“Aparências,
nada mais, sustentaram nossas vidas.
Que, apesar de mal vividas, tem ainda uma esperança de poder viver.”
(Cury, Fatha)
Que, apesar de mal vividas, tem ainda uma esperança de poder viver.”
(Cury, Fatha)
Há um
conflito que atravessa a vida: a
necessidade de estar sempre sorrindo. Não é só esse, claro! Mas considero a
felicidade como sendo a primeira do pódio dos desejos eternos e imateriais. E o
que acontece é que, nessa busca incessante pra ser feliz, acabamos nos perdendo
num jogo de faz de conta dolorido e sem limites.
Posso
enumerar várias tentativas de se encontrar a felicidade, já que buscamos o
tempo todo, mas vou citar algumas simples, próximas e corriqueiras. Quando
vivemos em um relacionamento que mais rala do que rela; quando nos vemos em uma
profissão que mais demanda energia do que emana coisas boas; quando inventamos hobbies;
quando nos afundamos na literatura, no esporte, em bares; bocas; compras; carro
do ano, enfim! Quando afunilamos nossos desejos e nos habituamos com
realizações precárias – tudo em prol da chamada felicidade (na verdade, tudo pra
manter as aparências).
Cada um
busca a felicidade onde pode, no que pode e no que dá conta. Vejo poucas
pessoas buscando a felicidade em coisas que tem. A felicidade pode ser apenas um ponto de vista, já parou pra
pensar? Talvez esteja mais relacionada à maneira que você vê o mundo, do que a
maneira que o mundo gira em torno de você. Já tentou ver de outro ângulo?
Bom, o
fato é que nos acostumamos, esperamos mais dos dias do que os dias esperam de
nós. Esperamos que o próximo mês nos traga surpresas, que nos traga um amor
daqueles e que nos renove a esperança também. Mas não nos dedicamos pra ter um
mês diferente, nem cultivamos um amor
que queira de fato ficar, que dirá um amor que vá além de aparências e ‘ahams.
A
felicidade deveria estar mais relacionada à qualidade de vida! Acho que pouco
está ligada à conta no banco, ou a viver de mãos dadas com alguém. Às vezes
depositamos energia em situações que nos desgastam tanto, não compensa.
Viver
de aparências e de mentiras é a mesma coisa, acho que é preciso aprender a se
caber e a se pausar, na mesma medida. Porque a felicidade não se pode comprar,
nem estará em liquidação nunca.
Então
guarda isso: amor não é sinônimo de sorriso no rosto e companhia não é antônimo de solidão.
Qual será seu faz de conta de agora em diante?
Fotografia: Maud Chalard
Fotografia: Maud Chalard
Ana Nunes texto lindo e perfeito, amei!!!!!
ResponderExcluirAna Nunes texto lindo e perfeito, amei!!!!!
ResponderExcluirA verdade é que a felicidade é efêmera, assim como a maioria dos sentimentos. Fico imaginando quando alguém diz que está a procura da felicidade sem nem se dar por conta que, na verdade, já se topou com ela milhares de vezes e vai ser assim sempre. A vida é feita de constantes mudanças, já dizia Jonathan Swift "Nada há de constante nesse mundo, exceto a inconstância." ♥
ResponderExcluirEsse texto é perfeito. E posso, te afirmar, com certeza, que tenho vivido isso nos meus dias. Mas é aprendizado constante!
ResponderExcluirLindo texto Ana Nunes! Uma bela reflexão sobre para a tal Felicidade
ResponderExcluirlinda reflexão Ana!
ResponderExcluirAninha arrebenta como sempre, seus textos encantam.
ResponderExcluir*-*