O amor é brega
  • Home
  • SOBRE
  • QUEM ESCREVE
    • COLUNISTAS
    • LIVROS
      • EDGARD ABBEHUSEN
      • PÂMELA MARQUES
      • ROGÉRIO OLIVEIRA
    • CONTATO
    • Por que escrevemos?
  • Navegue
facebook twitter google plus pinterest Instagram social media FLEX living culture Shop


Encolhi os ombros e deixei a poeira baixar. Passei por cima da mensagem e segui como, se o lembrete no celular não existisse. Não minto, não tive coragem de apagar, e fiquei curiosa tentando puxar qualquer assunto corriqueiro que fosse. 

Há anos não tenho notícias suas.
Passou tão depressa assim que não me dei conta?

Claro que não. 

Só eu sei o que eu sofri com as despedidas prematuras, com aquelas idas e vindas que me massacravam a razão. Lembrei do domingo a noite quando você praticamente me sequestrou por duas horas, a fim de dizer que estava diferente e que também pesava os prós e contras do nosso último encontro. Você sempre veio em partes miúdas, curtas e avassaladoras. 
Sempre deixou marcas, tatuagens abertas que o tempo foi se encarregando de reconstruir. 

Senti o fôlego sumir. 
Senti que não sabia mais nada de mim, menos ainda do amor. 
Minha vida estava um caos desestruturada de tudo, sem eixo, nada concreto me sustentava. E quando tudo acalmou, você ressurgiu cutucando de novo uma ferida que não fecha. 

Mas admito de novo que me sentia superior a você. 
Me sentia superada, vencida. E você só virou o jogo. 
Abriu a porta e despertou de novo a sinceridade de sentir os descompassos me desorientando - você nunca me deixa de pé, sempre me puxa a flutuar.

Me desconheço quando está por perto. 
Me desencontro de todas as minhas convicções. 
Eu tô tentando ignorar a vontade de ler você, saber o que quer, mesmo sabendo que no fim vou acabar caída de novo com a cara no chão - e adianto, não é covardia ou pessimismo - é lição aprendida. Você provoca os melhores sentimentos em mim, mas nunca se compromete a ficar até o final. 

Somos opostos , intensidade e terra firme e eu sei que aí dentro bagunço tudo - e você detesta admitir que até a cor dos meus óculos são engraçadas pra você. 
Te prendo mesmo quando você voa em direção contrária. 
E eu sei que a mesma desordem que mora em mim, se hospeda no seu peito. 
E é isso que me acalma. Irônico não é? 

Não temos o final feliz com encontros e beijos mornos, mas nos enroscamos com vontade quando o coração se ausenta da órbita rotineira e pede uma dose de nós. Loucura santa que arrepia os pelos do braço e aquece a alma. Eu abri a mensagem, sorri com seu atrevimento, e não me culpo por desejar você de novo, e de novo. É assim que nós damos um jeito de dizer que ainda há espaço pra amar em silêncio nessa vida outra vez.



MARCELY PIERONI.
Escritora, administradora e chef de cozinha por escolha. Perdeu o medo de sair do lugar e desde que começou a publicar seus textos coleciona viagens onde pode abraçar seus leitores e estar mais perto daqueles que acolhem sua baguncinha. Palestra e conta histórias para crianças. É sonhadora de riso frouxo.
FANPAGE | INSTAGRAM
0
Compartilhe

Minha doce Alice, escrevo esta carta para lhe contar sobre um assunto que exigiria que eu te olhasse nos olhos enquanto falo, mas não possuo decência para tal feito. Assim, como o covarde que sou, escrevo linhas trêmulas de uma verdade irrefutável: O país das maravilhas não existe.

Eu queria alimentar em ti a ideia de um mundo mágico. Mas, onde estamos vivendo, os Chapeleiros, são seres que se perderam em meio à densa nuvem de maldade, e eles não estão conseguindo se reencontrar para estabelecer alguma paz nessa sociedade.

