O amor é brega
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Não ria, e nem me chame de louca. Até pareço às vezes, mas quem está vivo nessa sociedade louca e doente, também não se encontra na mesma situação?!

Sou nascida em 15 de julho meu bem, isso quer dizer que: sou sentimental ao extremo, choro com topada no dedinho, filmes de drama e de repente comédias, despedidas, abraços mais demorados, e sou capaz de sofrer antes mesmo de ser machucada por algo ou alguém.

Nunca deixo de “ir”, mergulho fundo, me jogo, me afogo em mim mesma e me arrependo em certas situações rasas. Adoro o “antigo” das coisas, papel de cartas, ainda coleciono adesivos, as novelas de época por exemplo, são minhas preferidas. Meu humor é instável, daquele que inacreditavelmente muda de um segundo para o outro, sem qualquer racional explicação, nem ansiolíticos resolvem. Sou regida pela lua, com certeza isso responde as fases que possuo.

Meu elemento é água, acho que por isso que prefiro contornar os problemas de maneira mais flexível, truculência não combina muito comigo. Esteja preparado, eu definitivamente não consigo fingir sentimentos, um estranho vai notar se estou feliz ou triste, transparência total. Não confunda com ser boba, tá?! Posso ser tsunami quando for necessário!

Preciso te contar que meu ciúme é intenso, da mesma forma que qualquer outro sentimento meu. Meus amigos, minha família, minhas roupas, meu programa de tevê!!! Não se sinta o sortudo ou azarado nesse sentido, aceite, não consigo mudar, confesso que já ocorreram algumas tentativas sem sucesso, então, não há muito que se fazer. Okay? Mas não se preocupe, nem sempre vou demonstrar! Minha casa e meu coração são sinônimos, preciso de segurança, aconchego, intimidade e farei dos dois o melhor lugar pra estar. Limpe os pés para entrar, te receberei com um largo sorriso, um café fresco e forte, adoce como quiser, tem livros na estante pra distrair, plantas na varanda, roupas limpas no armário, não quero ter que pedir, mas se tiver coragem e entender que é tudo culpa do meu signo, pode por amor ficar.


JOANY TALON.
Pra quem acredita em horóscopo é Canceriana, nascida em Araruama no dia 15 de julho de 1986, assistente social pela Universidade Federal Fluminense, e agraciada por Deus pelo dom de transformar em palavras tudo que sente, autora dos livros “Cotidiano & Seus Clichês” e “Intrínseco” e co-autora no livro “Pequenices Diárias”

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Não sou nenhum hipócrita, nem estou aqui para escrever um milhão de palavras perfeitas sem que, nas entrelinhas, tenham cunho prático apenas para agradar determinado público.

Falar de sexo, sexualidade, gêneros e os motivos que despertam o prazer e/ou apetite sexual de cada indivíduo é um tema bastante delicado por apresentar gostos um tanto quanto individuais e peculiares. Excluindo as preferências exóticas e pessoais daqueles que sentem estímulos com dor (afetando terceiros), zoofilia, incesto e atos criminosos, tais como, pedofilia e estupro, o sexo é um ritual intimo que, vale tudo – bananeira, polichinelo, cambalhotas ou coreografias à lá Cirque du Soleil .

Está mais do que na hora de quebrar os tabus e largar essa mentalidade retrograda que atribui algumas práticas sexuais apenas às profissionais do sexo. Já foi o tempo em que a mulher séria era aquela reprodutora que não tinha direito ao prazer a não ser sorrir com a casa limpa, delirar com a janta pronta ou se excitar deixando o filho na escola.
Antes de classificar gênero, perceba que todos os seres humanos têm direito de ser, expressar e sentir aquilo que lhe faça bem – desde que essa condição não implique em prejuízos ou danos à vida ou imagem de outrem (por favor, né!).

Estou fazendo essa reflexão porque, ontem durante uma conversa com minha irmã (um espetáculo de mulher balzaquiana que muito me admira e inspira) chegamos a infeliz conclusão da difícil tarefa de ser mulher nos parâmetros atuais.

A sociedade – por mais que se negue em alguns aspectos – valoriza e espera a personificação da mulher maravilha em cada mulher desse grande globo terrestre. Não basta ser bonita se não for culta, não adianta ter dinheiro se não tiver status, não resolve ser comunicativa se o público não for interessante, não vale ter corpo atlético se for vulgar em demasia, não é suficiente ser independente se não houver alguém para dividir a vida, não é aconselhável dizer o que pensa se não existir concordância e não causa boa impressão ser autentica se não agradar a maioria.

Tolice! Acho que nunca antes na história desse país foi tão complexo ser aceita no doce e despojado papel feminino. Repare que na minha condição masculina, posso chegar ao bar ou qualquer outro estabelecimento, sentar sozinho, vestindo trajes que julgar adequado e pedir uma cachaça na risca sem que meu ato desperte comentários maliciosos e olhares maldosos. Alguém no máximo dirá que “talvez eu esteja atravessando” um momento difícil. Mas de forma inversamente proporcional e curiosa, o sexo feminino inexplicavelmente depende da aprovação social para praticar desejos e vontades próprias. Que me perdoem (ou se danem) aqueles que discordam, mas até onde eu sei o tráfego de liberdade, ideias e atitudes não é inerente ao cromossomo X ou Y.

Para aqueles que adotam a visão míope e o julgamento raso, nada melhor que usar o silêncio como forma de causar boa impressão. Fica a dica!

Portanto, deixo aqui meu conselho para minha querida irmã e todas as mulheres que tem medo de não agradar o julgamento alheio: seja livre e procure satisfazer seus próprios anseios. Não julgue sua classe se por ventura desaprovar a escolha da sua coleguinha ao lado (não somos unanimes, mas também não sejamos medíocres interferindo na opção que não nos compete). O mundo está essa merda porque ainda não entendemos que um pedacinho de cada escolha é - por bem ou por mal - o reflexo do todo.


DIEGO AUGUSTO.
Mineiro de Belo Horizonte, engenheiro de produção por profissão e escritor por paixão. Amante da vida e das pessoas, acredita que os sonhos embalam a vida e o amor propulsiona os sonhos. Odeia o mais ou menos e pessoas que querem progredir cedo acordando tarde. Apreciador de cervejas e conselheiro de temas que pautam as mesas de bares.
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Ela sempre sentiu um vazio que não sabia como preencher, e na busca por algo que a completasse ia levando a sua vida cheia de café,  bons drinks, amizades verdadeiras, outras nem tão verdadeiras assim, de amores frágeis, de vinhos baratos, mas nada, nada era capaz de preencher aquele pedaço de alma que lhe faltava.

Ela não era triste, pelo contrário, tinha ao seu redor as melhores pessoas possíveis, que a compreendiam, que aceitavam suas piores fases, que viviam com ela as melhores festas, as piores ciladas, que entendiam quando ela queria apenas ficar sozinha, mesmo que por meses e meses.

Mas não era a solidão que lhe angustiava, era algo mais profundo.Ela tentou tapar o vazio com amores baratos, se entregou várias vezes para pessoas que não mereciam,, e mesmo quando conheceu muita gente interessante, seu problema ainda estava lá, Seu problema não era falta de amor.

Tentou utilizar a música, a escrita, os vinhos nas noites frias, os filmes de comédia, as séries de dramas, tudo isso a deixava feliz, mas não era o que faltava. Ela nunca ousou contar para ninguém sobre a falta que sentia, eles a achariam maluca, afinal, ela tinha tudo o que poderia querer, amigos, estabilidade, um ou outro rolinho, para quem via de fora era tudo o que uma pessoa poderia querer, então ela não podia ficar por aí reclamando.

Ela precisava ser forte. Até que um dia, entre um café e outro na hora de sair apressada, como sempre, ela o viu, foi como um insight. Seu coração acelerou, sua mão tremeu, e sua voz não saiu, nem mesmo quando ele perguntou se estava tudo bem. Ela não sabia o que responder, e para sua surpresa ele a chamou pelo nome, e ainda sem conseguir falar, apenas o questionou com o olhar porque ele a conhecia. Ele se prontificou de explicar que era o cliente que tinha marcado uma hora com ela naquele café, afinal essa também era sua bebida favorita.

