Eu quis tanto que
você
ficasse...
Orei aos deuses de todas as religiões,
Pedi luz a todas as galáxias,
Mas não havia nada que eu pudesse fazer enquanto você saía por aí como um barco
desgovernado no meio da tempestade.
Me esforcei, fiz
tudo o que eu podia e lutei contra quem se colocou em nosso caminho,
Fiquei com você quando todos resolveram se levantar e ir
embora,
Desconstruí minhas crenças para acreditar em você quando ninguém entendia suas
razões,
Caminhei ao seu lado e segurei a sua mão, quando todos correram para chegar à
sua frente.
Várias foram as
vezes que esqueci de mim só para lembrar de
você,
Investi em nós o que nem eu acreditei ser possível, pensando que você era o
cara.
Aquele que faria tudo o que eu fiz e ainda mais, caso precisasse, porque sabia
que era com quem eu mais contava no mundo. Mas aí eu descobri que você não era esse cara e não importaria o que eu
fizesse, você nunca seria.
Eu só fui o porto em
que seu barco ancorou quando precisava de estabilidade.
Fui aquela que devolveu a você toda a confiança possível e impossível.
Às vezes, até penso que construí um monstro em você,
O monstro do barco desgovernado, aquele que arrasou e arrastou tudo ao passar
pela minha vida.
Já me culpei por
você ter ido embora, mas a verdade é que, lá no fundo, eu sei que foi melhor
assim.
E eu não me arrependo, nem por um segundo, tudo o que vivemos, tudo o que eu
doei, ou de todos os sentimentos que me acompanharam, mesmo que
sozinha.
Eu senti, foi intenso, foi único,
Não foi
recíproco,
Mas foi real.
Eu te amei e me doei
por completo, porque essa é quem eu sou, eu mergulho de cabeça mesmo.
Posso até quebrar a cara ao mergulhar em águas rasas, mas me arrependeria mais
se não mergulhasse e perdesse a oportunidade de ver peixinhos coloridos do
outro lado.
E, novamente, eu não me arrependo.
Não me arrependo nem
mesmo quando me lembro da sua covardia,
Quando você mandou aquela mensagem terminando
tudo,
Dizendo que precisava viver a vida, conhecer coisas
novas,
Que estava pronto para desancorar o seu barco e partir em rumo ao desconhecido.
Na verdade, eu ainda
torço por você.
Torço para que se lembre de como o mar é vasto e como as águas podem ser
traiçoeiras,
Para que se recorde de como é ter estabilidade e saiba guiar o seu barco para
que ele não vire,
Porque, meu bem, quando você precisar ancorar novamente, esse porto estará
fechado para reformas e não haverá concessões nem à barcos que já fizeram
paradas por aqui.
GRAZIELLE VIEIRA.
Mineira que vive no Rio, escreve em vários blogs lindos, ama Friends e Taylor Swift e, apesar de ser advogada, se encontra mesmo é na escrita. Ama café, pôr do sol no inverno, gatos e odeia pagar boletos. Dona e proprietária do Vigor Frágil
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