O amor é brega
  • Home
  • SOBRE
  • QUEM ESCREVE
    • COLUNISTAS
    • LIVROS
      • EDGARD ABBEHUSEN
      • PÂMELA MARQUES
      • ROGÉRIO OLIVEIRA
    • CONTATO
    • Por que escrevemos?
  • Navegue
facebook twitter google plus pinterest Instagram social media FLEX living culture Shop

Eu preciso de inspiração, eu preciso voltar a fazer o que gosto. Eu deveria remanejar a minha lista de tarefas semanais, preenchê-la com coisas que realmente tenham sentido pra mim. Preciso de algo que me inspire: uma sobremesa nova, um livro de um autor desconhecido, uma conversa prolongada. Eu tenho que parar de matar tempo no celular. Encontrar alguma coisa que faça a alma transbordar o corpo. Cadê aquela lista dos 30 melhores filmes do século XXI? 

Alguma coisa, qualquer coisa! Um sopro do vento que acaricie meu rosto! Onde foi parar o barulho do mar? A cidade anda tão ruidosa, é preciso de silêncio para escutá-lo. Inspiração. Tem que ter algo que me tire da mesmice e abra um leque de oportunidades. Algo novo, inusitado, que provoque um medo inicial em tentar. 

Uma viagem, preciso viajar e visitar uma paisagem a qual cause estranheza à primeira vista por simplesmente nunca ter visto nada assim antes. Pode ser de avião, trem, de Uber, que seja! Não importa muito o destino, só precisa ser novo. Queria mesmo é falar com gente de língua diferente, que eu não entenda, e precise fazer mímicas para me expressar.

Quantas milhas eu devo ter juntado, será que dá prum bilhete só de ida, sem volta programada? Tanto faz Colômbia ou África do Sul, pode ser até mesmo para o interior de uma das milhares de galáxias inexploradas que habitam o cosmo do meu ser. Um bairro distante tá de bom tamanho! O fato é, algo precisa ser feito para que eu me sinta inspirado, não posso simplesmente ir desgostando daquilo que faço. Tudo que fiz até aqui não pode ser reduzido a uma coceira passageira, que já não coça tanto assim. 

Ler mais o jornal, é disso que preciso! Eu preciso ler coisas mais sérias, ser mais sério, rio de qualquer bobagem. Saber sobre corrupção, sobre o último latrocínio... talvez isso me choque, e me comova, e me inspire. Eu preciso saber de quem tem fome, eu preciso saber que sou privilegiado, que não me enquadro em minorias, que sou saudável, que nem todo mundo estuda em escolas boas, eu deveria ser mais politizado. Eu deveria, mesmo, agradecer mais aos meus pais pelo tempo dedicado a este projeto de 20 poucos anos.

Quem sabe devesse reanimar minha fé no mundo, esquecer um pouco das dúvidas quanto à existência de Deus ou qualquer birra que eu tenha com ele, e ir à igreja, ao menos uma vez, sem compromisso, só no intuito de conhecer algo novo. Eu preciso, desesperadamente, de algo novo. Está decidido: vou pedir outro sabor de sorvete quando for à sorveteria! Eu deveria tomar coragem e te chamar para irmos à sorveteria juntos.



CAIO LIMA
Eu sou tudo aquilo que deixei pra depois e que nunca fiz por preguiça. Tal como as abas que se acumulam na página de pesquisa do meu computador sobre as curiosidades que nunca vou terminar de ler. Sou uma sobrecarga de vontade contrariada, uma ansiedade passageira. Um desvio da rota, um tropeço pelo caminho. As versões que inventei de personagens folclóricos, um filme inteiro de Woody Allen. Sou um atalho impaciente pro jeito mais fácil. Chato pra cacete, mas tem quem ature e diga o contrário. Prazer, eu sou o que to podendo ser.

FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe

Acho que já está na hora de admitirmos que existe uma parada muito mais forte entre nós.

Pode chamar de bruxaria, destino, karma, mandinga ou o que você quiser. Só não dá mais pra negar.

Todos os reencontros deixam esse gosto de saudade, misturado com um ‘vem cá que eu não aguentava mais’.


Tu reparou como nossos corpos ainda se encaixam perfeitamente dentro do abraço? Não sobra meio milímetro de espaço entre eles. É literalmente como se quiséssemos morar um dentro do outro.

