O amor é brega
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"Metódica". Era assim que meus amigos costumavam me chamar... Aquela que seguia a risca a rotina e tentava não falhar em nada para evitar as decepções que observava com a vida dos outros. 

Eu costumava acordar sempre no mesmo horário, fazer as mesmas coisas e planejar tudo, exatamente tudo, acredite! Eu imaginava manter o controle quando organizava as ideias e fazia questão de cumprir compromissos e a ordem estipulada por mim mesma. No fundo tinha medo de sair dos trilhos, de perder a hora, de comer fast food no meio da semana e me sentir como se estivesse acabado de cometer um crime. Eu era do tipo que não me arriscava pra não me envolver entende?

Do jeito que evitava o novo por receio de não ter ou ser o de sempre, eu não queria casar, filhos nem pensar e pra falar a verdade, me tremia só de pensar nessa coisa de almoço em família, sogros, cunhados, etc. Era de suar frio, de revirar os olhos toda vez que alguém perguntava ou falava de constituir família ou arranjar um par pra mim. Eu nem me sentia velha como minhas amigas solteiras, tão pouco me desesperava só porque não tinha o carinha certo pra ligar nos momentos de carência e que elas juravam ser amor. Não imaginava de forma alguma seguir essa cronologia de me apaixonar, namorar e casar, nunca julguei quem sonhava acordada e suspirava com os filmes dos Nicholas Sparks. Eu até li alguns livros dele e achei bem bonitinhos! Mas não era pra mim não! Ah, não mesmo!!!! 

Eu gostava de não ter que me dividir com ninguém, me assustava o fato de pensar que eu teria que escolher um lado da cama pra dormir, não sabia lidar com alguém o domingo inteiro comigo, sentado no sofá depois de me ajudar a lavar a louça do almoço e discutir por algum programa que eu quisesse assistir na TV. 

Eu não me dei conta do quanto me pus em perigo quando você chegou para trabalhar no mesmo setor que eu; quando eu, profissionalmente, fui designada a te passar o necessário e que dividiríamos as decisões mais importantes que nos cabia. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei aquele chope? Eu passei a me preocupar mais com meu cabelo, eu quis comprar roupas novas pra ir trabalhar, quem era essa pessoa?! Onde eu fui parar?!

Os convites se repetiram por sextas-feiras seguidas e a cada saída eu voltava mais tarde pra casa e pensando mais em você. O quão louco você foi para aparecer lá em casa de repente, num domingo chuvoso e logo quando eu me sentia tão confortável de moletom cinza?! Eu pedi pizza mas entregaram amor! Eu jurava que estava o menos arrumada possível naquele dia, mas me senti a mais desejada quando, sem se importar com nada, você me deu um beijo e perguntou se podia entrar. Enquanto me beijava eu me sentia flutuante, me envolvia no seu abraço e, ali, parecia o meu lugar.

Você me fez mudar de planos! Agora eu consigo pensar no nome dos nossos filhos e acho essa casa pequena para quatro pessoas, você também? Até curto fazer compras e ver sua desenvoltura na cozinha me faz muito feliz, mas eu já engordei dois quilos com essa coisa toda. Não esquece que nesse domingo o controle fica comigo, combinamos assim, pra não dar briga. 

À propósito amanhã a gente completa 2 anos juntos, o que faremos no jantar?!

JOANY TALON.
Pra quem acredita em horóscopo é Canceriana, nascida em Araruama no dia 15 de julho de 1986, assistente social pela Universidade Federal Fluminense, e agraciada por Deus pelo dom de transformar em palavras tudo que sente, autora dos livros “Cotidiano & Seus Clichês” e “Intrínseco” e co-autora no livro “Pequenices Diárias”

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Uma sanja por brigas é louvável. Você só não precisa querer controlar os danos. Eles precisam acontecer.

Eu, assim como você, adorava brigar, juro, mas já perdi o tesão. O meu ímpeto foi embora com a idade ou com a experiência. Não sei afirmar. Mas não é como já foi.

No seu terceiro ou quarto relacionamento você quer um pouco mais de paz e menos furor. Você procura alento para o espírito já fustigado pelo desejo. A essa altura os pormenores são apenas isso.

Você está vivendo sua segunda paixão, querendo manter as coisas por perto, não perder o controle dos acontecimentos e por isso não aceita o erro, a falha.

Mas é no que você pretende controlar que está o que você precisa enxergar para poder aprender.

