O amor é brega
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►Leia ao som de R U Mine ArcticMonkeys◄

Eu fugi, pensando que você iria correr atrás. Sim! Eu fui muito tolo em pensar que esse era o melhor plano a seguir, afinal de contas de onde eu tirei que a vida é um como um filme e todos estão seguindo um roteiro que eu escrevi.

Até hoje eu não aprendi que não posso controlar as ações que os outros irão tomar, apenas as minhas e se elas não forem claras, nem todos irão entender a mensagem que eu quero passar.
Mas não seria tão mais fácil se eu não precisasse falar? Se eu não precisasse ter que procurar as palavras certas, com medo de que qualquer vírgula fora do lugar pudesse gerar a interpretação errada. Seria mais fácil, mas nem sempre existe um caminho mais fácil a seguir.

Agora eu entendo, talvez não tenha tanta certeza ainda, mas sei que por trás de todas as mensagens codificadas, a verdade é que só tem uma coisa que eu queria ouvir, você é minha? Bem, você continuará sendo minha amanhã? Mesmo depois que o sol nascer e tivermos que deixar o nosso “nós” e enfim encarar a rotina do dia a dia?

Eu não vou esperar a sua resposta, pois sei que você pode estar com tanto medo quanto eu, por isso eu digo, eu sou seu. Eu posso ter demorado a me dar conta disso, porém desde que percebi eu não consigo mais pensar na possibilidade de viver sem ter você ao meu lado.

Mas mesmo que você não seja minha, eu continuarei sendo seu, pois você trouxe a mim um raio de esperança que eu já não via a muito tempo. Eu só queria ouvir você dizer que é minha, mesmo que seja apenas por essa noite, pois assim farei de tudo para prolongar esse momento. E quando for a hora de partir, mesmo que eu não volte a te ver nunca mais, pelo menos saberei que você foi minha, mesmo que por um momento ou uma noite. O que importa é que para mim terá valido uma vida inteira.

E eu continuarei sendo seu!

TAMARA PINHO.
Jornalista por amor (e formação), mineira, e sonhadora como uma boa pisciana. Vivo na internet, então é fácil me achar. Acredito que a escrita é libertadora e nos possibilita viver em diversos mundos ao mesmo tempo.

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Eu quis tanto que você ficasse...              

Orei aos deuses de todas as religiões,   
Pedi luz a todas as galáxias,       
Mas não havia nada que eu pudesse fazer enquanto você saía por aí como um barco desgovernado no meio da tempestade.


Me esforcei, fiz tudo o que eu podia e lutei contra quem se colocou em nosso caminho,              

Fiquei com você quando todos resolveram se levantar e ir embora,       
Desconstruí minhas crenças para acreditar em você quando ninguém entendia suas razões,      
Caminhei ao seu lado e segurei a sua mão, quando todos correram para chegar à sua frente.    


Várias foram as vezes que esqueci de mim só para lembrar de você,      

Investi em nós o que nem eu acreditei ser possível, pensando que você era o cara.         
Aquele que faria tudo o que eu fiz e ainda mais, caso precisasse, porque sabia que era com quem eu mais contava no mundo. Mas aí eu descobri que você não era esse cara e não importaria o que eu fizesse, você nunca seria.


Eu só fui o porto em que seu barco ancorou quando precisava de estabilidade.

Fui aquela que devolveu a você toda a confiança possível e impossível.
Às vezes, até penso que construí um monstro em você,
O monstro do barco desgovernado, aquele que arrasou e arrastou tudo ao passar pela minha vida.


Já me culpei por você ter ido embora, mas a verdade é que, lá no fundo, eu sei que foi melhor assim.   
E eu não me arrependo, nem por um segundo, tudo o que vivemos, tudo o que eu doei, ou de todos os sentimentos que me acompanharam, mesmo que sozinha.  
Eu senti, foi intenso, foi único,  
Não foi recíproco,           
Mas foi real.


Eu te amei e me doei por completo, porque essa é quem eu sou, eu mergulho de cabeça mesmo.

Posso até quebrar a cara ao mergulhar em águas rasas, mas me arrependeria mais se não mergulhasse e perdesse a oportunidade de ver peixinhos coloridos do outro lado.
E, novamente, eu não me arrependo.


Não me arrependo nem mesmo quando me lembro da sua covardia,    

Quando você mandou aquela mensagem terminando tudo,      
Dizendo que precisava viver a vida, conhecer coisas novas,        
Que estava pronto para desancorar o seu barco e partir em rumo ao desconhecido.