Ele não era daqueles caras que param o trânsito, nem desses que saem nas capas de revistas, mas ele era diferente de todos os que ela já conhecera, e logo após a reunião terminar ela sabia que mesmo que não precisassem,  iriam se encontrar novamente. E assim foi.
Eles conversaram por dias e dias, tinham muitos gostos parecidos, e muita coisa diferente também, mas mesmo assim algo mais forte os unia. Quando resolveram ter um encontro de verdade, depois de tanta conversa, ela percebeu que sua alma finalmente parecia ter encontrado o que tanto procurava. Ao chegar em casa ela se lembrou de uma parte de um dos seus livros favoritos “mas eu sabia que já éramos como as nuvens que se juntam nos céus e não se consegue mais dizer onde começa uma e acaba a outra”.

Os dias foram passando, a vontade de se verem e de ficarem juntos era cada vez maior, alguns diziam que era loucura, outros acreditavam que era o destino. Mas nem ela sabia direito o que era, ela que sempre fez a linha durona, que não ligava para o amor, que não se importava com a solidão, pela primeira vez deu o braço a torcer, percebeu que o amor existe, que ele pode acontecer à primeira vista, a segunda, ou depois de anos, uma vez que não existe tempo certo, nem pessoa certa. Quem se encontra não são os corpos, mas sim as almas, que se reconhecem, seja dessa ou de outras vidas.

Ela então conseguiu preencher aquele vazio que sentia, ela então descobriu de verdade que existe amor em todo canto, ela descobriu que o amor é brega, mas quem não é?


TAMARA PINHO.
Jornalista por amor (e formação), mineira, e sonhadora como uma boa pisciana. Vivo na internet, então é fácil me achar. Acredito que a escrita é libertadora e nos possibilita viver em diversos mundos ao mesmo tempo.
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❁Leia ao som de Ed Sheeran - Gold Rush Lyrics Video ❁

Sempre me disseram que o trabalho dignifica o homem. O que não é uma mentira, claro. Mas também tem aquele outro ditado que diz que tudo em excesso é prejudicial. Outra verdade.

Vivemos na era moderna, onde temos que nos preocupar mais com o que fazemos do que com quem somos. Temos nos preocupado tanto com nossos trabalhos, nossa imagem de homens batalhadores, com a corrida do ouro diária, que esquecemos, por vezes, de quem está ao nosso lado nos apoiando. É claro que todo o esforço é para sempre dar o melhor para quem amamos. Mas se o alimento do corpo é importante, tão importante também é o alimento do coração.

É cara, as pessoas sempre vão te julgar pelo que faz e, também, pelo que deixa de fazer. Sempre te julgarão pelo quanto você trabalha ou pelo quanto você deixou de trabalhar para conseguir o que tem. "Deixa ela pra lá, está atrapalhando sua carreira", dizem sobre quem sempre te apoiou. E, às vezes, deixamos mesmo. Somos influenciados negativamente em várias situações da vida e é aí que temos que nos esforçar para discernir sobre o que é certo e o que é errado.

Quem ama, trabalha duas vezes: em casa e no serviço. Trabalha na contabilidade da empresa e também no RH do coração da amada; vende um monte de coisa na rua durante o dia e doa carinho em casa a noite; atende aos clientes na loja com um sorriso no rosto que é menor que o sorriso com o qual a abraça ao fim do dia.

Por isso, te digo uma coisa: nunca coloque seu trabalho a frente de quem te ama e moveria montanhas pra te ver feliz. Por vezes, seu sucesso depende dela, na mesma medida em que o sorriso diário dela depende de você.

Lembre-se sempre: "Você deve aprender a amá-la da forma como quer ser amado."


EDSON CARDOSO
Professorzim brasiliense, formado em letras, amante de (boa) música e rato de jogos online. Um cara que não é um poeta, mas que se arrisca a brincar com as palavras. Nem de longe um boêmio, tampouco um insensível nato. Gosta de ficar em casa enchendo os "pacovás" das irmãs e ouvindo o cantarolar de sua mãe. Coleciona fotos e lembranças das viagens que já fez e planeja muitas outras. Alguém que agradece a Deus diariamente o dom da vida e a graça de ter uma família com quem pode contar. 

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Quer combinar qualquer coisa, dia desses? Uma pizza talvez? Ou um café naquele pub alternativo que te falei. Você ia adorar o ambiente. É tão você. Um desarrumado um tanto quanto descolado que no fim acaba ajeitado. Confuso, talvez por isso me faça pensar em você.

Vez em quando me pego pensando na bagunça que a gente fez. Coisa a toa. Mas eu sorrio tão largo e bonito que o peito se enche de luz. Você quebra as regras que eu me imponho, me faz dançar em câmera lenta, seu jeito independente de me querer, instiga. Não consigo explicar. É algazarra demais para o meu pobre coração.

Fico pensando se eu teria me arrependido de não ter mudado a agenda e ter te feito caber naquela semana. Tão espontâneo que chegava assustar. Sincero demais para deixar pra depois. Eu quis olhar nos olhos, sentir o seu cheiro, tatear as cicatrizes que você escondia com doses honestas de bom humor.

Não te culpo por tantos malabares em camuflar seus ferimentos. Mania atrevida de fingir-se de ferro. E a intuição não falhou, por trás do jeito sereno havia um menino inseguro tentando manter-se no eixo. E eu me diverti com as suas teorias nada malucas. Tão cheias de você e de suas andanças pela vida afora.

E eu gosto do jeito que você me decora, do quanto me observa, do toque suave que arrepia a espinha, do olhar desconfiado que provoca. Você me ganha com jeito, cantando o repertório punk rock que a rádio anuncia, arriscando me explicar física quântica enquanto nossos corpos dividem a mesma cama. Não há concentração que resista aos beijos roubados.

Eu inventei algumas desculpas boas para não me render e sair com você, porque no fundo eu já sabia que a gente ia se misturar na dosagem errada, dava pra prever os estragos. Eu sabia que ia querer mais. Sempre mais. E o mais estranho é que você também tá disposto a pagar pra ver. Então vamos? Um jantar descontraído no meio da semana com risadas garantidas e horas estendidas por emendas dignas de críticos literários. Vamos? Te espero no mesmo lugar e prometo que não atraso dessa vez.


MARCELY PIERONI.
Escritora, administradora e chef de cozinha por escolha. Perdeu o medo de sair do lugar e desde que começou a publicar seus textos coleciona viagens onde pode abraçar seus leitores e estar mais perto daqueles que acolhem sua baguncinha. Palestra e conta histórias para crianças. É sonhadora de riso frouxo.

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Na vida damos muitas voltas. Juramos não amar mais e não se aproximar mais. Juramos nos afastar daquilo que não nos faz bem e depois de um piscar de olhos lá estamos nós mais uma vez alimentando nossos pensamentos com promessas fáceis de serem destruídas. Lá estamos nós, nutrindo aquilo que alguma parte de você sabe que não vale a pena. Durante essas voltas e giros ficamos desejando que tudo passe. Pode demorar 365 dias, uma semana, dois dias ou um clique no relógio. Mas o desejo é sempre único. 

Nesse tempo muita gente chega, muita gente se vai e muita gente fica. Fica por ter encontrado em você um motivo que não a faça ir embora. Aquele motivo que as fazem lutar por você e pela sua companhia. Acredito que quem fica não fica à toa. Acredito que existe um propósito, uma chance, uma possibilidade, ou qualquer nome que você queira dar para essa linda maneira do universo colocar gente do bem no seu caminho.

Por mais que a gente meta os pés pelas mãos, que a gente chore, brigue com o mundo, o destino sempre dá um jeito de te fazer enxergar além. De consertar tudo aquilo que foi quebrado, de colocar no lugar tudo aquilo que te faz bem e levar embora tudo aquilo o que não te serve. A gente risca, mas o destino vem e rabisca. E lá na frente você irá entender que a vida faz muitas voltas e curvas, mas o destino sempre cuida de você, para que no seu caminho todo mal se transforme em bem querer.

Eu adoro a parte em que o mundo dá voltas. Aquela mesma parte que você quer voltar no tempo e fazer diferente. A parte que você chorou e sorriu. A parte que você quer abraçar quem te faz falta, mas tem medo. A parte em que você quer escutar uma voz pra acalmar o coração e dormir. A parte que a luz do quarto se apaga e a memória acende. A parte que você escuta uma música e lembra do cheiro de alguém. A parte em que você deixou de ser razão e voltou a sonhar com o coração. A parte em que você tinha tudo pra ser a pior pessoa do mundo depois de uma decepção, mas foi gente o suficiente pra se amar e recomeçar de novo.



FERNANDO SUHET.
Um pisciano romântico. Palavras e músicas ditam sua ordem. Apegado aos sentimentos mais simples e completamente ligado à família. Fiel aos poucos e verdadeiros amigos. Acredita na força do amor e, principalmente, na necessidade de solidariedade.