Só que esse aprendizado será o mais triste de todos, porque com o tempo e as experiências não aprendemos a amar mais, aprendemos a nos tornar mais indiferentes.

Nosso coração arrefece. Por esse motivo inventamos mil mentiras para, quem sabe, nos convencer que ainda somos como imaginávamos ser.

Mas nem tudo é sombrio. Nessas horas podemos sempre contar com a traição da nossa própria memória. Ela mentirá para acalentar o nosso coração.


HELIARLY RIOS.
É um amante. De política, economia e futebol. É um apaixonado por F1 e NFL. Garante o pão de cada dia e um teto para descansar trabalhando como analista contábil. Seu único amor é escrever de forma irresponsável e livre de culpa. O resto são paixões.


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Tô te escrevendo porque acabei de emprestar aquele livro que você me deu e que disse que jamais o emprestaria. Tô te escrevendo porque quando decidi emprestá-lo, eu imediatamente pensei “HAHA eu esqueci você” e exatamente agora eu tô ignorando o fato de ter sido super resistente e a pessoa praticamente ter implorado pelo livro.

Tô te escrevendo porque lembrei de você esses dias quando ouvi aquela música da Marisa Monte que você amava e acabei tentando sair pela porta errada do ônibus do mesmo jeito que você saiu da minha vida. Todo errado, meio perdido e bagunçado. Seguindo na direção oposta pra onde a minha bússola apontava.

Tô te escrevendo porque assisti um documentário sobre alienígenas e atribui toda a culpa pelo seu sumiço da minha vida a eles. Foi isso. Você foi abduzido. E eu não tenho o que fazer. Agora está tudo explicado. Ou pelo menos vai ficar explicado até eu assistir algum documentário que fale sobre moléculas que vibram tanto a ponto de sumir no espaço-tempo e eu começar a achar que você, agora, vive em uma realidade alternativa onde eu não estou.

Tô te escrevendo porque lembrei daquela carta que você deixou dizendo que eu mudei a sua vida mas que você precisava ir pra construir alguma coisa que eu não memorizei só porque achei que não me interessava nada seu que também não fosse meu. Sei que você acha egoísmo essa coisa de só amar inteiramente a pessoa enquanto ela está na sua vida... Mas é que eu não sei ser assim tão bom como você é.

Hoje, eu tô te escrevendo porque mesmo querendo que você fique aí, com a sua nova vida incrível e toda linda sem mim. Eu também quero que você volte. Quero mesmo. Quero que você volte e me ensine a não chorar a toa. Me ensina a sentir menos só pra também doer menos. Volta, e me ensina a ser mais como você pra eu amar a mim mesmo como você ama você e como eu também amo você. Me ensina a crescer e a viver, pra um dia talvez eu florescer assim como você. Vem e me tira dessa caixinha que meu mundo é, só pra eu parar de lamentar que meu mundo é vazio e apertado sem você. Volta, que eu aceito. Ou me leva, que eu vou.

Tô te escrevendo porque acabei de ouvir a sua risada e fui correndo abrir a porta.
Tô te escrevendo pra dizer que queria esquecer você.
Só que ainda não esqueci.



BRUNO FIGUEREDO
Poeta e Escritor. Capricorniano com ascendente em Paulo Leminski e lua em Tati Bernardi. Fã de ficção cientifica e de romances clichês. Dono do pseudônimo @sujeitoeu. Escrevo, mas escrevo sobre mim, e nem sempre sou só amor..

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argenta

O mundo estava acordando. Era um novo dia, mas pra mim ainda era ontem. Me recusava a aceitar a virada quando ainda não tinha ido dormir, mesmo que o relógio tivesse razão. Eu o olhava. Ele me olhava. Amanhecia e fazia frio. O calendário marcava sábado. Eu ainda vivia a sexta-feira. Por algum motivo me agarrei a isso. Enquanto eu não dormisse o tempo se congelaria? Eu sabia que não e o sono já me cutucava as costas sem a menor das delicadezas.

Só que considerando que ele mesmo, o tempo, vinha sendo meu maior inimigo nos últimos tempos, ficar acordada parecia uma vitória. Eu não envelheceria. Sem rugas. Sem cabelos brancos. Sem responsabilidades. Sem decisões importantes a tomar. Sem futuras decepções. Sem fracassos. Sem lidar com a necessidade de amadurecer a força.

Tudo estava perfeito. Eu só precisava me manter acordada. Simples assim. Fácil assim. Olhei para as horas marcadas no cantinho do computador e revirei os olhos. Isso não significaria absolutamente nada de agora em diante.