Na verdade, eu ainda torço por você.    
Torço para que se lembre de como o mar é vasto e como as  águas podem ser traiçoeiras,          
Para que se recorde de como é ter estabilidade e saiba guiar o seu barco para que ele não vire,
Porque, meu bem, quando você precisar ancorar novamente, esse porto estará fechado para reformas e não haverá concessões nem à barcos que já fizeram paradas por aqui.


GRAZIELLE VIEIRA.

Mineira que vive no Rio, escreve em vários blogs lindos, ama Friends e Taylor Swift e, apesar de ser advogada, se encontra mesmo é na escrita. Ama café, pôr do sol no inverno, gatos e odeia pagar boletos. Dona e proprietária do Vigor Frágil

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"Eu te abraçaria mesmo se você fosse um cacto e eu um balão", assim é com o amor, como eu o vejo. E assim se resume essa foto. Você sempre tão razão, e eu emoção. E assim te agradeço por ser quem foi, por me mostrar diversas coisas do seu mundo, que eu guardarei no meu e farei com que ainda existam. E assim você me fez viver de novo, quando eu achava que tudo já estaria apagado pra mim. Você foi, literalmente, a peça que faltou no meu quebra-cabeça (eu sei que você sabe como minha cabeça é, e está desde que tudo desmoronou) e era o que eu sempre costumava ouvir "nós somos muito diferentes", porque você encaixava perfeitamente em tudo que eu queria em alguém, e de peças iguais não se forma o quebra-cabeça. Você aqui dentro, ocupa um dos lugares mais lindos. Eu te levo onde eu for. Vou lembrar da gente sempre assim: segurando a tua mão, enquanto você segura a minha. E vou te amar de onde quer que eu esteja. De um jeito indireto, eu vou sempre levar você, até quando eu puder respirar.


MARIANNE GALVÃO.
Marianne Galvão,1990, escritora, blogueira, libriana e nordestina; é amante das palavras e filha do tempo. apreciadora nata de tudo aquilo que faz sentir o sangue quente viajando entre as veias, transborda sensações e sentimentos urgentes através da escrita. Escritora do livro "tempo do tempo: as estações do coração."


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Não sei explicar o motivo exato, só sei que de repente você está ali, paralisado, (re)vivendo em sua memória um momento que já deixou de existir. Ainda que seja um momento aparentemente positivo, o passado é uma espécie de prisão sem correntes e sem grades. Uma espécie de eco que repete o som, mas não o cheiro, o gosto ou os sentidos.

Quantas vezes não somos vítimas do pensamento de que é lá no passado que reside o que mais nos importa? Não notamos que o passado nos faz esquecer a importância de estarmos aqui, no presente. Se estamos tristes, revivemos momentos bons e comparamos eles com os momentos atuais, desejando aquilo que se foi e desconstruindo as possibilidades do que temos. Se estamos felizes, somos vítimas da nostalgia, que nos empurra para os traumas e dores que parecem irreparáveis, nos fazendo desmoronar o castelo que nós mesmos construímos no agora.

O passado é irrevogável. E reviver memórias é se torturar pelo que já se foi. Sonhamos com toda força ter a possibilidade de nos atirar no passado só para resgatar alguma sensação que foi embora, ou para mudar algum caminho ou decisão tomada e que, agora, parece ter sido a pior das escolhas.

O passado é desnecessário, não há por que manter ele no presente.

Uma coisa é certa, você não usará o seu passado para absolutamente nada. O que deve guardar são as lições aprendidas com ele, as marcas que te fizeram amadurecer, a beleza dos caminhos percorridos que te ensinaram sobre a vida e os amores que te construíram e te tornaram quem hoje você é. Todo o resto deve ser esquecido. Viver compreende olhar para frente, sempre.

Meu avô, na sabedoria de seus oitenta anos, dizia que se fosse para vivermos olhando para trás, teríamos olhos em nossas nucas, ou retrovisores presos em nossas cabeças. Nem sempre é possível evitar o desejo de voltar os olhos para o passado. Nem sempre é possível resistir à tentação de repetir antigas histórias e personagens. Mas, quando fizer isso, busque apenas a força que precisa e mantenha-se no presente, que é o único lugar que realmente importa e existe.

Aceite corajosamente que o seu caminho é em direção ao futuro, e não permita que o passado roube de você a liberdade do instante.