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Então o tudo vai acabar em algumas horas e eu demorei a vida toda para encontrar você, quanta ironia! O grande amor de toda uma existência. Nunca, minha doce querida, poderíamos ter tido tempo suficiente para viver esse conto de fadas. Dançar a luz de velas ao som de um sax e quando eu sentisse sua pele arrepiar ao som das notas te apertaria mais em meus braços.

Minha doce querida, queria ter mais uma vida para te entregar. Não vimos Paris no verão quando os cafés ficam cheio de pessoas taciturnas liberais e sorridentes. Não tomamos um vinho em Roma naquele restaurante escondido em uma viela que descobri sem querer, mas que te apresentaria em uma noite quente. Não plantarei girassóis para você, minha flor, e não poderemos sentar no jardim enquanto eles florescem, para que eu brinque enquanto vejo sua linda expressão fechada por eu fazer piada de sua preferência por uma flor tão boba.

A vida, minha pequena, é irônica, e talvez a iminência de um fim tão injusto me faça questionar o motivo de assim tão no fim de tudo meu caminho que sempre me levou aos mais variados péssimos lugares me trazer exatamente até você. A única escolha certa que fiz. Estou perdidamente apaixonado e esse sentimento no meu peito é a melhor e a pior coisa que poderia acontecer. Não chora minha paixão, não lamente esse pouquinho de tempo que nós tivemos juntos, não queria que você sentisse esse mesmo aperto que sinto agora no peito, por favor, sorria para mim. Eu sei que é o fim de tudo, que não tivemos chance, e é tão injusto você ser o amor da minha vida! É tão injusto não ter um lugar pra onde possamos correr... eu também estou com medo.

Talvez acordemos disso tudo aqui deitados na sua cama e nada disso tenha acontecido e não seja mesmo o fim. Mas minha doce vontade, se este for mesmo o fim de tudo, se não acordar mais e  não houver nenhum dia depois do agora, eu quero que você saiba que eu não gostaria de estar em nenhum outro lugar do mundo, sei que não poderia pedir nada mais do que tenho, seria impossível. Não tenho medo de partir ,minha amiga, porque não importa quanto tempo tivéssemos,  nunca teria sido suficiente.

Acho que é assim quando se ama alguém, quando podemos sentir essa coisa de estar completo, e eu me sinto assim. Não chora meu amor, não deixa suas lagrimas serem a última coisa que verei, sorria,  eu imploro. O fim está cada vez mais próximo e isso assusta, eu sei, pra onde vamos é irrelevante, existem paraísos demais para explorarmos e durante esse breve tempo que estivemos juntos você foi o melhor deles.


VITORIA LORDEIRO
Sou tímida ao extremo mesmo parecendo ser alguém extrovertido, Amo MPB (coleciono discos); não assisto televisão , nunca. Escrevo sempre tentando decifrar a alma masculina. Amo café, ler e ficar vendo receitinhas na internet.  Prefiro livros a festas. Amo comidas estranhas, quanto mais esquisita e nojenta mais eu gosto. Choro vendo ursinho Pooh e sempre torci para o Frajola.  .

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Esses dias eu parei e pensei: como o amor tem sido algo difícil de cultivar, né? A gente anda para cá e para lá e o amor nem “tchuiú”. Procuramos as melhores sementes, adubamos a melhor terra, aguamos e quem disse que nasce uma "flor do amor" dali? Procuramos nas esquinas, nos bares e se duvidar até nos motéis, mas ele não aparece. 

Quer dizer, não como realmente queremos que ele apareça. Do jeito que imaginamos e criamos; ele pode vir, mas provavelmente será um pouco diferente do planejado. E acabamos nos acostumando com amores vagos, relacionamentos vazios e, constantemente, pensando se alguma vez já conhecemos o amor como ele é.

Há quem diga que sente saudades de quando o amor era fácil de ter, mas aí eu te pergunto: ele já foi, algum dia, tão fácil de se ter nas mãos? Será que nem um trabalhinho deu? Seja abdicar dos seus finais de semana com os amigos, guardar dinheiro pra ir ao cinema ou ajudar a comprar aquele negócio que vocês queriam tanto. Tem certeza que não teve sequer uma dificuldade? Ah, teve sim. Pode não ser perceptível, ou você pode ter feito com que seu cérebro não percebesse a não maleabilidade do amor.

O amor é como pássaro livre, ele vem e volta. Para em nossa mão por um instante, mas só um instante mesmo, nos embala e aquece o coração, faz nosso estomago embrulhar, nosso pensamento ir a mil e as mãos suarem, mas logo ele voa e deixa nosso peito apertado. Voa para encontrar outra mão que lhe dê carinho e afago, voa para encontrar outros rostos e novos ares, voa para tentar uma nova felicidade. Mas, quem sabe, se for realmente amor, ele voltará pra você.

É que ele quer crescer, e como a Kell Smith diz em uma de suas músicas: “e quando cresce quer voltar do início, porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido.”

A gente faz o que pode pra ele (o amor) vir e ficar, mas pra valer, sabe? Nos doamos e ficamos cheios de esperança, até ele ir novamente. Então... Se o querer o fizesse ficar, ele nunca mais iria embora , se a fé o fizesse fazer parte de nós, muitos casais ainda estariam juntos. Logo, eu mais uma vez paro, penso e dessa vez chego à uma conclusão: o amor nunca foi manipulável, ele é do jeito que é e pode ser que ele nunca seja realmente meu, teu e nosso.


LAYLA MOTA.
16 primaveras. Uma baixinha arretada e apaixonada por um ilustrador. Aspirante à blogueira, escritora e desenha nas horas vagas. Louca por fotografias e pôr-do-sol, cristã evangélica de corpo e alma. Coleciona sonhos, histórias e gosta de compartilhá-los com gente que gosta da gente.

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Amor não é querer encaixar a pessoa em letra de música ou algum filme de comédia romântica, é entender que a receita é estar disposto a compreender o outro um pouco mais, todo dia, desde que isso não nos faça doer ou deixar de ser!

Não é conseguir deixar tudo perfeito porque todo mundo carrega em si imperfeições que acompanham a rotina a ser compartilhada, a cada dia a gente se mostra mais, e é aí que descobrimos que tem amor; quando a gente fica.

O amor nasce do caos que somos, e não das flores dadas ou das cartas escritas no dia em que comemoramos o dia do casal. Vai além de declarações estampadas em capas de revistas, perpassa o status de relacionamento em redes sociais. É uma estrada almejada e desconhecida a cada tentativa nova, é um pouco de compreender que,  às vezes,  o outro só quer chorar do nosso lado. Que faz parte que em certos momentos a gente repense se devemos continuar de mãos dadas, mesmo depois de tanto suor, tantas conversas horas a fio, conflitos de ideias, de sonhos construídos e meias jogadas pelo chão do quarto. É amor quando decidimos ficar, mesmo esquecendo de tudo ou mantendo tudo fresquinho na memória.

Amor não é a definição exata do que queremos, do que vemos nas novelas do Manoel Carlos, é surpresa da hora que chega e até quando se vai, pode deixar dúvidas as quais jamais conseguiremos a resposta, é a soma de afetos e mistura de sentimentos, é mais do que a posse, o ciúme ou as juras ao telefone.

Amor também é permitir que alguém vá embora e a gente permaneça amando, aqui, sozinhos, mesmo sofrendo por falta de correspondência ou pela falta de compatibilidade. Talvez por aceitar que precisamos deixar ir. Amor envolve preocupação, zelo, cuidado e atenção, não pode ser orgulhoso. Isso não.

É mais do que o aconchego anatômico da conchinha na hora de dormir, das massagens em dias necessitados, da sintonia que os corpos envolvidos pele à pele demonstram sempre nos dias de saudade, ou em que o estresse é mandado pra fora do quarto quando a gente se une com o mesmo objetivo. Mais do que somos, nos dias e noites em que o gosto de nós dois juntos é nosso combustível,  a gente só se alimenta um do outro até encontrar a paz.

Apesar de atravessar distâncias incontáveis, de durar anos, de ir além do fim ou aumentar todo dia a cada sorriso dado, à caras e bocas peculiares, Amor é algo que não cabe em palavras ou nos mais ricos poemas românticos, supera a nossa inteligência e se difere totalmente do que a razão insiste em falar, não precisa de permissão pra nascer, e a nós só cabe a entrega, mesmo sem entender realmente o que é, sem precisar questionar.