Levantei. Fiz um café. Dei bom dia pro sol. Comecei a refletir como perdíamos uma infinidade de coisas por sermos limitados por coisas que não podíamos mudar. Se eu não precisasse dessas malditas oito horinhas de sono, escreveria muito mais, viveria muito mais.

Mas, como uma boa pessoa preguiçosa, além das oito horas básicas eu durmo mais uma eternidade. Ok, culpa minha. Pode me algemar. Não sou inocente. Como já fiz antes — e como muitos fazem — coloquei a culpa em outro.

O tempo não tem tanta culpa. É claro que, pra mim, às vezes, ele agride. Passa mais rápido do que eu gostaria e isso me gela o estômago. Acredito que, com o passar dos anos, nos daremos bem e eu já não o olhe torto, já não lute tanto, talvez sejamos até amigos. Um cerveja, um café, um sorriso.

Quem sabe ele seja bonzinho, colabore comigo e não seja mais tão apressado. Mas ele tem sido duro hoje, como nos outros dias, e eu perco a batalha. Me jogo na cama, fecho os olhos, durmo. Boa noite, nos vemos daqui 14 horas.


TATIANE ARGENTA.
20 anos, paulista. Escritora de bar e cafézinho, romântica incorrigível que tem tanto medo do futuro quanto você. Inúmeras incertezas e conflitos no peito como qualquer um, mas que sabe por isso no papel. Assim como outros sabem cantar.

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❁Leia ao som de John Mayer - Your Body Is A Wonderland ❁


Mais uma vez eu acordei no meio da madrugada. A culpa? Com certeza é todinha dela! Ela rebate, dizendo que não fez nada e que a culpa é minha por pensar de mais nela. Tá, pode até ser verdade, mas a culpa é dela e fim de papo. Não é uma reclamação, longe disso. É um agradecimento por toda a inspiração que ela me dá.

Um dia desses a gente estava conversando e eu lembrei que ela ama livros. Quando senta de frente pra sua estante, se sente a própria Alice no País das Maravilhas. Vai viajando em cada conto, em cada história. Abre, sente o cheiro do livro, a textura das páginas e vai relembrando de momentos e memórias.

Se for reparar bem, além dos cabelos dourados que eu adoro, principalmente quando fico enrolando eles nos dedos, ela tem muito da Alice e a gente já riu disso. Inclusive, tenho que registrar: que risada gostosa que ela tem! Maluquinha — e agora ela sabe que as melhores pessoas são assim.

Ela se identifica com a Alice por fugir do senso comum, porque não é uma história de princesa que fica esperando o príncipe no cavalo branco. É sobre uma menina tão linda quanto curiosa, que quer se aventurar no desconhecido, se divertir com o Chapeleiro e fumar a narguilé do Absolen.

Eu já falei que ela é toda perdida na vida, mas a própria Alice só conheceu o país das maravilhas porque também era assim, e foi no meio dessa perdição que eu me achei na bagunça dela, mesmo ela tendo me avisado 27 vezes que era problema e eu não arredando o pé, porque daqui eu não quero sair.

Ela tem mistério no olhar, doçura no falar e um abraço irresistível que não dá vontade de largar. O amor é tão contraditório que a cura para a claustrofobia é um abraço bem apertado. Vou te provar o quanto ela é incrível: pesquisa aí no youtube 'Your body is a wonderland', do John Mayer e você vai me entender. O corpo dela é o país das maravilhas e eu me perco nele facinho, facinho.

O texto ficou pronto, mas só mostrei agora, porque não queria que ela acordasse. Ela estava linda dormindo daquela forma tão gostosa... Ela abriu um olho, se esticou feito gata, mas continuou enrolada na coberta, porque o dia está preguiçoso igual a ela.

Agora sai dessa cama, menina. Ainda tem um milhão de maravilhas espalhadas por aí, mas só fazem sentido se você estiver aqui. Se John Mayer canta que o seu corpo é o país das maravilhas, eu digo que a tua alma tem a magia da Disney inteira!

Eu vou ficar aqui mais um pouco, encantado com essa vibe tão boa e verdadeira.



DIEGO HENRIQUE.
Prazer, Diego Henrique, 24 anos, Paulista e solteiro. Um aquariano na casa dos vinte, que brinca com as palavras e coloca os sentimentos na ponta dos dedos.