CAMILA HELOÍSE
Nasci no interior de São Paulo e foi naquela pequena cidade que aprendi sobre as melhores coisas da vida: amar, ter esperança e fé, perdoar e seguir em frente. Eu me formei em Jornalismo, me especializei em Redes Sociais e Inovação Digital e atuo na área há 11 anos. Escrevi “O Amor é o que Vem Depois” pela Editora Penalux, meu primeiro livro de contos e sigo apaixonada pela vida e pela mente humana. Sofro de uma ansiedade crônica, porém, vivo com otimismo e entusiasmo e acredito no imenso poder da nossa mente. 


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João Sampaio e Sophia Saavedra - Clip Sinfonia do Adeus - Baco Exu do Blues
► Para ouvir enquanto lê: Sinfonia do Adeus - Baco Exu do Blues - ◄

"Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira" - já dizia Renato Russo.

Desculpa, Renato. Mentir pra si mesmo é foda, significa que é preciso uma conversa com seu próprio coração para tentar consertar as coisas, buscar o amor-próprio e ir atrás de seu equilíbrio. Mas mentir para outra pessoa... Cara, chegue mais... Lidar com o sentimento alheio e, simplesmente, brincar de se fazer presente quando, na verdade, tudo não passa de um mero capricho, é puro egoísmo de quem não respeita ninguém. Você envolve a pessoa que diz que te ama, envolve de ambos a família, os amigos, conhecidos. Anda de mãos dadas, preenche gavetas, o espaço vazio na cama, a cadeira na mesa da sala, preenche os planos de fim de semana, próximo feriado, das comemorações das datas marcantes... preenche o peito do outro. Mas, no fim das contas, tudo o que pretendia preencher é o próprio ego.

Não existe quem queira estar só, se prestar ao papel de ocupar o tempo - e a vida - de alguém que está em busca do amor. Somos culpados pela nossa própria expectativa, confesso. Mas as nossas expectativas são reflexo do que vemos o outro ser capaz de nos oferecer, pelo nosso próprio convívio com ela. E essa capacidade é subjetiva. Em um dia, um abraço pode ser tornar casa e gerar o desejo de ali se morar para toda a vida. Em uma semana, os beijos contínuos se tornam alimento para saciar um forte desejo de se viver o amor. Em um mês, dois, dez...

Ok! Nos cegamos. Deixamos de prestar atenção nas entrelinhas e não percebemos a falta de pequenos gestos que nos deveriam dizer: "Olha, ninguém passa tanto tempo sem te dizer que gosta de você". Espera, mas não há somente palavras, tem gente que não consegue dizer, mas demonstra através do agir. Mas... se tudo deve ser espontâneo, será que o tempo demora tanto para agir e permitir que a voz explane o desejo do coração? Será que você não consegue perceber que a ausência dessa espontaneidade já traz algo de perigoso nessa estrada?

Mas continuemos a caminhar... Se envolva. Goste mais. Esteja apaixonado. Ame! Intensamente, ame! E depois descubra que tudo não passou de uma grande mentira. Que o excesso de silêncio nos pequenos dizeres, era realmente aquilo que você pensava ser um boicote ao próprio querer. Mas ao contrário do que você acreditava como sendo alguém que busca se esconder do próprio sentimento por medo do que está por vir, o boicote ocorre de outro modo. A pessoa não gosta de você. Nunca gostou. Se boicotou todo esse tempo por um motivo simples: Ela sempre quis estar só. Você foi, convenientemente, mantido ali para satisfazer caprichos. Talvez o sexo, talvez a companhia, talvez sua prestatividade, talvez sua inteligência, sua amizade, sua preocupação com ela, seu trato com a família e amigos, sua doação sempre esperando uma reciprocidade que nunca chegou. Você esteve ali apenas como um pequeno objeto de deleite para que o egoísmo te transformasse em algo que poderia ser tudo. Menos você mesmo.

E, olha. Você sempre se culpou por suas inseguranças, não foi? Em parte, isso também foi culpa sua. Todo o caminho que você percorreu até o instante que a encontrou. Mas e a partir dali? Quantas vezes ela disse que queria estar ali? Quantas vezes ela te olhou nos olhos e disse o quanto você a fazia feliz? Quantas vezes disse o quanto gostava de você? Isso mexe contigo, não?! Como ter certeza que a pessoa que está ao seu lado te deseja tanto quanto você a deseja e não tem a mínima vergonha na cara de dizê-la o que sente? Mas você só escutou o silêncio.