Aliás, foi o abraço que regeu toda a nossa história. Desde o começo dela até o fim.
Abraços intermináveis que faziam o tempo parar e a dor partir.


Você ficava puta porque eu odeio guarda-chuva, mas nem sabia que era só uma desculpa pra ir assim, juntinho de você debaixo do teu. Deu certo muitas vezes!

Foda-se que tava chovendo, que os carros estavam passando e o que tava rolando em volta. A gente só queria estar ali e nada mais importava. Você ia pra aula mais leve e eu pra casa com a cara de bobo que todos conhecem quando eu falo de você.


Aceita, menina. As nossas vidas podem tomar o rumo que for, seguir por onde a gente menos esperar, mas sempre vai ser a gente. Sempre vai ser você.

Sem alusão àquela música do Luan Santana, mas podem passar os dez, vinte ou trinta anos e o seu coraçãozinho ainda vai se ajustar às batidas do meu , e a gente não vai querer se desgrudar.

A camisa de ontem virou um troféu porque ficou com o teu cheiro. Se me vir usando ela de novo, pode ter certeza que é saudade.

Até o próximo abraço.


DIEGO HENRIQUE.
Prazer, Diego Henrique, 24 anos, Paulista e solteiro. Um aquariano na casa dos vinte, que brinca com as palavras e coloca os sentimentos na ponta dos dedos.

FACEBOOK | FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


A verdade é que a gente não perde a fé no amor, continua ali, apto a quebrar a cara mil vezes. Certo que há um receio ou outro de vez em quando, um medo bobo, uma mania vasta de manter distância quando as coisas começam a fluir além do esperado. Mas não dá pra se enganar, mesmo aqueles que mais negam, guardam no fundo uma vontade irracional de amar.

É como se cristalizássemos a primeira lágrima mantendo ali a idealização da dor que se pode sentir, simplesmente por sermos dotados de emoção e querermos enganar a nós mesmos. Engaiolamos a primeira decepção e usamos como arma de defesa diante de qualquer opção de futuro à frente, mas estamos só perpetuando uma primeira, segunda, ou terceira experiência sem cogitar dar chances ao novo. 

Uma coisa é fato nessa vida:  muita coisa vai dar errada antes de algo finalmente dar certo. É questão de experiências, precisamos delas, são necessárias para andarmos um passo a frente nesse jogo da vida, para evoluirmos definitivamente. E no amor as coisas não são muito diferentes.

Sei bem o quanto escasso o mundo está, o quão pouco o amor passou a ser notado. Amar está em desuso, as pessoas desaprenderam a prezar esse sentimento tão belo. Hoje em dia andar com os próprios pés é sinônimo de independência e liberdade, ninguém quer alguém ao lado por muito tempo, estamos nos tornando falsos autossuficientes. Seres que desabam ao primeiro sinal de solidão.

A questão é que não precisamos encarar uma ditadura que diz que para sermos livres necessitamos estar a sós. Não é preciso dar ouvido a um mundo que anda mesquinho demais para relacionamentos duradouros. As pessoas cansam rápido demais, é muito fácil substituir algo que não se explorou a fundo. A maioria se constrói de uma forma tão rasa que é difícil encontrar pessoas profundas.

Mas ainda há amor, esse sentimento não morre, só está à espera de corações gentis, de corações que saibam enxergar além da imagem que se passa. Não se pode perder a fé num sentimento tão bonito, não dá pra ignorar o fato só porque alguns não querem mais crer na força do amar, por isso digo que não basta privar esse sentimento só aos que já aprenderam a amar... aos desacreditados: tentem outra vez.


GABRIELLE ROVEDA.
1997. Escritora de gaveta, bailarina por paixão, sonhadora sem os pés no chão e modelo só por diversão. Do tipo que vive mais de mil histórias pelas páginas dos livros, daquelas que quer viajar o mundo só com uma mochila nas costas, do tipo que acredita no amor a todo custo e dispensa de imediato pessoas sem riso fácil. Não sabe fazer nada direito, mas insiste em acreditar que o impossível é só uma daquelas palavras que vão cair em desuso e se vê tentada a tentar de tudo. Viciada em café e em escrever cafonices sobre si e o amor sem dizer nada ao certo.