JOANY TALON.
Pra quem acredita em horóscopo é Canceriana, nascida em Araruama no dia 15 de julho de 1986, assistente social pela Universidade Federal Fluminense, e agraciada por Deus pelo dom de transformar em palavras tudo que sente, autora dos livros “Cotidiano & Seus Clichês” e “Intrínseco” e co-autora no livro “Pequenices Diárias”

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Sempre acreditei que nada é por acaso. Deus, criador de todas as coisas faz elos e pontes entre todos os seres, almas e amores.

Cada detalhe é traçado com precisão. Uma vez ou outra imprevistos acontecem, e isso faz parte da encenação que é a vida. Estamos sempre fazendo o nosso papel de acordo com os nossos Sentimentos, princípios e valores, mas a todo o momento o Diretor Geral cuida de cada caminho que Ele traçou.

As pessoas não passam, nem ficam na nossa vida por acaso. Elas sempre deixam algo para trás, há as que deixam mágoas e, junto com elas, lições. Há as que deixam amor, ensinamentos e gratidão.

Hoje venho falar de você, e falar de você é falar de luz. Falar do ser humano incrível que se doa sempre, que aconselha e que incentiva.

Dizem por aí que não adianta fingir os sentimentos, enganar o coração por puro capricho do que não deu certo antes, dizem ainda que dar chance para um novo amor é estar aberto para o mundo, é cuidar do espirito, é voar.

Das coisas que fiz, das coisas senti, eu queria ter te encontrado antes. Das coisas que falei, das coisas que ocultei, das pessoas que magoei, eu queria ter te encontrado antes. Das coisas que não falei, dos sentimentos que maltratei, eu queria ter se sentido antes. Mas como nada aqui é por acaso, a hora de te encontrar iria chegar e chegou.

Você me faz ter paz e luz, me ensina a cuidar do que carrego no peito. Você é um Ser numa evolução magnífica, mostra que guardar raiva, rancor e mágoa não vale a pena, pois sentimento ruim “mata a alma e a envenena”.

Estar com você é estar de bem com a vida amando tudo que tem ao meu redor, é agradecer, é viver e viver com força, é amar e amar com vontade.

Estou evoluindo a cada dia, confiando nas minhas e nas suas virtudes.


Deus não faz nada em vão, e você é a prova viva que Ele capricha em cada anjo que envia para a Terra, com a linda missão de tornar a vida do outro Iluminada.



KAL LIMA.
Poetisa, uma baiana com a alma no mundo e os pés em um rincão incrustado no Sertão. Sou uma garota-mulher apaixonada pelos encantos que o amor traz. Falo muito, sinto muito, nas palavras encontro o meu cais, é o meu jeito de transbordar.


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Acabou como tinha de acabar, numa boa, decidiram ser amigos, mas, por via das dúvidas, se afastaram durante algum tempo, uma vez que se tratava de algo muito recente ainda. Cada um prum lado, com suas próprias lembranças, rasuras da realidade do que de fato ocorreu, interpretações particulares do tempo que passaram juntos e, por que não, cada qual com suas queixas.

Ela tratou logo de - como dizem mesmo? - Isso, virar a página! Arranjou um namorado novo, fez uma viagem pro Nepal e se matriculou num curso de fotografia. Cabeça cheia e coração renovado. Novas descobertas, uma fuga perfeita do ciclo de mesmices que a velha rotina lhe oferecia, sem mais qualquer ânimo.

Ele, por sua vez, preferiu ficar mais quieto na dele, evitar um pouco lugares tumultuados, trouxe consigo algumas desculpas pra desmarcar saídas com amigos, sua sala de estar parecia ser seu canto mais confortável e o livro de Introdução ao Zen Budismo do D. T. Suzuki sendo a melhor companhia de momento.

Há quem diga, porque nessas horas muitos dizem algo mesmo, tanto amigos próximos quanto completos desconhecidos, que ela na verdade procurou preencher o tempo e o coração vazio pra não se dar conta de que ainda sentia algo pelo ex. Enquanto dele, falavam que não tinha superado e por isso usava o rompimento recente como desculpa, a fim de sabotar qualquer relação que viesse a ter.

Enquanto comentários e palpites brotavam, como se fossem teorias que levassem a algum lugar, ele tava desenvolvendo um projeto que parece ser finalmente o que precisava para deslanchar na carreira, tendo tempo apenas pra uns relacionamentos descompromissados e vez ou outra acompanhar pelas redes sociais as belas fotos que ela tem tirado em algum canto da Cordilheira do Himalaia com o namorado, peruano e instrutor de fotografia no Nepal.

Porque não tem fórmula mágica, há diversas formas de amar, mais ainda de esquecer um amor antigo. E, acredite quem quiser, segundo os ensinamentos budista D. T. Suzuki, estão todos bem.


CAIO LIMA
Eu sou tudo aquilo que deixei pra depois e que nunca fiz por preguiça. Tal como as abas que se acumulam na página de pesquisa do meu computador sobre as curiosidades que nunca vou terminar de ler. Sou uma sobrecarga de vontade contrariada, uma ansiedade passageira. Um desvio da rota, um tropeço pelo caminho. As versões que inventei de personagens folclóricos, um filme inteiro de Woody Allen. Sou um atalho impaciente pro jeito mais fácil. Chato pra cacete, mas tem quem ature e diga o contrário. Prazer, eu sou o que to podendo ser.

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Meu primeiro voo foi pra Belo Horizonte. Voo curtinho de uma hora e quinze, mas suficiente pra eu pegar na mão de Deus, só por causa de uma balançadinha que o avião deu. Pra mim era uma turbulência dessas de filme, sabe? Mas fiz cara de quem sabia o que tava rolando e 'mantive a calma' (lê-se disfarcei muito bem o cagaço que estava).

Pousei em BH e logo de cara me encantei pelo sotaque. 5 minutos depois, pelas mineiras. Nuh! Peguei sotaque muito fácil e, confesso, fiquei doido por uma morena também. 10 minutos em terras mineiras, eu já estava apaixonado.

Claro que em algum momento ia surgir a clássica pergunta: Zêro ou Galo? Bom, essa eu vou responder lá no final do texto.

Minas não tem mar, mas ironicamente tem uma marina. Marina menina, que não tem barcos ou iates, mas tem um bocado de cachinhos e um carinho todo especial.

Melhor assim, porque além de medo de voar, também não sou muito fã do mar. Prefiro ficar em terra firme. Na segurança da minha menina morena.

Algumas horas depois e eu descobri o amor mineiro, com beijo de pão de queijo e café quente como o desejo. Noh! Pensa num trem bão dimais da conta?

Na briga pra ver quem fica com o lado da parede, a gente colocou o colchão no meio do quarto. Agora não tem mais canto. Tem um inteiro feito de amor, e com muito amor.

A verdade é que a gente se acostuma muito rápido com coisa boa. Dois dias sem a sua companhia e eu já tô reclamando pro mundo dessa saudade à toa.

Voltei pra São Paulo com um gosto de saudade na boca e o corpo pedindo mais. Não é mais do mesmo. É mais de Minas, que só quem já foi sabe do que estou falando.

Minha escolha não tem muito a ver com futebol. Eu não manjo nada de astronomia (nem de astrologia), mas cada uma das estrelas que compõe o cruzeiro da camisa azul celeste ganhou um M. É assim que, mesmo longe, eu tô sempre perto da minha marina menina morena.

A estrela que sobrou? É segredo. E se me perguntarem, eu nego!

DIEGO HENRIQUE.
Prazer, Diego Henrique, 24 anos, Paulista e solteiro. Um aquariano na casa dos vinte, que brinca com as palavras e coloca os sentimentos na ponta dos dedos.

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Dias desses eu te observei passando na rua em pleno carnaval. Você conseguiu ficar ainda mais linda e estava muito bem acompanhada. Confesso que já não lembrava do seu sorriso. Quando tudo acabou, não conseguíamos mais sorrir de nada. O tempo parecia sempre frio dentro da gente, por mais que o sol brilhasse lá fora.

Sua coragem resultou na travessia. Você arrumou suas coisas e foi embora. Levou tudo, menos o que estava dentro de mim. Você não ousaria levar contigo as minhas lembranças, o meu sentimento. E não levou - nem vai levar. Nunca!

Escrevi tudo que ficou. Fiz um inventário do meu amor, do meu desespero e lacrei com as minhas lágrimas as cartas que desejei que você ouvisse enquanto eu gritava escrevendo em qualquer lugar. No guardanapo, no caderno, no espelho. E, no vidro embaçado do banheiro, eu arriscava desenhar o teu rosto pra colar junto ao meu.