Quanto aos coelhos, correndo e olhando seus relógios, estão em toda parte. Acordam às 06:00, trabalham, almoçam, trabalham, jantam e dormem. Às vezes, amam... Mas deixam que seus amores sejam sucumbidos pela ação do tempo. Então, geram filhos, pagam pensão, algumas sessões de terapia, alguma escola integral, e bebem nos sábados a noite.

Existe uma rainha vermelha que governa com cetro de aço a vida de cada indivíduo, a ela damos o nome de rotina. Muitos sabem como derrotá-la, a fazem cair do trono por meio de um ataque certeiro, o inusitado. Mas muitos se rendem às suas ordens e viram seus súditos, esquecendo-se das maravilhas que poderiam viver fora de seu reinado.

Alice, sei que você está caindo sem paraquedas nesse buraco, mas não desanime, ainda que nade em suas próprias lágrimas, lembre-se de acordar do sonho e manter os olhos bem abertos, minha pequena... Ainda que não esteja no país das maravilhas, pode construir um mundo mágico para si mesma.

Acredite em alguma bondade escondida, busque o tesouro que o destino guarda para sua vida, lute suas lutas, Alice, você consegue. Eu sempre vou olhar por você, menina teimosa. No fim dessa história, você ainda vai encontrar a saída de seus pesadelos, mas vai precisar ser sacudida algumas vezes. Coragem!

Covardemente, 

De alguém que te olha em silêncio, que te ama às escuras, que se esconde nos becos da vida para te admirar sem ser notado. Do para sempre que não acontecerá.



NATH SOARES
Uma menina-mulher, brasiliense, perdida nos sonhos e achada no meio das palavras. Escreve desde que aprendeu a unir letras para formar mensagens. Por ironia, cursa Letras, talvez para se entender. Ama a escrita, mas mantém paixões como violões que não sabe tocar, corações que não acha a porta e a saudade, que preza pela inspiração que lhe traz. Coleciona canecas, miniaturas e amores inacabados. Carrega vícios como café, livros, rock e MPB. De amor e romance, tem o ser inteiro.


FANPAGE | FACEBOOK | INSTAGRAM | INSTAGRAM 2


1
Compartilhe

Estou cheia, empanzinada, agoniada. Tem excesso demais por todos os lados e eu me permiti absorver esses exageros como se não houvesse amanhã – e, de fato, o amanhã mesmo nunca chega. O coração acelera todas as vezes que me sinto cheia. Suspiro. Reviro os olhos. Sorrio. A verdade é que me enchi de você.

Eu me enchi de você cada vez que liguei o rádio e tocava aquela tua música favorita. Eu me enchi de você no refrão melancólico, cantado aos quatros ventos, enquanto riscava o asfalto sem ter algum lugar para ir. Eu me enchi de você quando troquei a estação e a música continuava sendo tua. Outras melodias, mesmas lembranças. Eu me enchi de você.

Eu me enchi de você quando um sorriso deixou de fazer sentido. Eu vi as entrelinhas em cada emoji enviado, que ninguém mais entende. Estou de cabeça para baixo e cheia de você. Sorrindo bobo, sorrindo mais.

Eu me enchi de você em cada fim de tarde que colore a cidade com a cor do riso teu. Nesses dias, eu costumo ficar sentada em frente ao mar, me enchendo de você cada vez que as ondas lambem a areia, trazendo na boca o gosto do beijo que roubei.

Eu me enchi de você naquele gole de café, propositalmente requentado. Preparei-o naquelas cafeteiras italianas e deixei esfriar de propósito, só para sentir o cheiro dele, requentado, direto do microondas. O cheiro inundou a casa e eu me inundei de ti.

Eu me enchi de você debaixo da ducha quente. O vapor se misturou com o perfume do teu shampoo preferido e eu me misturei na lembrança tua. Na lembrança nossa. E transbordei você, todinho.