SITE | FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


❁Leia ao som de Uma Atriz - A Banda Mais Bonita da Cidade ❁


— Por que você é tão cruel com as pessoas que tentam chegar mais perto de você?
Um silêncio árduo tomou conta de todo o bosque e até as arvores pararam pra ouvir aquela que talvez fosse a nossa última conversa.
— Eu não sou cruel. Eu só,  às vezes,  não sei o que fazer. Na verdade eu quase nunca sei o que fazer. 
— Eu só queria saber pra onde foi aquele monte de promessas que você fazia quando ficava bêbado e entender o porquê de você ter esquecido esses meses de uma hora pra outra.
— Promessas não cumpridas são só promessas... E acho que quando abri uma das muitas garrafas de vinho e virei no gargalo e logo em seguida olhei pra você, eu percebi que não daria conta. Que era muito pra mim. E que aquele monte de promessas, uma hora ou outra, entrariam pra lista de promessas/coisas que eu queria fazer e não fiz. E isso me dói.
— Mas e agora, você está feliz?
— Não me lembro de um momento da minha vida que eu realmente fui feliz. Mas também não to falando que fui triste quando estava com você. Não sei te responder. Mas espero que saiba que você era um dos meus lugares favoritos no mundo. E você, está conseguindo tentar ser feliz?
— Eu sou péssimo em fingir. Mas eu acho que tô fingindo bem que estou conseguindo tentar ser feliz. 
— Agora não sei mais dizer se estou feliz em saber disso. 
— Você nem se importa.
— Como assim?
— Você só não se importa. 
— Mas como assim? Você acha que não me importo com você?
— Você não se importa com o que a gente sentiu e com o que os outros sentem. 
— Não é assim que funciona. Você só acha que me conhece.
— O que eu faço com esse monte de coisas aqui dentro?
— Eu não sei. Eu só sei que você deixou uma marca aqui e que sempre vai estar em algum canto de um texto meu. 
— Eu não quero estar em um texto seu. E foda-se que lá é o único lugar que você se sente seguro e eterno. Eu quero mesmo é acordar do seu lado e rir da sua cara de ressaca e depois contar o monte de micos e coisas sem sentido que você disse enquanto procurava por mais uma cerveja. Eu quero que a sua mãe me ache legal e que me convide pro almoço de domingo. Eu quero continuar no porta-retratos da sua estante. Eu quero estar sempre por perto porque eu continuo te achando lindo mesmo quando você tá fazendo uma coreografia estranha só com a sua cueca dos X-men. Eu quero sentir o seu perfume quando esbarrar em alguém por aí e sentir saudade e poder te ligar e conversar nem que seja por uns dois minutinhos. 
— Eu te entendo perfeitamente — E eu também queria tudo isso...
— Certeza?
— Sim — pausa pra cerveja — Mas eu não estou em um momento bom. E pra fazer alguém se sentir bem o suficiente pra eu acreditar que vai dar certo, primeiro eu tenho que estar bem sozinho. Quem sabe ainda não é a nossa vez. 
— Vou voltar pro fim da fila.
— Você tem um monte de coisas pra descobrir ainda.
— Eu sinto que esse monte de coisas são só coisas se descobertas sem você.
— Tem um monte de amores pra se viver por aí. Eu já te falei sobre isso.
— Eu sei. Mas eu só estou procurando uma copia sua vagando por aí. E nunca nada é tão bom como é com você. O que foi que você quis de mim nesse tempo todo?
— Eu só sei que, agora, eu quero que o homem que me suceder na sua vida seja incrível. Ele vai te tocar como eu nunca te toquei e não vai precisar ficar bêbado pra esquecer dos problemas. Ele vai saber ficar o tempo que você precisar que ele fique porque ele vai ser a solução e não mais um dos seus problemas. Ele não vai ter mistérios pra você ter o trabalho de desvendá-los e não vai ter medo dos seus pais. Ele não vai ser uma versão pirateada de mim. Ele não vai ter nada de mim, porque você não merece isso de novo. Você vai lê-lo e vai entender tudo como se devorasse as palavras. E vai se esquecer de todas as palavras decoradas sobre mim. Ele vai fazer amor com o seu corpo e você vai poder fechar os olhos enquanto o beija porque não vai mais fazer um grande esforço pra que ele não se pareça comigo no escuro. O homem que me suceder na sua vida vai ser incrível, e ele vai dar conta de sentir e te retribuir todo esse amor que você tem pra dar. E que você seja feliz de verdade, mesmo sem mim.


BRUNO FIGUEREDO
Poeta e Escritor. Capricorniano com ascendente em Paulo Leminski e lua em Tati Bernardi. Fã de ficção cientifica e de romances clichês. Dono do pseudônimo @sujeitoeu. Escrevo, mas escrevo sobre mim, e nem sempre sou só amor..