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gabrielle-roveda

Chega um momento na vida que a gente cansa de conhecer pessoas, cansa de criar expectativas e se frustrar depois. Vai perdendo a graça, dá preguiça descobrir alguém desde o início e começamos a querer algo sério. A maturidade bate à porta e deixa de lado a euforia adolescente que te faz se apaixonar perdidamente por quem não te deu nem, sequer, um sorriso sincero. A gente vai aprendendo a conviver, a reparar em toques, a identificar olhares e percebendo que não é todo mundo que merece nosso coraçãozinho de mão beijada.

Ando sem paciência para amores vagos, para aquele pessoalzinho que não vai até o fim do túnel e quer ver a luz no meio do caminho. Sem vontade de querer me doar a alguém que não se mostra transparente, que não demonstra o que sente e quer apenas trocar carinhos sem trocar sentimentos. Cansei de amores meia boca, de satisfazer a vontade do outro só para depois mendigar um amor falsificado em troca. Amores assim não me satisfazem mais, amores mortos emocionalmente não me matam mais por dentro.

Depois dos vinte a gente até tenta, mas não consegue entregar o coração. É tanta decepção acumulada que gera um receio danado, os caquinhos já foram colados tantas vezes que o coitadinho já nem vem embalado com uma faixa de "cuidado frágil" e sim com um aviso de "remonte se puder". E é disso que eu falo quando digo que cansei de amores vagos, de amores que esperam tudo pronto. Ando com vontade de gente que vem com o objetivo vir e não com só o de querer receber.

Meu coração já não é mais inteirinho, a vida já me fez em pedacinhos milhões de vezes e nunca mais eu vou estar inteira para alguém. Por isso quero amores que entendam, que saibam que esse ser humano é peça usada pela imaturidade do conhecimento que se adquire quebrando a cara mil vezes. Quero amores reais, amores que abracem a alma ao invés de apenas o corpo. Gente que não só cole a pele na nossa, mas que una o que tem de especial lá dentro.

É, cansei de amores que não se importam em ser presença, que não se importam em se importar. Não estou mais para trocas ilimitadas de carinhos, estou para conversas longas de olhares e sorrisos profundos. Não tenho mais paciência para dividir cobertores e travesseiros sem que me toque internamente antes. Cansei de amores que vêm pra dividir, quero amores que chegam para somar. Amores que me acrescentem algo, não simplesmente mais uma preocupação no dia-a-dia.

Quero amores que não precisem de esforço algum para me fazer feliz, que seja natural. Ando totalmente sem paciência para gente que precisa de esforço para ser quem não é, cansei de pessoas que ainda não se descobriram querendo descobrir o outro. Estou numa fase onde eu quero alguém inteiro, não alguém pela metade. Não quero que me complete, quero que me acrescente.

Cansei de amores vagos, cansei de gente incompleta.


GABRIELLE ROVEDA.
1997. Escritora de gaveta, bailarina por paixão, sonhadora sem os pés no chão e modelo só por diversão. Do tipo que vive mais de mil histórias pelas páginas dos livros, daquelas que quer viajar o mundo só com uma mochila nas costas, do tipo que acredita no amor a todo custo e dispensa de imediato pessoas sem riso fácil. Não sabe fazer nada direito, mas insiste em acreditar que o impossível é só uma daquelas palavras que vão cair em desuso e se vê tentada a tentar de tudo. Viciada em café e em escrever cafonices sobre si e o amor sem dizer nada ao certo.

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mafe-probst

Acordei afoito e suado no meio da noite. Levei um tempo para me situar de onde eu estava, mas logo reconheci o vazio silencioso que entrava pelas frestas da cortina. A julgar pela escuridão, ainda era tarde. Ou quase cedo. Fiquei um tempo olhando para o teto que se escondia na minha parede azul. Eu sempre olho para o alto quando a insônia entra sem rodeios e suspiro um milhão e trinta e três vezes só para ver se o sono volta, mas é sempre em vão. Eu tateei o lençol ao meu lado e só encontrei vazio. Suspirei outras mil vezes. Já faz muito tempo, desde que você foi embora e não há mais um fio de cabelo teu perdido nas esquinas desse apartamento pequeno. Eu continuo dormindo do lado esquerdo da cama, continuo deixando um travesseiro sozinho e continuo coando café para dois. Bebo sozinho. Durmo sozinho. Faz muito tempo, mas não passa. Eu invadi o espaço que era teu e cheirei a fronha gelada, inventando teu perfume — que perfume você usaria agora? — e o cheiro do sabão em pó queimou minhas narinas. Faz muito tempo que queima. Suspirei mais cem vezes e senti o sono voltar tímido, junto com a fraca luz do dia que amanhece. Você gostava dos tons do dia amanhecendo, lembro bem. E suspirei. Faz tempo. Fiquei deitado no travesseiro que era teu, lamentando o futuro que era meu, não nosso. Talvez tenha te perdido aí. Não sei, faz tanto tempo. O sono infiltrou-se, pesando minhas pálpebras cansadas. Eu invadi o teu espaço e peguei no sono ali. Não sei, talvez por isso tenha te perdido. Sei lá. Faz tanto tempo.