Tantos poemas e desejos em papéis e notas espalhadas por todos os lugares. Desabafei sozinho, do jeito que você deixou, aos prantos. Soluçando, engoli seco a sua ausência, o teu sumiço e, tremendo de frio, te procurei e o teu silêncio foi a tua melhor resposta.

Você até voltou. Você voltou pra saber se estava tudo no lugar. Se aquele lugar ainda era seu. Você voltou por capricho, por vaidade. Não por mim. Ainda bem que eu pude fugir, me proteger do seu ego. E do seu lindo e fascinante sorriso.

Foi tão simples pra voltar, que você foi embora de novo. Mas, você já tinha perdido. E a sua aparição repentina e tardia foi suficiente pra me mostrar que eu já conseguia sobreviver sem você.

E tenho sobrevivido.

Esses dias, na avenida, enquanto eu olhava os trios, os blocos, as coisas e a felicidade das pessoas, você passou por mim. Bem mais leve do que quando resolveu ir embora. Das duas vezes.

Você estava bem, ainda bem. Eu também estou. Juro.

Mas, me bateu uma saudade danada da nossa história. Do que vivíamos e do que sonhávamos viver juntos.

Cheguei em casa e reli minhas dores escritas em papéis diversos. Peguei essa saudade toda e guardei num potinho. Ficou aberto, mas coube. Estão lá, junto com as cartas que te escrevi e nunca as enviei. Fechei bem.

Dessa vez, as lágrimas não vieram pra ajudar a lacrar a tampa.

EDGARD ABBEHUSEN.
Baiano cá do Recôncavo. Vizinho de Edson Gomes, Sine Calmon, fã de Dona Canô e dos filhos que ela deixou no mundo. Aspirante a jornalista e sonhador de um mundo melhor. Tenho axé correndo no sangue. Amor no coração. E entre acarajé e Sushi, eu fico com os dois.
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- Não dá mais. Acho que a gente precisa de um tempo afastados.
- E qual é o sentido em se afastar de quem se ama? Ou já não ama mais?
- Amo, pode acreditar que amo. Mas o amor nem sempre é suficiente...
- Essa eu já conheço. Pode dizer também que o problema não é comigo e sim com você.
- Às vezes os clichês fazem sentido, sabia?
- Então é só isso? Acabou?
- Não sei, talvez a gente se distancie e enxergue as coisas com mais clareza... Quem sabe a gente até volta.
- Essa ideia de dar um tempo não funciona comigo. Obstáculos e diferenças vão existir em qualquer relação, mas quando você ama de verdade, dá um jeito de lidar com eles.
- Mas eu não consigo mais lidar... Ou não quero mais lidar, talvez.
- Tem alguma outra pessoa?
- Eu estou confuso, mas não, não tem ninguém.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Prefiro que você me fale se tiver.
- Não tem. Só preciso de um tempo sozinho.
- Acho que não tem mais nada a ser dito. Cada um segue a sua vida, acabou. Melhor assim.
- Você não pode me dar apenas alguns dias?
- Agora sou eu que não consigo lidar com a sua indecisão... Ou não quero lidar, talvez. Gente confusa me assusta, me deixa insegura.
- Então é você quem escolheu que seja definitivo.
- Se você vai se sentir mais tranquilo assim, que seja.

Não houve um abraço de despedida nem um último beijo de adeus.
Estávamos a poucos quilômetros de distância, mas o fim nos tornava separados como se cada um estivesse em um canto diferente do planeta.

As lágrimas percorriam o meu rosto, contrariando toda aquela calma que eu tentava transmitir.
Eu sentia como se um pedaço do meu coração estivesse sendo arrancado à força de mim.
Pensei em gritar para você ficar, mas se eu gritasse, talvez você ficasse por compaixão, não por amor. E sem amor eu não via razão alguma para estar ao seu lado, mesmo sendo o lugar onde eu mais queria estar.


BEATRIZ ZANZINI.
Jornalista, escritora e filósofa de bar. Escrevo em uma tentativa de me descobrir e também de desvendar o mundo. E então percebi que, ao compartilhar minhas ideias e sentimentos, às vezes consigo ajudar não só a mim mesma, mas também outras pessoas que se identificam com as minhas vivências. Isso me traz uma inspiração ainda maior a cada dia.

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Oi... É... Tanto tempo que não te escrevo, acho que perdi o jeito. Mas ainda há tanto a dizer que já não suportava mais o silêncio que gritava, implorando que eu te rabiscasse mais algumas cartas.

Sabe, semana passada fui até um despachante fazer um orçamento. Sim, eu tomei coragem de fazer aquela viagem, mesmo não vendo muito sentido em conhecer o mundo sem você. Agora estou aqui, preenchendo um formulário e passei a última meia hora olhando para o campo que me pede teu nome, data de nascimento e outras informações que há tempos não escrevo.

Cônjuge. Essa palavra sempre me pareceu tão séria pra te descrever. Logo você que de séria nunca teve nem a pontinha do dedo do pé. Ainda posso ouvir tuas gargalhadas, teu "olá" sempre sorridente, teu "boa noite" sempre esperançoso. A vontade é rabiscar a seriedade e escrever por cima: amor. Porque é isso que você é pra mim, mas o mundo lá fora me cobra formalidade e inúmeras burocracias acabam ficando por cima do sentir.

Voltei caminhando pra casa naquele dia. Quis pisar nas mesmas calçadas que outrora caminhamos lado a lado, de mão e almas dadas. Passei em frente a praça onde nos conhecemos e parei no mesmo café onde íamos depois dos expedientes cansativos. Dispensei alguns bons minutos na livraria onde comprei teu primeiro presente. Listei, mentalmente, todos os livros que poderia levar pra te ver sorrir novamente, mas me contive e continuei meu caminho.

Sabe, continuar é sempre difícil quando há tanto de você nos meus passos. Ainda tem você em mim, muito mais do que eu poderia mensurar. Ainda tem tua voz na secretária eletrônica, mesmo que eu nunca tenha tido coragem de ouvi-la novamente, depois que você se foi. Ainda tem teu nome cravado na minha pele, naquela tatuagem que fiz depois da despedida de solteiro, e que você só descobriu na lua-de-mel. "Endoidou? Isso aí é pra sempre!", você disse. E eu gargalhei ao te ver, pela primeira vez, nervosa.

Voltando pra casa hoje parei naquela floricultura onde comprei o primeiro buquê da minha vida, no dia em que pedi a tua mão. Lírios brancos sempre foram teus prediletos. "Representam matrimônio e maternidade, sabiam?", você sempre dizia. E agora estou aqui, escrevendo esta carta pra entregar junto com as flores, na esperança de que, onde quer que você esteja, minhas palavras te alcancem, já que meus braços não podem mais te envolver.

Finalizo te fazendo uma confissão e, por favor, me perdoe pela omissão. Não te contei, mas todos os dias quando me deparo com o espelho, vejo a mesma tatuagem e respondo baixinho o que nunca tive chance de te dizer: "Nós também seremos pra sempre, meu amor."

Onde quer que esteja, olhe por mim. Te amo.


GISELLE F..
É uma pernambucana por nascimento e paulista por consequência da vida. Escritora, blogueira e brinca de ser poeta de vez em quando. É a típica mulher-eternamente-menina que, apesar de ter cicatrizes profundas, nunca deixou que seu medo lhe impedisse de se aventurar mais uma vez. Quando sente demais, transborda em palavras.


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Atravessando a incerteza, sem olhar para os dois lados da via, esbarrei num sorriso. Confesso que desde criancinha a distração me persegue e em muitos momentos me fez perder a real dimensão das oportunidades que cruzavam o meu trajeto. Numa espécie de cegueira temporária que obstruiu minhas próprias vontades. Mas desta vez não foi uma distração qualquer, naquele exato momento percebi o melhor acidente que aconteceu em minha vida. Logo eu que costumava planejar rotas, me vi perdido num caminho que estranhamente me fez encontrar o sentido e recobrar o juízo.

Há muito tempo estava cogitando dar um salto na vida, levantar a poeira e mudar radicalmente de ares. Mas não queria simplesmente seguir dicas padronizadas em manuais de autoajuda no estilo plantar árvores, escalar o Monte Everest, tirar selfie com tubarões brancos, pular de parapente ou tatuar o corpo inteiro. Eu necessitava encontrar em mim todos os sonhos que hibernaram aos efeitos entorpecentes da desconfiança alheia e despertar-lhes de uma vez por todas.