FANPAGE | INSTAGRAM | INSTAGRAM 2
2
Compartilhe


Está chovendo, a cidade está um caos e eu sei que não deveria escrever. Não deveria sequer ter o trabalho de visualizar se você já me respondeu. Mas fiquei aqui pensando em todos os temporais (metáforas ou não) que você já venceu por nós dois.

No seu desprendimento ao calçar as galochas e nem sempre ter capa para dois; e do seu olhar ser o suficiente para eu bater a porta e adentrar a chuva forte com você. Quantas não foram as vezes que você segurou forte a minha mão para impedir que eu escorregasse? Tantas outras fez verdadeiros malabarismos para impedir que eu caísse de cara no chão.

Está tarde, eu sei. Não tenho a menor ideia de onde você pode estar, mas quis tentar. Ainda que eu pegue um resfriado por estar aqui sentada na calçada, vale o risco. Não quero que os sentimentos que embalam nossos passos desajeitados se resfriem. Quero tentar. Baixar a guarda e descomplicar. Deixar as horas livres para nós.

Ainda que eu tenha consciência de nossa identidade, e de todas as teorias que escrevemos, quero que o “estar junto” seja motivo para perder a hora de vez em quando. Ainda que a gente possa mudar de ideia e decidir que na última hora o melhor a fazer é abortar o plano e se bastar dentro de um abraço, eu fico. Não reclamo. Não estendo a distância. Eu sento e te observo. Quero arriscar você. Quero comprovar que a gente se dá jeito. Que apesar de todas as lutas, optamos por ser a gente.

Eu sei que não sou boa com garantias, que fujo quando acho conveniente e que crio inúmeras barreiras de concreto para você não se aproximar, mas eu me venci. Você está preso. Engasgado num querer que eu não sou capaz de apagar. Então me deixa viver a gente. Eu não estou com capa, a galocha não me serve, ainda com medo das trovoadas, eu sai e vim até você. Me deixa ficar?

Eu passo o café e você deixa as nossas diferenças na sarjeta e me faz caber naquele abraço quente que dispensa cobertor. Vem sem pressa. Quem está na chuva é para se molhar e se for para recomeçar, que sejamos nós.


MARCELY PIERONI.
Escritora, administradora e chef de cozinha por escolha. Perdeu o medo de sair do lugar e desde que começou a publicar seus textos coleciona viagens onde pode abraçar seus leitores e estar mais perto daqueles que acolhem sua baguncinha. Palestra e conta histórias para crianças. É sonhadora de riso frouxo.

FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


O dia pode estar um porre, o trânsito no maior engarrafamento, minha mesa pode estar cheia de relatórios, meu saldo negativo e minha melhor amiga em crise existencial, eu chego em casa me jogo no chuveiro, deixo a água levar meu mau humor, minhas lágrimas e torço para que ela lave a minha alma também.

E então meu celular apita, ele parece sentir quando o meu mundo desmorona, ele parece saber quando tudo está por um fio, então ele não diz nada, apenas me manda uma foto, e seu simples sorriso é capaz de arrancar de mim todas as incertezas, medos e arrependimentos, viajo naquele sorriso que em mim emana muitos outros sorrisos.

Existem pessoas que possuem o dom de curar as feridas que trazemos na pele. Ele é desses que com tão pouco faz absurdamente tudo. E é ali que busco refúgio, para a correria do dia a dia, ou simplesmente para um minuto de paz.

Viajo naquela fotografia de um alguém que não sabe o quanto bem me faz. Dizem que abraços são libertadores, mas depois que conheci aquele sorriso não tive mais dúvidas do quanto um sorriso verdadeiro pode nos encher de paz.

Ele coloca cores em meu mundo e segurança em meus dias, é aquele “tudo vai ficar bem”. Com a aprovação exata de que realmente irá ficar bem. Ele não precisa estar por perto, ele não precisa segurar a minha mão, ele não precisa me falar nada do que realmente eu preciso ouvir, ele apenas sorri e me sinto forte e inteira novamente.