MAFÊ PROBST.
Santa Catarina. Escritora, blogueira e engenheira. Praticamente uma hipérbole ambulante. Autora de Saudade em Preto e Branco. Tem dezenas de projetos em andamento e sonha abraçar o mundo. Colecionadora de sorrisos, dentes-de-leão e clichês.

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re-vieira

Dias, meses, anos, a saudade as vezes ameniza, em outro momento ela vêm sem sobreaviso e soca o meu estomago, me causa náusea, dor na alma e também faz brotar em meus olhos castanhos lágrimas que queimam ao roçar a minha pele morena.

Basta! Cansei das suas dúvidas nas horas que precisei de sua decisão, e de suas certezas que vêm em um combo de juras de amor nas horas erradas. Não quero mais cruzar a mesma rua que você faz morada, quero me perder em um destino incerto, conhecer novos olhares, me prender em outros desejos, e me deixar levar por novos beijos. Não quero mais esperar por alguém que não sabe nem ao menos se quer voltar ou o porquê quis realmente partir.

— Mas eu te quero, eu te amo, eu posso te merecer Ana Clara.

Isso você me disse tantas outras vezes, um dia logo após eu lhe ver em braços que não eram os meus, beijando outra boca sem nem ao menos se sentir culpado, foi o meu coração que ficou em meio a ruínas de um fim que estava tão escancarado em minha frente e eu sempre me neguei a enxergar.

Eu que sempre fui segura de minhas vontades, abri mão da minha vida, do meu sorriso e até do meu amor próprio tudo para satisfazer o seu ego, não venha me jurar amor se você nem ao menos sabe o que significa essa palavra fora do dicionário, o estrago já está feito e tudo que espero é que ao bater à porta logo após você sair que não venhas mais impor a sua presença em minha vida, fechei para visitação, esteja ciente disso.

Mas caso insistir na teimosia de sempre e resolva aparecer esteja preparado para ver a cena aí do banco de reservas, e será a minha vez de estar desfrutando de um prazer momentâneo, de um lance causal ou de uma linda história de amor, essas que sempre fujo por não ter na pessoa os resquícios que ainda espero de você, mas agora é minha vez, sairei sem nem ao menos olhar para trás, deixarei no chão o casulo que me aprisionava à esta história que já conhecemos o final, lhe deixo uma casa vazia sim, porque todos os sentimentos dos mais nobres até os mais ousados, levarei comigo, para entregar a uma nova pessoa seja ela quem for.

Não foi fácil optar por uma nova rotina sendo que a antiga ainda era tão convidativa, mas ter que conviver com o seu desdém e pouco caso estraçalhou a minha dignidade em incontáveis partes que até hoje tento reparar o estrago, então me desculpe se não possuo mais saco para ouvir as suas lamentações ou de estar sempre com tempo para lhe responder, há, aliás, já que estamos falando sobre isso, não se assuste se a partir de agora tiver que lidar também com o meu sumiço, afinal, para que continuar presa ao cordão umbilical sendo que já sei caminhar sozinha?

The End. Game Over, Sayonara. Me ensinaram lá na escola que “agente” junto é contra qualquer regra de ortografia, tanto que passei a aplicar isso em minha vida, você é aquele velho cigarro que me dá a sensação de liberdade a cada nova tragada, mas ao mesmo tempo aniquila meus pulmões e não, não é nada saudável, decidi quebrar os grilhões que me aprisionam a ti, mas de uma coisa você não pode me culpar, estamos à beira do precipício, e a escolha é continuar ao seu lado ou a pular, eu escolhi voar mesmo sem ter asas, mas quem me fez chegar a essa conclusão foi unicamente você, no momento que decidiu que meu amor não era suficiente para lhe satisfazer, hoje ao vir aqui, jurar que ainda me ama, confesso que me perdi por um momento, mas logo em seguida já cai em mim, e se um dia decidi voar, foi porque ao seu lado eu já não encontrava mais a segurança de um lar.


