Nessa geração de amores líquidos, entramos num ciclo vicioso de relacionamentos que funcionam mais como uma operação tapa-buracos do que um encontro entre duas pessoas em equilíbrio consigo e dispostos a se enxergarem para além dos olhos.
Vez ou outra a gente ouve alguém dizer que a carência nos faz vermos amor onde não há. Eu vou além. Em um mundo em que o individualismo e o egoísmo só crescem, o afeto se tornou sinônimo de mera disposição de andar de mãos dadas por aí. Só. E, é bem assim. Caminhamos tão presos aos nossos próprios dilemas que, ao levantarmos minimamente a cabeça, encontramos duas doses de atenção e alguns sorrisos à nossa frente. O encanto é imediato! E verdadeiro, não dá para negar. As mãos se encaixam de uma forma perfeita.
Mas, sabe de uma coisa?
Qualquer mão serviria. Experimente! Dê a mão a um estranho! - Não... brincadeira, não faça isso! - Há milhares, milhões de pessoas no mundo dispostas a andar de mãos dadas com outra pessoa. Há um simbolismo enorme nisso.
Mas, sabe de uma coisa?
Qualquer mão serviria. Experimente! Dê a mão a um estranho! - Não... brincadeira, não faça isso! - Há milhares, milhões de pessoas no mundo dispostas a andar de mãos dadas com outra pessoa. Há um simbolismo enorme nisso.
Se bem soubéssemos a profundidade do significado do entrelace dos dedos, não nos conectaríamos desta forma com os amores de esquina. Mas epa... não estou demonizando a liberdade de doarmos os nossos beijos, suores e gozo a quem bem entendermos! Pelo contrário. São nossas escolhas do que queremos viver naquele momento que contam. Mas precisamos dar mais atenção às nossas conexões de alma.
O beijo satisfaz a boca, o gozo satisfaz o corpo, mas o que satisfaz a alma é o que nos faz ter o prazer em caminharmos de mãos dadas, criando um elo que transcende o calor físico que emana do toque. Aquece o coração. Transforma o riso em gargalhada. Por dentro, é claro, que é para não assustar o outro. Mas a gente exagera nesse sorriso por dentro porque alegria contagia. Começa nas mãos, sobe para o sorriso, se abriga no peito, invade a alma e transforma a vida. Experimente caminhar sem pressa de mãos dadas com quem se gosta de verdade... Nada se compara às conexões de alma que começam pelo entrelaçar dos dedos...
VITOR VILAS BÔAS.
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Baiano, professor de história, apaixonado por política, café basquete, fórmula 1, natureza e pizza de atum com catupiry. Hoje caminha sem muita pressa pelas ruas de Aracaju, deixando as ideias fluírem através do encanto captado pelos seus olhos e ouvidos. Anda, frequentemente, de sorriso e coração abertos, vivendo com a intensidade que os seus 30 anos ensinaram.
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