Não importa qual prova irei ter no curso do mestrado, se lá fora está o maior temporal e se meu quarto está tão bagunçado quanto o meu coração. Não importam as tristezas que carrego sobre os ombros e tão pouco se lembrei de descongelar o frango para o jantar, eu sei que no final do dia ao voltar para casa eu vou receber aquele sorriso. Mesmo que não seja pessoalmente, como eu realmente queria, mas será para mim e aquela fotografia será guardada com todas as outras mil e uma outras que ali estão. 

Hoje me pergunto por qual rua estava a vida dele que tão tarde chegou na minha, e quantas coisas eu teria evitado se em uma dessas esquinas o visse sorrir para mim. Talvez eu não teria dado importância para outras pessoas que de mim só souberam tirar, e aprenderia a nunca mais o meu sorriso esconder.

Então aquela velha frase de um clichê desses livros de historinhas que nos contam antes de dormir é real: “Não passe um dia sem sorrir, você pode estar privando alguém de uma simples felicidade”. E depois que conheci esse moço do sorriso encantador trago em mim essa realidade. O porteiro de meu prédio ganha de mim todos os dias um sorriso antes do bom dia, dona Joaquina da padaria que andara tão carrancuda em mim se espelha e sorri de volta ao me entregar o troco do pão. E se você que me lê chegou até aqui imaginando quem te faria sorrir, então acredito que fiz bem a minha lição.

Finalizo com um pedido:

Não guarde para si o que pode alegrar tanto o outro, doe sorrisos e faça alguém feliz, assim como esse moço que adentrou em meu mundo para impedir que os dias ruins aqui façam morada. A ele minha gratidão por ter o sorriso que traz euforia a meu coração, hoje o meu sorriso ganha mais cor, os sonhos mais intensidade, a minha sede de viver transborda em mim, e a ti meu muito obrigado por mais um dia ter me arrancado um sorriso feliz.



RÊ VIEIRA
Sul-mato-grossense, escorpiana, bacharel em Direito, mas viciada nas palavras, brinca de ser poeta e é rockeira de coração. Ela é uma mistura de intensidade com a voracidade de viver, é apaixonada por livros, pessoas legais, música e é louca por vinhos.

FACEBOOK | FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


Estou perdido, tenho certeza disso agora. Perdido em tudo isso, nem sei como pude ter vindo parar aqui. Eu estava bem sozinho, estava dormente e exatamente onde eu deveria estar. Fechava os olhos e não tinha sorrisos na minha cabeça. Não tinha vontade de ninguém do meu lado na cama. Seguia os dias com uma mesmice, acostumada à rotina que foi aparecendo de uma forma tão tranquila e simples. Acho que é isso, simplicidade.

Gostava da forma simples que tudo estava sendo; como um pintor que escolhe tons pastéis e simples para uma grande tela, que não se surpreende em nenhum momento com a aparição de um azul por que sabia que ele estaria lá, combina com tudo e não causa aquela ideia de destoar do restante.

Sempre assisti as pessoas ao meu redor supervalorizando esse amor romântico. Não sei bem o motivo já que apenas as machucava e fazia sofrer. E pensavam. E acreditavam. Talvez se eu tiver sorte ele nunca apareça pra mim. Nunca me escondi, ou muito menos fugi de algo ou alguém, só não acontecia comigo, entende? Não para mim.

Como quando você assiste aos filmes sobre inverno e espera que neve no deserto, só por que naquele cenário todo branco pessoas encontravam suas outras metades. Pensava que saberia, que poderia reconhecer e evitar quando fosse acontecer. Tinha um plano para correr para o lado contrário; fugir o mais rápido que pudesse, correr até minhas pernas ficarem dormentes. Então, de repente quando estava com a guarda baixa — de alguma forma que ainda estou tentando entender, de algum jeito completamente surreal — você vem e aparece na minha vida, com essas covinhas e esse sorriso que não consigo decifrar.

Seu jeito de mexer no cabelo quando fica nervosa, ou de não conseguir pensar sem barulho. Ou sua mania de ler tudo e qualquer coisa que aparece na sua frente, e ficar procurando musicas horríveis que ninguém nunca ouviu falar, mas se encaixam de alguma forma em algum momento seu. Aí você apareceu me pedindo desculpas, por não sei o quê, como se existisse algum motivo de sempre estar me pedindo desculpas.

Você era como um filhotinho maltratado que tinha sido abandonado, com seus olhos grandes e risada alta, e em nenhum momento, de forma alguma, estava preparado pra você. Nem pra sua vontade de conhecer o mundo; eu tinha o meu, minhas fronteiras bastavam. Agora não mais, agora nada mais basta, posso sentir tanto sua falta que chega a doer, e não é apenas uma dor sentimental ou psicológica, não é só saudade.