Foi justamente o que aconteceu. A partir daquele inofensivo sorriso fui descobrir que minha verdadeira vocação estava atrelada ao alcance da felicidade e então pulei de cabeça. Claro que pode parecer óbvio demais, afinal, felicidade é o fator condicionante ao bem estar geral da humanidade. Até aí nada de novo, mas você já parou pra pensar o que realmente te faz feliz?! Digo isto porque na maioria dos casos a felicidade só pode ser atingida com grosso calibre monetário ou troca de interesses. Tem muita gente confundindo o verdadeiro sentido das escolhas e acabando por viver contextos que não lhes pertencem.

Até mesmo nas relações de amizades ou matrimônio, sei lá, existem aqueles que defendem escolher laços que forneçam segurança financeira, poder ou status. Pra ser bem franco e honesto, conheço o mensurado perfil aos montes e já passei o constrangimento de ser isolado por não ofertar as características que suprissem tal demanda. Felizmente tenho conseguido me manter distante de tudo que comprove esta condição que tanto me enoja, afinal, não somos obrigados a manter nos ombros fardos que impedem o nosso progresso.

Às vezes é preciso provar doses homeopáticas de realidade para refletir sobre aquilo que atrasa nossa vida. Nem toda astúcia é benéfica quando estamos cercados de interesse escusos, dupla identidade e oposição.

Por isso eu vos digo, pare de correr atrás de quem quer apenas sugar sua energia. Na equação dessa conta cujo x é a incógnita que define a nossa felicidade, não aceite nenhuma forma de subtração, pois o melhor método para atingir sonhos sempre será a adoção de elementos que somem desejos inteiros. Nada nem ninguém é mais importante nem melhor que você, portanto, encare de frente este espelho que reflete sua alma e, sem pânico, ame a imagem que traduz o dono das vitórias que virão no frete das escolhas.

Você é proprietário de todos os bons fluidos da mesma forma que também será penalizado por não saber gerenciar os resíduos infectantes que circundam sua porta. Resta apenas decidir se a felicidade será peça meramente decorativa ou organismo vivo nesse sistema que impulsiona sua vontade de vencer o jogo da vida.

Te espero no pódio! Bora?!

DIEGO AUGUSTO.
Mineiro de Belo Horizonte, engenheiro de produção por profissão e escritor por paixão. Amante da vida e das pessoas, acredita que os sonhos embalam a vida e o amor propulsiona os sonhos. Odeia o mais ou menos e pessoas que querem progredir cedo acordando tarde. Apreciador de cervejas e conselheiro de temas que pautam as mesas de bares.
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*Ouça enquanto lê*

Eu te encontro por acaso, bebendo cerveja num bar da Augusta. Reconheço de imediato. Eu estava sentada com uns amigos e levanto da mesa inventando uma desculpa qualquer. Caminho lentamente ao teu encontro, tentando apagar cada memória que tenho de nós dois, imaginadas debaixo de um banho quente. Ainda não é hora de me entregar. Não posso transparecer assim, tão facilmente. Tínhamos todo um jogo pela frente.

Você parece surpreso. Mergulho meus olhos nos teus, mordiscando involuntária e levemente a boca. Você passa as mãos pelos cabelos. Eu me aproximo, me apresentando, sem desviar os olhos. Você desvia primeiro e eu começo vencendo. Um riso me rasga a face. Trocamos dois beijos de bochechas. “Prazer” eu digo. “Com prazer”, você rebate.

Volto à minha mesa, mas escolho outro lugar para me sentar, ficando na tua frente. Você me observa e sorri. Eu cruzo as pernas, lentamente, observando seus olhos acompanharem o movimento. Talvez minha saia seja inadequada para a primavera paulista, mas não me importo. Você, tampouco. Travamos uma batalha de olhares que dificultam a respiração. A tensão torna-se palpável e quase perceptível. Teu jogo estava praticamente ganho. Levanto-me abruptamente e me afasto, entre calores e calafrios, em direção ao lavabo.

A água escorre fria em minha nuca. O frescor alivia, diminuindo o batimento cardíaco. Inspiro fundo três vezes, antes de me recompor por completo. Ergo os olhos e, ao me encarar no espelho, vejo teu rosto me encarando de volta. Suspiro com o susto. Você se aproxima, sorrateiro e determinado.

Tuas mãos me prendem contra o mármore da pia. Tua boca à centímetros da minha. "Oi", você sussurra. "Oi", eu digo, visivelmente atordoada. Inspiro. Você tem um cheiro bom, o que não facilita as coisas. "Perdida em São Paulo?" você pergunta. "Precisava de outros ares", respondo. Tento me afastar, sem sucesso. Ponho as mãos no teu peito, empurrando para longe, mas você não se move. "Por favor", digo. "Não", você rebate. Fecho os olhos, derrotada. Ouço tua respiração no meu ouvido. "Você não está facilitando as coisas", te falo, entredentes. "Eu sei", você rebate, "não estou aqui para facilitar".

Volto a te encarar. Você me dá uma piscadela que me derrete inteirinha. Todo meu autocontrole desmancha.

— Você é mais alta do que eu imaginava. — você diz, tragando-me com os olhos.
— A recíproca é verdadeira. — retribuo.
— E é mais cheirosa.

Você inspira próximo ao pescoço, sem encostar. A cabeça cai levemente para trás, por reflexo. Te encaro com malícia, impossibilidade de segurar meus instintos. Eu estava ficando louca. Num impulso, te beijo o canto da boca. Você suspira. Eu piro. “Com licença”, te digo. Me afasto, te dando as costas. Você puxa meus cabelos, com força comedida. “Ei”, grito. “Espera”, você rebate. E eu espero. Você me encara, com sede. Eu me calo, porque se falo, entrego. Me entrego mais. Desvio os olhos. Você segura meus braços e me leva. E eu me deixo levar.

Você põe minhas costas contra a parede fria. Tem uma mão na minha cintura, outra no meu pescoço. A respiração ofega. A tua. A minha. Tua língua ensaia uma dança. Você vem beijando a base do pescoço até encontrar minha boca, sedenta da tua. Abafo um suspiro que estava reprimido. Tuas mãos desenham minhas costelas, com leveza desconhecida. Teus dedos eram o oposto da tua urgência minha. Minhas mãos querem alcançar você, mas você reprime. Segura as duas, acima da minha cabeça, enquanto me beija com vontade.

Você solta minhas mãos. “Parada”, você diz. E eu fico. Você sorri. Minhas mãos desobedecem e eu te procuro. Você cede e suspira. E no embalo, te afasto. “Preciso ir”, eu digo. E vou.

Outro puxão pelos cabelos. Sinto tua boca sussurrar em meu ouvido:

— Você não faz ideia do que eu faria com você. — você diz.
Eu te encaro.
— Não, boy, você não faz ideia do que eu faria contigo. — eu rebato.

E parto.

MAFÊ PROBST.
Santa Catarina. Escritora, blogueira e engenheira. Praticamente uma hipérbole ambulante. Autora de Saudade em Preto e Branco. Tem dezenas de projetos em andamento e sonha abraçar o mundo. Colecionadora de sorrisos, dentes-de-leão e clichês.

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Victor era o primo do meu amigo Pedro e era o carinha por quem eu andava realmente interessada. E desde de que fomos apresentados tudo que eu queria era poder provar o sabor que possuía os seus lábios. Ele era inteligente, divertido, e eu adorava passar tardes no parque alimentando os patos enquanto ele andava de skate. Pedro me convidou para ir em uma festa com ele, fui de acompanhante apenas para irritar Isabela, para ver se ela notava que o estava deixando escapar, ela que por sua vez o havia trocado por Thiago.

Chegamos, socializamos e meu acompanhante se propôs a buscar bebida para nós.
Eu sabia que era um mero pretexto para procurá-la mas fingi não reconhecer as suas reais intenções. Eles eram namorados desde a 8º série, mesmo tempo que Pedro era meu vizinho e meu melhor amigo.

Mas a briga dessa vez não era como as outras. Eles estavam realmente por um fio, e tudo que eu desejava era que se acertassem, não aguentava mais vê-lo arrastar correntes por ela.
A festa era temática para dar boas-vindas ao Halloween, eu tinha escolhido ir de bruxinha, e estava naquele exato momento admirando as demais fantasias quando senti os olhos de Victor me invadirem. Sim! Era ele. O garoto que há alguns meses me deixava desconcertada. Ele estava ali na mesma festa que eu e me olhava fixamente.