Mas você também errou. Uma. Duas. Dez vezes talvez. Mas, colocando na balança, será que você foi incapaz de fazer a outra pessoa feliz? Será que, dos momentos em que estiveram juntos (que não foram poucos), os erros se sobressaem aos acertos? Será que a gente não erra tentando acertar, ainda mais quando a outra pessoa se fecha num mundo quase intransponível que lhe traz mais dúvidas do que certezas? E você ainda ali, tentando desvendar mistérios que, talvez, nem a própria pessoa soubesse responder. Mas, ao menos você tentou. Alguém dos dois tentou.

Ela não é uma pessoa ruim. Nesse momento você a pintou como alguém vil, egoísta, egocêntrica, sem caráter, sem amor-próprio ou empatia com os sentimentos do outro. Você pôs na sua cabeça que a pessoa só fez brincar com seu coração e depois te abandonou sem nem querer olhar para trás. “Mas, olha... podemos ser amigos”. Desculpa, amigos se respeitam, mesmo com desejos diferentes, não fazem o mal ao outro. Ah, mas isso tudo é rancor, justamente, porque os desejos foram em caminhos opostos! Acho que não... términos são foda. Doem. Nos fazem sofrer. Não conheço ninguém que não tenha passado por isso. Mas descobrir que você foi usado todo esse tempo, nos faz questionar sobre a nossa própria capacidade de sermos bons o suficiente para os outros. Te digo uma coisa... Sim, você é bom o suficiente para alguém, para qualquer pessoa que esteja disposta a dividir o seu próprio mundo contigo. É foda mentir para si mesmo, mas mentir para alguém que se permitiu estar com o outro. Cara, isso não tem nem definição. Você é melhor que isso. Você merece muito mais. Deixe que o outro se engasgue em suas próprias mentiras... e nem pense em desejar o mal à pessoa, tudo o que vai, um dia volta. Para você, continue sempre se permitindo ser quem você é, afinal doamos ao outro o que cada um tem de melhor.


VITOR VILAS BÔAS. 

Baiano, professor de história, apaixonado por política, café basquete, fórmula 1, natureza e pizza de atum com catupiry. Hoje caminha sem muita pressa pelas ruas de Aracaju, deixando as ideias fluírem através do encanto captado pelos seus olhos e ouvidos. Anda, frequentemente, de sorriso e coração abertos, vivendo com a intensidade que os seus 30 anos ensinaram.


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Às vezes ficamos perdidos dentro de nós mesmos, dentro da nossa tempestade interior, da tormenta e do furacão que toma conta de tudo o que somos. E parece que somos uma ilha atormentada constantemente por todos os desastres da natureza e nem mesmo o náufrago que às vezes chamamos de consciência consegue sair pra respirar um pouco. Você me fala que vai ficar assim apenas mais uma noite, eu te falo que as nossas noites são eternas e faz muito tempo que não vemos mais o sol nascer, mergulhados nessa escuridão constante, entorpecidos, dormentes.

Em algum momento nós nos perdemos do que já foi amor, você ainda chama de amor, paixão, mas eu não consigo mais acreditar que podemos continuar assim à mercê da maré. Mesmo que fossemos as últimas pessoas do mundo ou as primeiras o sol não brilharia para nós.  Você sabe que sempre será minha garota e eu serei seu pequeno grande homem, mas aquelas, todas aquelas coisas que acreditamos poder fazer juntos não serão feitas.

Nunca mais vamos sussurrar eu te amo em madrugadas frias ,escondidos do mundo, no quarto, debaixo de um cobertor. O quarto e o cobertor continuam lá, mas o amor não. Tudo escapou pelos nossos dedos e o que ainda restou, seguramos com tanta força que sufocou. Às vezes perdemos as melhores chances de felicidade porque pensamos que seremos mais felizes no futuro e nunca vivemos nosso presente.

Vivemos os momentos e seguimos caminhos separados agora , com as mãos dentro dos bolsos, mais exigentes com as companhias com quem percorremos as grandes distâncias da vida, debaixo do temporal que vai dentro do peito.

Em alguns momentos você foi a música da minha vida, agora eu só preciso do silêncio da solidão pra continuar a não sentir mais nada. Eu gosto de você como sempre gostei, mas não consigo te amar mais.

VITORIA LORDEIRO
Sou tímida ao extremo mesmo parecendo ser alguém extrovertido, Amo MPB (coleciono discos); não assisto televisão , nunca. Escrevo sempre tentando decifrar a alma masculina. Amo café, ler e ficar vendo receitinhas na internet.  Prefiro livros a festas. Amo comidas estranhas, quanto mais esquisita e nojenta mais eu gosto. Choro vendo ursinho Pooh e sempre torci para o Frajola.  .