Sempre me considerei uma pessoa com o pé no chão, então como acha que me senti quando me peguei sonhando com nós dois? Quando decorava aquela parte do livro que você sempre sonhou ouvir. Quando assisti a aquele filme que realmente não fez sentido nenhum pra mim, te fez sorrir, me explicar qualquer que fosse aquele sentido implícito que não tinha sentido algum. Sua intensidade sempre me assustou, como uma aquarela; então uma noite dormi niilista e acordei pela manhã um bobo querendo ter você do lado para tocar o tempo todo. Estou apaixonado.


VITORIA LORDEIRO
Sou tímida ao extremo mesmo parecendo ser alguém extrovertido, Amo MPB (coleciono discos); não assisto televisão , nunca. Escrevo sempre tentando decifrar a alma masculina. Amo café, ler e ficar vendo receitinhas na internet.  Prefiro livros a festas. Amo comidas estranhas, quanto mais esquisita e nojenta mais eu gosto. Choro vendo ursinho Pooh e sempre torci para o Frajola.  .
FACEBOOK | INSTAGRAM
0
Compartilhe


Estávamos sentados frente a frente. Nossos olhares cabisbaixos beiravam a timidez — que vez ou outra se intercalava com o receio. Era uma sala de espera de consultório, mas a espera que nos torturava era pior do que o desconcertante barulhinho do motor de dentista. As frases que eu ensaiava na mente se contorciam e ficavam presas, entaladas. Entendi como nunca a força da expressão “nó na garganta”. Às vezes aquele silêncio desconfortante era interrompido por um estalar de dedos. Uma antiga mania sua que eu tinha aprendido. Na verdade, uma delas.

Aquele ambiente demasiadamente branco era o plano de fundo perfeito para potencializar nossa tensão. Não tinha nenhum quadro sequer, nenhum jarro com uma flor para eu enganar meu olhar — ou ao menos desviá-lo de vez em quando. Passei então a me concentrar na minha respiração e cuidar para que ela não transparecesse o tamanho da minha inquietude.

Você também estava tomado de agonia. Era notável pela forma que você tentava disfarçar tocando sua bateria imaginária com as batidas da mão nas coxas e o acompanhar dos pés. Como se eu não te conhecesse tão bem! Já haviam passado mais de cinco anos e eu continuava com essa contraditória sensação: Você era um estranho. Um estranho que eu conhecia como ninguém.

— Senhor Alex dos Santos?

Enfim chamou a recepcionista, quebrando aquele momento de inquebrável silêncio.

— Opa! Sou eu!

Você respondeu com um misto de prontidão e espanto enquanto se levantava. Meus olhos (dessa vez não disfarçadamente) te acompanharam até onde conseguiram. E essa foi a última imagem que tive.

Muitas vezes lembro-me desse dia e novamente elaboro possíveis diálogos que poderíamos ter tido. Às vezes eu apenas acordo e acho que vou esbarrar contigo na fila do pão — a mesma fila da música do Los Hermanos que você cantava pra mim enquanto jurava ser pra sempre. Ou quem sabe, te avistar de longe na estação do metrô. O teu número continua gravado na minha agenda (a do celular e aquela física com capa do Star Wars que você me deu), seu email com username engraçado continua nos meus favoritos também. E ainda assim eu desejo o acaso. Quero te ver com as roupas cotidianas pra saber se você ainda usa aquela camisa xadrez amassada com a manga dobrada pra esconder a mancha de café.


SUÉLEN EMERICK.
24 anos. Brasiliense que vê poesia no cinza do concreto. Jornalista que escreve por/com amor. Uso vírgulas e crases imaginárias pra contar histórias, e o coração pra vivê-las.

FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


Quando somos crianças, acreditamos que os amiguinhos estarão sempre conosco durante a nossa vida. Quando somos adolescentes, fazemos promessas de que nada vai mudar e que a amizade permanecerá igual mesmo quando o colégio acabar. Quando somos jovens, conhecemos alguns novos amigos na faculdade e/ou no trabalho. Alguns tornam-se grandes amigos, outros também são levados pelo tempo, assim como uma boa parte das amizades da infância e da adolescência. Okay, isso faz parte da vida. Tem gente que chega para ficar e gente que chega com data marcada para partir. Algumas relações se desfazem pela distância geográfica (embora existam muitas formas de contato hoje em dia, lá atrás não era assim), outras pela distância do afeto.