Eu me enchi de você. E ainda cabe tão mais de ti aqui dentro...


MAFÊ PROBST.
Santa Catarina. Escritora, blogueira e engenheira. Praticamente uma hipérbole ambulante. Autora de Saudade em Preto e Branco. Tem dezenas de projetos em andamento e sonha abraçar o mundo. Colecionadora de sorrisos, dentes-de-leão e clichês.



BLOG | FACEBOOK | INSTAGRAM
0
Compartilhe
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial

nas redes

  • facebook
  • twitter
  • instagram
  • Dribbble

Populares

  • EM UM RELACIONAMENTO SÉRIO COMIGO MESMA.
    Pela primeira vez eu olhei no retrovisor e não vi ninguém atrás. Também não havia ninguém ao meu lado, apenas a companhia de um vento...
  • VOCÊ NÃO PRECISA ACEITAR!
    Você não precisa aceitar um amor meia boca só porque já te fez feliz um dia. Não precisa ficar com quem te priva de ter amigos, que te tran...
  • ADEUS AMOR.
    - Não dá mais. Acho que a gente precisa de um tempo afastados. - E qual é o sentido em se afastar de quem se ama? Ou já não ama mais?...
Tecnologia do Blogger.

ARQUIVO

  • ►  2020 (5)
    • ►  Junho 2020 (5)
  • ▼  2019 (11)
    • ►  Maio 2019 (5)
    • ►  Fevereiro 2019 (3)
    • ▼  Janeiro 2019 (3)
      • Nunca deixará de ser o primeiro (re)encontro
      • Alice, não existe país das maravilhas.
      • EU ME ENCHI DE VOCÊ
  • ►  2018 (73)
    • ►  Novembro 2018 (1)
    • ►  Setembro 2018 (1)
    • ►  Agosto 2018 (5)
    • ►  Julho 2018 (4)
    • ►  Junho 2018 (8)
    • ►  Maio 2018 (8)
    • ►  Abril 2018 (11)
    • ►  Março 2018 (9)
    • ►  Fevereiro 2018 (6)
    • ►  Janeiro 2018 (20)
  • ►  2017 (212)
    • ►  Dezembro 2017 (20)
    • ►  Novembro 2017 (10)
    • ►  Outubro 2017 (9)
    • ►  Setembro 2017 (9)
    • ►  Agosto 2017 (10)
    • ►  Julho 2017 (9)
    • ►  Junho 2017 (26)
    • ►  Maio 2017 (45)
    • ►  Abril 2017 (18)
    • ►  Março 2017 (22)
    • ►  Fevereiro 2017 (17)
    • ►  Janeiro 2017 (17)
  • ►  2016 (216)
    • ►  Dezembro 2016 (20)
    • ►  Novembro 2016 (21)
    • ►  Outubro 2016 (21)
    • ►  Setembro 2016 (28)
    • ►  Agosto 2016 (31)
    • ►  Julho 2016 (21)
    • ►  Junho 2016 (17)
    • ►  Maio 2016 (16)
    • ►  Abril 2016 (19)
    • ►  Março 2016 (21)
    • ►  Janeiro 2016 (1)
  • ►  2015 (10)
    • ►  Novembro 2015 (1)
    • ►  Outubro 2015 (9)

Facebook

Pesquisar

quem somos?

Photo Profile
O amor é brega e quem não é?

O Amor é Brega é uma plataforma de informações voltada para o autoconhecimento, comportamento e relacionamentos.

@oamorebrega

CATEGORIAS

  • amor próprio (28)
  • comportamento (47)
  • contos (5)
  • contos e crônicas (19)
  • cotidiano (9)
  • relacionamento (55)
  • relacionamento abusivo (11)
  • superação (4)
  • vida (26)
Copyright © 2019 O amor é brega

Created By ThemeXpose