Seu olhar era seguro e me fitava com ardor, de repente senti uma vontade insana de poder me aproximar. Ele estava de canto com um estetoscópio envolto a seu pescoço, ele usava uma calça jeans branca com algumas manchas de vermelho que deveria retratar sangue, um jaleco branco que me fazia relembrar Jack Hill, de o Médico e o monstro.

Mas o que o diferenciava de Jack era com toda a certeza o cérebro de massinha de modelar que ele estava segurando em uma de suas mãos, deduzi que sua fantasia era inspirada naquele seriado americano Izombie, onde uma médica residente teve a sua rotina alterada quando foi a uma festa onde se transformou em um zumbi. Agora ela só tem fome de cérebros. Ele percebeu que eu o fitava e então veio em minha direção.

- Boa noite, Carolina!
- Olá, Doutor.
- Gostou da minha fantasia?
- Um pouco assustadora eu diria.
- Eu já iria lhe oferecer um cérebro para o jantar.
- Estamos em uma festa, e isso me lembra que o seu personagem acabou aderindo o gosto peculiar por cérebros exatamente numa ocasião como essa. Devo ficar preocupada?
- Se você se transformasse em um zumbi, com toda a certeza formaríamos um lindo casal.

Ficamos ali conversando por alguns minutos e ter o seu corpo cada vez mais próximo ao meu, incendiava todos os meus sentidos e deixava a minha pele em chamas. Então pedi licença, e lhe disse que precisava ir ao banheiro, joguei uma água no rosto, e decidi que iria falar para ele sobre o que eu realmente queria: que era um beijo seu. Sai do banheiro, injetei uma dose de coragem, tirei uma caneta de minha bolsa e escrevi em dois papeis toalha que encontrei na mesa da cozinha.
Doces em um, e travessuras em outro.

Retornei à sala onde Victor estava e pedi para que ele escolhesse um dos papeis.

- Que brincadeira é essa Carol?
- Apenas minhas vontades que estão pedindo para que sejam atendidas. E lembre-se: eu sou uma bruxa muito poderosa, não ouse me desapontar.

Ele me fitou mais ainda e mordeu os lábios, parecia que entendia exatamente onde eu queria chegar. Ele tirou o papel de doces, e então eu lhe entreguei um bombom, lhe expliquei a brincadeira, e ele pediu para ver o outro papel. Então eu lhe disse só seria concedido um desejo. E foi exatamente nesse instante que ele me surpreendeu com um beijo intenso e que trouxe à tona toda a sua virilidade, e em mim extremas vontades. Então eu lhe sussurrei ao pé do ouvido.

- Eu prefiro travessuras.
E depois do toque dos lábios, e da proximidade dos corpos ele me sorriu de volta, e me puxou pelas mãos me levando para os fundos, nos abrigamos em um quartinho que parecia com uma lavanderia, então ele me segurou pela cintura e me subiu em cima de um tanque, onde fortemente ele me abraçava, beijava meu pescoço e me levava a loucura, minhas mãos em sua nuca o acariciando com dosagens leves e aguçadas, enquanto seus lábios se perdiam em minha textura e eu descia pelas suas costas com minhas unhas afiadas louca para ali deixar as minhas marcas.

Ele então me olhou e sorriu e passou a mão em minhas pernas onde alcançou a minha cinta liga, deslizou seus dedos por minhas coxas e começou a me beijar, do pescoço ele começou a descer para meu colo, e do colo para meus seios, eu já me encontrava inteiramente molhada e implorando por seu toque. Ele me abraçou fortemente e levantou meu vestido, ele me observava como se eu fosse uma pintura a ser admirada, ele tirou o cabelo de meu rosto e começou a sussurrar em meu ouvido o quanto ele me desejava, minhas pernas tremiam, e meu pulso simplesmente parecia que iria explodir.

Então eu que adoro um jogo de comando resolvi inverter os papéis, me ajoelhei em sua frente, soltei um sorriso malicioso ao lhe ver espantado. Tirei sua cinta, desabotoei sua calça e simplesmente deixei ela cair. Ele deslizou sua mão por meu rosto enquanto eu delicadamente lhe mordia por cima de sua roupa debaixo. Perdi o pudor e me joguei na vontade, de joelhos em sua frente eu me deliciei em lhe dar prazer, ele segurava fortemente meu cabelo e soltava gemidos que me deixavam ainda mais e mais excitada.

Sucumbimos ao desejo, e o fiz chegar ao clímax superior. Então logo em seguida suas pernas bambas se dobram em minha frente, e mais uma vez estamos olho a olho, e sem me pedir licença me enlaça em seu colo e me beija sem pausas, apenas beijos ardentes, beijos de desejos, beijos que me deixam mais e mais com vontade de lhe sentir. Em minha boca, em meu corpo, em minhas pernas, dentro de mim, e completamente em mim. Suas mãos em meu corpo, minha roupa no chão, a timidez sai de cena e dá lugar a minha parte mais insana, ele não se assusta com minhas vontades e cumpre uma a uma.

Cavalgo em seu colo, e o beijo ao mesmo tempo, ficamos em pé, deitamos no chão, de lado e sem frescuras ou regras a serem cumpridas, éramos apenas eu, ele e muito tesão. Ao chegarmos no limite de nossos corpos e matarmos o nosso desejo, deito em seu peito e sinto que ele acaricia meu rosto.

- Eu simplesmente lhe quero mais do que uma única noite Carolina.
- Eu me jogo se você me segurar.
- Qual feitiço jogou em meus lábios?
- O mesmo que tu jogaste em mim no nosso primeiro olhar.

E alguns minutos se fizeram preciso, e essa foi a primeira noite de Halloween que tive mais do que um pouco de emoção, não era apenas eu e ele, éramos nós dois, muito desejo e uma intensa paixão.


RÊ VIEIRA
Sul-mato-grossense, escorpiana, bacharel em Direito, mas viciada nas palavras, brinca de ser poeta e é rockeira de coração. Ela é uma mistura de intensidade com a voracidade de viver, é apaixonada por livros, pessoas legais, música e é louca por vinhos.

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*Ouça enquanto lê*

Carolina pegou uma das folhas de papel sulfite na mesa de seu escritório e começou a fazer um barquinho. Ou melhor, tentar. Ela nunca foi boa em fazer dobraduras, diga-se de passagem. Estava entediada, mas não por falta de afazeres, pelo contrário. Eram muitas obrigações pra cumprir naquela manhã fria de expediente, mas no momento exato, Carol não tinha foco e nem interesse em nenhuma delas. Seu pensamento estava sem rumo, se é que isso é possível. Ainda não estava acostumada a ser sua própria chefe. Advogar nunca foi seu sonho, o que era estranho de se afirmar, já que sempre foi uma menina demasiadamente sonhadora. Sonhou em ser tanta coisa e tornou-se justamente o que não queria. Irônico, né?

Quando criança, tinha vontade até de ser caixa de supermercado. Achava o máximo o barulhinho que o aparelho fazia ao abrir e a forma habilidosa como as mulheres contavam e organizavam as notas. Também já teve vontade de ser aeromoça, apesar do seu medo de altura. Já sonhou em ser professora, mas desistiu na terceira série quando conheceu Ângela, sua primeira professora de matemática. Logo no primeiro dia de aula ganhou um "Não me chame de tia, não sou irmã da sua mãe!" da docente. Sem contar que foi Ângela que apresentou pra Carolina a temida fração e a acompanhou até a oitava série - passando pelas equações de segundo grau e tudo mais. Muito antes disso já se notava claramente que Carolina era de humanas. Não só pela sua dificuldade com os números, mas também por sua sensibilidade com as causas sociais. "Por que uns tem tanto e outros tão pouco?", questionava-se o tempo todo. Suas melhores notas sempre foram em Sociologia e História.

Ser advogada não era o seu sonho, mas era sonho de seu pai. Carolina foi criada por ele depois da morte de sua mãe no parto. Seu Osmar negou sua vida em nome de Carol e trabalhou duro para garantir a melhor educação para ela. Ela o amava de maneira tão bonita e incondicional que não soube colocar na balança as suas vontades e a vontade dele. Sentia-se em débito com o pai, apesar de ter sido sempre uma boa filha. Ela queria mais, queria realizar o sonho de seu Osmar. O pacato comerciante ficou em êxtase quando Carol entrou pra faculdade pública de direito. Antes disso ele já juntava uma graninha considerável na poupança pra montar um escritório pra amada e única filha.
Agora Carol estava lá. Com um diploma na parede e seu pequeno escritório. Era uma sala com uma mini copa e banheiro. Era bonitinho até. E aos poucos Carol ia colocando "sua cara" ali. Um mini cacto perto do lavabo, um quadro com poesia na parede branca, uma aquarela na sua mesa...