"Distância do afeto? Como assim?"

É isso mesmo. Já parou para pensar em quantas relações acabam pela falta de conversa, abraços e cuidados? Às vezes a distância vai acontecendo e a gente vai deixando, até quase nem lembrar mais que aquela pessoa fazia parte da nossa vida e que a gente poderia jurar que seria sempre assim. Não estou falando sobre as distâncias que acontecem por uma decepção... Ou talvez isso seja válido para elas também. Afinal, o diálogo tem o poder de mudar muita coisa. A demonstração de afeto e o reconhecimento do erro também. Somos humanos e falhamos. Às vezes magoamos até mesmo sem saber, em outras vezes nós que somos magoados em silêncio.

Aí, parando para pensar em tudo isso, chego a lamentar que as coisas não sejam como eram lá atrás. É claro que a rotina era outra, as responsabilidades de hoje são muitas e nem sempre temos tempo/disposição para sair e tomar um chopp com os amigos. Tem dias que a gente quer descansar, dormir... E dias que temos que estudar, trabalhar, cuidar da família. Mas sabe o que eu acho? A gente precisa dar um jeito de (re)ver os amigos de vez em quando. Precisa dar aquele abraço cheio de saudade, falar sobre as histórias divertidas do passado e relembrar os velhos tempos com o mesmo amor de sempre. Isso faz um bem danado para a gente e ainda nos faz perceber que, para a nossa sorte, algumas amizades permanecem em todas as fases da nossa vida (não sei você, mas eu morro de orgulho ao dizer que tenho amigos que estão há muito tempo comigo!).

Se tem alguma amizade que não permaneceu e que te deixa saudade, quem sabe não seja a hora para marcar um reencontro? Se está longe, que tal mandar uma mensagem?

Acredito que aquelas amiguinhas ou aqueles amiguinhos do colégio se sentirão gratos por isso. Talvez eles percebam que o tempo passou, mas aquela sensação boa de quando vocês estão juntos não. Por isso, mais uma vez eu peço: cuide bem das suas amizades. Ficou chateado (a)? Fale. Está sentindo saudades? Pergunte quando pode vê-lo (a). Não conseguiu estar presente em uma data importante? Combine de vê-lo (a) outro dia. E sempre, sempre que possível, mande um "oi" e pergunte como ele(a) está para que nunca se esqueça da importância que tem para você.


BEATRIZ ZANZINI.
Jornalista, escritora e filósofa de bar. Escrevo em uma tentativa de me descobrir e também de desvendar o mundo. E então percebi que, ao compartilhar minhas ideias e sentimentos, às vezes consigo ajudar não só a mim mesma, mas também outras pessoas que se identificam com as minhas vivências. Isso me traz uma inspiração ainda maior a cada dia.
BLOG | FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe


Eu estou aqui solta e você aí voando, por caminhos que não são os meus, que nem na próxima esquina esbarra com meus passos.

Nem todo esquecimento prometido na última conversa foi capaz de apagar as lembranças dos caminhos que traçamos juntos. Pouca coisa faz sentido perto de toda essa vontade que ainda mora em mim e me faz te querer mesmo que de longe. Por aqui ainda há a necessidade em te abraçar com a alma, te tocar com os olhos e sentir você vivendo em meu coração.

Sei que você pode sentir essas emoções que saem de mim e te encontram pelo vento, quando me olha ao longe e disfarça o olhar quando te encaro, fica claro que meu amor encontrou uma forma de te tocar. Você nem consegue disfarçar mais, descobri que esse é seu jeito de ficar sem jeito, não se culpe por isso, era previsto que seus caminhos fossem diferentes do meu...


Mas quem garante a rota do amor? Quem disse que precisa estar perto para amar?

Eu só te preciso em mim, aceso e quente como chama de fogueira, soltando faíscas pelo vento. Meu coração não precisa de rótulo para saber que ele é seu, a única necessidade que ele insiste em manter é te querendo aqui... Quieto, calado. Batendo por si ou por ti, vivendo nesse amor que escolheu ter. Você nunca me disse que eu seria sua, meu coração apenas concordou com o seu a viver despretensiosamente., mesmo que o compromisso não seja dito ou firmado. Tu me sente e eu te encontro aqui em lugares em mim antes vagos e agora cheio do teu querer. Para o amor (às vezes) isso basta.