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Eu te guardei num potinho com água e glitter azul. Pote da calma. Pra lembrar a calmaria que você transmitia sempre que eu explodia. Vou chacoalhar toda vez que eu precisar explicar minhas angústias a mim mesma. Eu te guardei dentro do bolso do meu casaco de lã. Pra lembrar de procurar abrigo no frio, porque era no meu bolso que nossas mãos descansavam enquanto se aninhavam, esquentando tudo lá dentro, me fazendo esquecer o frio que fazia do lado de fora. Eu te guardei num quadro com moldura de bambu. Pra lembrar que os melhores presentes não custam caro e nem precisam. Que presentes, como fazia você, artesanal ou não, só tem valor quando é dado de coração.

Eu te guardei na esquina da minha casa. Pra lembrar que eu realmente não sei andar de salto alto e que eu devo mesmo usar tênis, pelo menos pra passar naquela esquina, onde eu sempre tropeçava e você me segurava. Eu te guardei na gaveta do trabalho, rabiscado num papel de rascunho. Pra lembrar de tomar água, toda vez que eu abrir a gaveta procurando doce. Também te guardei no porta luvas do carro, pra lembrar de ter sempre lenços, porque minha alergia não tem hora pra (me) atacar.

Eu te guardei na minha playlist. Pra lembrar que não preciso trocar de música, quando a nossa música tocar. Ela me traz sorrisos. Você também tá guardado na minha TV. Pra lembrar que eu não preciso aprender a gostar de uma série nova, posso continuar vendo a série que víamos juntos, sem você. E tá tudo bem. Eu te guardei com doses extras de gratidão na alma. Pra lembrar o bem que me fez e que falar mal de ex é coisa de gente pequena. Que ser grata por pessoas que passaram na minha vida, deixando estrago ou conserto, deixa aprendizado. E isso me faz ser mais leve.

Eu te guardei num órgão muscular, dentro de uma caixa torácica, embrulhado com um laço bonito. Pra lembrar que coração não existe só pra bombear sangue, existe pra guardar o que nos faz bem.
Eu guardei você.


ANA CAROLINA DA MATA.
Ela ama comer. Tem medo de apontar para uma estrela no céu e acordar com uma verruga no dedo. E também ama comer. Acredita que troca de olhares, às vezes, são mais bem dados que beijos de cinema. Não confia em pessoas que não gostam de animais. E ama comer. Tem medo do escuro e acha normal falar sozinha. Vive no mundo da lua e adora comer por lá também. É sagitariana, paulista, teimosa, devoradora de filmes, gulosa por livros e por comida também. Mas acha tolice tudo acabar em pizza, porque com ela, acaba em texto.

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— Eternizei você num poema. — disse ele abruptamente, sem eu mal terminar de dizer alô. — Estava deitado naquela rede vermelha e observava o calor subir do asfalto quando me lembrei de você... Os dedos coçaram afoitos, ansiosos por agarrar um lápis e te rascunhar... Tinha só um pedaço amassado de papel de pão, sabe? E eu te desenhei ali mesmo, letra por letra, linha por linha. Um tanto torto e bem zoado, mas ficou tão você naquele papel pardo... Sei lá, menina, acho que ao te ver tão amarfanhada ali em minhas mãos, me dei conta de tudo que fiz para que você ficasse machucada desse jeito, tal qual o papel que te pintei poesia... Eu sei, eu sei, eu sei... São águas passadas e não tem porque remexer e cutucar cicatrizes, mas assim que concluí aquelas linhas, senti uma urgência imensa de te ligar e te narrar a saudade mínima que bateu de ti, enquanto eu observava o marasmo de domingo e escutava o silêncio... Achei injusto, talvez, que eu te eternizasse assim, tão minha, e te escondesse no fundo de alguma gaveta, até que fosse descoberta por dedos finos e compridos de qualquer mulher ciumenta demais para revirar minha bagunça poética... Enfim, garota. Eu só liguei para contar que sinto, às vezes, a tua falta, que sonho contigo quase sempre, que tenho um querer bem imenso e que quase rezo todos os dias pedindo pela tua felicidade, menina, porque você merece ser bem mais feliz do que desenhei nas linhas tortas e amassadas deste poema...

E desligou, sem eu mal terminar de dizer alô.

MAFÊ PROBST.
Santa Catarina. Escritora, blogueira e engenheira. Praticamente uma hipérbole ambulante. Autora de Saudade em Preto e Branco. Tem dezenas de projetos em andamento e sonha abraçar o mundo. Colecionadora de sorrisos, dentes-de-leão e clichês.


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