que faltava uma música doce, começou a cantarolar uma qualquer. Além disso, como nos meus sonhos mais quentes e safados, desses que me acordavam completamente suado e excitado, começou a dançar, não de uma forma qualquer, mas rebolando levemente no ritmo da música. 

Parou na minha frente roçando os seios em mim e perguntou novamente se íamos sair pra jantar, acho que nunca fui convidado pra jantar de uma forma mais sexy e erótica, me acostumaria a isso facilmente. Passei os braços pela cintura e senti seu corpo ainda fresco e aquela pele deliciosamente macia. Ela tem um sabor mais doce do que imaginei que teria. E seu corpo se encaixou no meu perfeitamente, mais até do que eu achei que seria possível qualquer corpo se encaixar, como uma peça desenhada para caber exatamente ali. 

Não íamos sair daquele quarto. 
Já tinha meu banquete e acabei de jogar ele em cima da cama de onde, com certeza, não pretendia sair até estar satisfeito. 


VITORIA LORDEIRO
Sou tímida ao extremo mesmo parecendo ser alguém extrovertido, Amo MPB (coleciono discos); não assisto televisão , nunca. Escrevo sempre tentando decifrar a alma masculina. Amo café, ler e ficar vendo receitinhas na internet.  Prefiro livros a festas. Amo comidas estranhas, quanto mais esquisita e nojenta mais eu gosto. Choro vendo ursinho Pooh e sempre torci para o Frajola. 


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