Quem disse que a gente precisa pertencer para poder amar?


ANNA OLIVEIRA.
Recifense, amante da tecnologia, leitura e MPB. Aspirante na escrita/poesia, uma menina mulher sempre em evolução, transcrevendo em palavras gritos oriundos do coração, deixando registros verídicos (ou não) nas entrelinhas. De braços e coação aberto para a vida e o amor.

FANPAGE | | INSTAGRAM | INSTAGRAM
1
Compartilhe
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial

nas redes

  • facebook
  • twitter
  • instagram
  • Dribbble

Populares

  • EM UM RELACIONAMENTO SÉRIO COMIGO MESMA.
    Pela primeira vez eu olhei no retrovisor e não vi ninguém atrás. Também não havia ninguém ao meu lado, apenas a companhia de um vento...
  • VOCÊ NÃO PRECISA ACEITAR!
    Você não precisa aceitar um amor meia boca só porque já te fez feliz um dia. Não precisa ficar com quem te priva de ter amigos, que te tran...
  • ADEUS AMOR.
    - Não dá mais. Acho que a gente precisa de um tempo afastados. - E qual é o sentido em se afastar de quem se ama? Ou já não ama mais?...
Tecnologia do Blogger.

ARQUIVO

  • ►  2020 (5)
    • ►  Junho 2020 (5)
  • ►  2019 (11)
    • ►  Maio 2019 (5)
    • ►  Fevereiro 2019 (3)
    • ►  Janeiro 2019 (3)
  • ►  2018 (73)
    • ►  Novembro 2018 (1)
    • ►  Setembro 2018 (1)
    • ►  Agosto 2018 (5)
    • ►  Julho 2018 (4)
    • ►  Junho 2018 (8)
    • ►  Maio 2018 (8)
    • ►  Abril 2018 (11)
    • ►  Março 2018 (9)
    • ►  Fevereiro 2018 (6)
    • ►  Janeiro 2018 (20)
  • ▼  2017 (212)
    • ►  Dezembro 2017 (20)
    • ►  Novembro 2017 (10)
    • ►  Outubro 2017 (9)
    • ►  Setembro 2017 (9)
    • ▼  Agosto 2017 (10)
      • NOTA MENTAL.
      • AINDA É SOBRE O SEU ABRAÇO.
      • AOS DESACREDITADOS: O AMOR
      • DESEJO PRA VOCÊ ALGUÉM MELHOR QUE EU
      • QUEM ESTÁ NA CHUVA TAMBÉM AMA OUTRA VEZ.
      • EXISTEM SORRISOS QUE NOS ARRANCAM SORRISOS.
      • ME APAIXONEI PELAS TUAS CORES.
      • O ÚLTIMO ENCONTRO!
      • JÁ PAROU PARA PENSAR EM QUANTAS RELAÇÕES ACABAM PO...
      • QUEM DISSE QUE A GENTE PRECISA SE PERTENCER PARA P...
    • ►  Julho 2017 (9)
    • ►  Junho 2017 (26)
    • ►  Maio 2017 (45)
    • ►  Abril 2017 (18)
    • ►  Março 2017 (22)
    • ►  Fevereiro 2017 (17)
    • ►  Janeiro 2017 (17)
  • ►  2016 (216)
    • ►  Dezembro 2016 (20)
    • ►  Novembro 2016 (21)
    • ►  Outubro 2016 (21)
    • ►  Setembro 2016 (28)
    • ►  Agosto 2016 (31)
    • ►  Julho 2016 (21)
    • ►  Junho 2016 (17)
    • ►  Maio 2016 (16)
    • ►  Abril 2016 (19)
    • ►  Março 2016 (21)
    • ►  Janeiro 2016 (1)
  • ►  2015 (10)
    • ►  Novembro 2015 (1)
    • ►  Outubro 2015 (9)

Facebook

Pesquisar

quem somos?

Photo Profile
O amor é brega e quem não é?

O Amor é Brega é uma plataforma de informações voltada para o autoconhecimento, comportamento e relacionamentos.

@oamorebrega

CATEGORIAS

  • amor próprio (28)
  • comportamento (47)
  • contos (5)
  • contos e crônicas (19)
  • cotidiano (9)
  • relacionamento (55)
  • relacionamento abusivo (11)
  • superação (4)
  • vida (26)
Copyright © 2019 O amor é brega

Created By ThemeXpose