Desistiu do barquinho. Amassou a folha, lançou em direção a lixeira e errou a mira. Se viu obrigada a levantar pra recolher o papel e parou em frente a janela. Nunca tinha observado a vista dali com cuidado. Como era lindo! Era uma manhã fria, o sol estava tímido entre as nuvens do jeito que Carol mais amava. Os seus olhos míopes alcançaram vários prédios ao seu redor. Carol começou a criar diálogos imaginários na sua mente, tinha essa mania desde criança e às vezes até falava sozinha sem perceber. Quantos escritórios iguais ao dela haviam apenas ali naquele quarteirão? Quantas pessoas, assim como ela, matavam todos os dias as suas possibilidades, auto sabotavam a sua criatividade pra viver analisando papéis? E se todas essas pessoas fizessem realmente o que sonhavam fazer? " Ah, mas viver de sonho não enche a barriga de ninguém". Mas por que não? Talvez se a gente acreditasse mais neles, se a gente fizesse acontecer da forma extraordinária que parece ser na nossa cabeça, tudo seria diferente. Os sonhos teriam outro valor. Mas por que raios a gente procrastina tanto os nossos sonhos, hein? Por que eles são menos prioridade que qualquer outra coisa?

O telefone tocou e interrompeu suas várias perguntas. Ufa! Ainda bem! Porque aparentemente nenhuma delas teria resposta. Era da portaria. Seu Zé avisou que tinha encomenda endereçada a Carol. Ela desceu as pressas. Sempre amou receber qualquer coisa pelos correios. Ela era dessas que burlava a tecnologia e até hoje mandava cartas manuscritas com todo capricho do mundo, sabe? Mas dessa vez a encomenda veio em um pacote maior, do tamanho de uma caixa de sapatos. Ansiosa como era, rasgou logo a embalagem, sem pensar duas vezes. Era uma espécie de "cortina" feita com várias dobraduras de tsurus e um bilhete cuidadosamente colocado em um envelope rústico bem bonito. Carol abriu o cartão, cheia de curiosidade como sempre, ainda mais diante de um presente totalmente inesperado.

"Filha, sei que você nunca foi muito boa em dobraduras e deve estar se perguntando qual o motivo deu ter te enviado esse presente. Conheço sua curiosidade como ninguém, mocinha. Acredite, tem um propósito. Lembro-me bem quando tentei te ensinar a fazer esses tsurus. Você ainda era menina e passamos a tarde tentando em algum momento de suas férias escolares. Você achou lindo quando te contei o significado dessa ave japonesa, e queria porque queria aprender a fazer. Te ensinei pacientemente, mas você acabou desistindo porque achava que não levava jeito pra coisa. Eu insisti, disse que poderíamos tentar quantas vezes você quisesse até conseguir, mas você ficou irritada e amassou a última folha.

Sabe filha, eu queria te pedir hoje pra não fazer a mesma coisa com seus sonhos. Sei que você já é crescidinha, mas se ainda aceitar um conselho do seu velho pai, eu diria: Não jogue fora seus sonhos, não os abandone. Não dá pra descartar quem você é, e eu tenho muito orgulho da minha garotinha. Até suas frustrações são lindas, sabia? Porque elas fazem parte de você! Quero te pedir perdão, minha menina. Perdão por ter colocado meus sonhos na frente dos seus. Não sei se você lembra o significado dos tsurus, mas eles representam justamente a longevidade, a boa sorte, saúde e fortuna.

Por isso preparei essa cortina cheia deles pra ti, porque é isso que desejo pra sua vida aonde você estiver, independente do caminho que você escolha, mesmo que ele seja distante do que eu sonhei pra você. Você é maior que essas quatro paredes, o mundo é pequeno pra você. Voe! Vá ser feliz, meu amor. E não olhe pra trás, seus sonhos estão lá na frente, esperando por você. Beijo, do seu principal incentivador. Com todo amor, papai."

Carol borrou as últimas linhas do bilhete com duas indecisas lágrimas. Elas não sabiam se caiam de felicidade, de emoção, de surpresa... era um misto bem louco de sentimentos. Carolina sabia que aquela tinha sido uma grande prova de amor de Osmar - como se ele ainda precisasse provar alguma coisa! Retirou a cortina de tsurus, e colocou como divisória de ambiente, entre sua sala e a copa. Ali o vento batia suavemente e os tsurus pareciam voar. Deixou a brisa acariciar seu rosto e sorriu de olhos fechados como quem sonha. Mas agora, era o momento de ficar com eles bem abertos, observar seus horizontes e não suas barreiras. Seu pai, mais uma vez, havia ensinado uma grande lição: nossos sonhos não são de papel, e mesmo se fossem, toda vez que a gente tentasse descartá-los, erraríamos a mira. O lugar deles não é na nossa lixeira de emoções.

SUÉLEN EMERICK.
24 anos. Brasiliense que vê poesia no cinza do concreto. Jornalista que escreve por/com amor. Uso vírgulas e crases imaginárias pra contar histórias, e o coração pra vivê-las.

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Ela resolveu casar. Acordou num dia cinzento qualquer, abriu a janela e debruçou-se sobre a grade que sempre separou seus sonhos da realidade e descobriu que seus 35 anos pediam um complemento. No fundo nem era por vontade própria a decisão, mas seus pensamentos viajaram no questionamento de uma “estranha tia casada”, que dias atrás houvera interceptado uma conversa no churrasco familiar dizendo não entender o motivo de pessoas bem resolvidas social e financeiramente não conseguir um “bom partido” para alterar seus estados civis.

Sem contar a desconfiança que vez ou outra pairava sobre sua sanidade mental (talvez por seus relacionamentos afetivos passados durarem nada menos que curtos instantes), não suportando ministrar aulas de maturidade aos babacas que nem sequer eram formados em respeito.

Ela bem que tentou disfarçar o desconforto que o tema lhe causava, sorriu de forma ácida, mesmo sem concordar que em pleno século XXI o retrocesso familiar estabelecesse regras. Todo aquele papo de tia conservadora foi pior que carregar uma mochila Palestina com conteúdo Sírio e a fez refletir o quanto realmente valiam todos os esforços imprimidos até ali, naquela trajetória que parecia incompleta. Estudos intermináveis, incerteza de sucesso profissional, noites que poderiam ser perfeitas se não fossem compartilhadas com homens imperfeitos e o tédio daquelas ressacas que lhe acordavam sem ao menos desejar bom dia vieram à tona.

No entanto, estranhamente ela se sentia tão livre, mesmo que a grade empoeirada daquela janela transparecesse – aos olhos da sociedade – limitar sua liberdade. Ela tinha convicção de não querer alguém apenas para satisfazer o ímpeto social, dividir contas e seguir o rito que, sei lá quem, definiu como desfecho normal – casar, ter filhos e, se sobrar tempo, ser feliz. Ela queria ser dona de si, não propriedade de alguém.

Naquele dia ela se vestiu de branco e decidiu que substituiria o tradicional par de alianças por um único anel que simbolizasse seu amor próprio. Foi exatamente o que ela fez, assumiu compromisso com ela mesma e jurou – diante de um espelho – que o amor-próprio seria um exercício diário, cujo resultado seria demonstrar ao mundo que ninguém poderia dar a ela presente mais valioso.

Ter alguém ao seu lado poderia ser a consequência de um descuido qualquer porque ela sempre colheu os melhores frutos enquanto esteve distraída. Até aquele instante as obrigações da vida só haviam lhe servido para cumprir com questões previsíveis, tais como, dividas financeiras e compromissos com hora marcada.

A tia, sociedade, amigos e etc., poderiam pensar e expressar aquilo que julgasse adequado, mas ela não iria abrir mão de si por nada. Depois que ela disse sim a liberdade a única forma de renuncia ao contexto atual seria encontrar alguém disposto a dividir ela com ela mesma, no mais intenso ménage à trois.


DIEGO AUGUSTO.
Mineiro de Belo Horizonte, engenheiro de produção por profissão e escritor por paixão. Amante da vida e das pessoas, acredita que os sonhos embalam a vida e o amor propulsiona os sonhos. Odeia o mais ou menos e pessoas que querem progredir cedo acordando tarde. Apreciador de cervejas e conselheiro de temas que pautam as mesas de bares.
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