RÊ VIEIRA
Sul-mato-grossense, escorpiana, bacharel em Direito, mas viciada nas palavras, brinca de ser poeta e é rockeira de coração. Ela é uma mistura de intensidade com a voracidade de viver, é apaixonada por livros, pessoas legais, música e é louca por vinhos.

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magda-albuquerque

Te encontrei e, tão logo se deu o encontro, teu cheiro, tua pele e teu toque ficaram marcados em mim feito tatuagem, de um jeito intenso, como se sempre estivesse ali e como se já fizesse parte de mim. Não é pretensão alguma, mas ouso dizer que, desde o primeiro instante, não permitistes que nenhuma outra imagem se tornasse evidente, a não ser o que tu trazias à minha vida.

Fui me acostumando com essa novidade que logo se acomodou, colou em mim, em minha alma, minha pele. Já não havia um eu distante desse tu que chegou fazendo morada, revirando tudo, cravando teu lugar, sem demoras. Não entendo muito bem em que momento tudo se tornou tão efetivo assim, tão bem definido e claro, mas foi natural, como se, ao nascer, tudo já fosse assim. De alguma forma renasci, renascemos e renovamos a alma travestida de dores para uma nova — de cores, símbolos e sonhos novos e inteiramente verdadeiros, perdurando por um tempo infinito.

Eu que estava acostumada a ser só. Pele limpa apesar do desgaste do tempo e histórias passadas, deixei que fosse tu a deixar marcas em mim. Senti que era a pessoa e o momento certo, que passei um bom tempo da vida a pensar se um dia conseguiria tatuar, deixar ficar pra sempre. É que eu temia me arrepender e não poder mais me desfazer das marcas que ficassem. Mas ao chegar, tu fizestes tudo tão distintamente, que eu nem percebi e já estavas completamente em mim, em meu corpo, em minha vida.

Hoje olho para a minha história, que está na pele, e te vejo em cada curva, em cada cor, em cada suave marca registrada pelo amor que existe em nós. Te vejo tatuado no peito, na alma, no pensamento. Te vejo em cada passo, cada gesto, cada plano e sonho. Te vejo em tudo, e não esperava que fosse assim, nem nos maiores sonhos e planos que já ousei fazer um dia, e olhe que de sonhos eu entendo bem, pois eram eles que alimentavam o silêncio da solidão que vivi por tanto tempo.

Abri o coração disposta a deixar a vida acontecer, e me trazer o que fosse predestinado a mim, ou que eu atraísse, ou que outra lógica pudesse justificar como se dão todos os acontecimentos da vida. Ao deixar leve, o coração tão logo se deixou encantar-se pela calmaria do teu, que de um jeito tão leve, transpira intensidade. Aprendi nesse encontro que não tem nada maior que a entrega e tudo o que nossa vida deixa acontecer, ao permitir, com leveza, que se aproxime o que fizer sentido à vida e a todos os outros sentidos que estão em nós.

E como não tem outro jeito, te deixo ser em mim uma marca de infinitude, porque ao me permitir te deixar chegar, abri um novo espaço para o amor que era tão esperado, mas não sabia sobre nada dessa intensidade que faz o coração acelerar e ficar miúdo para o tanto que há entre nós. Não há como ser diferente, és agora tatuagem, em mim, em minha vida, e não há de apagar. Amor inteiro assim não se desfaz, não perde cores, nem se deixa esconder com o passar dos anos, é sempre novo, sempre colorido, vivo e visível.


MAGDA ALBUQUERQUE.
Magda Albuquerque. 26 anos. Prolixa. Psicóloga. Mistura realidade e fantasia em um encontro com a sua criatividade. Sempre em busca de tornar os dias mais leves com uma palavra ou outra, tentando organizar o próprio mundo. Escreve para organizar o próprio mundo, com a missão de colorir a vida - a sua e de todos.

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Disseram a ela que homem nenhum ficaria ao seu lado caso ela não mudasse seu comportamento. Ela sorriu e disse: sou minha, baby. E não deixou de ser que era para caber na vida de ninguém. Ela sempre soube quem queria ao seu lado e como desejava viver. Jamais deixaria que alguém coordenasse seus passos ou lhe dirigisse seus caminhos. Ela sempre teve em mente que a vida é muito maior do que o seu status de relacionamento, do que sua condição civil. Ser metade de alguém nunca fora prioridade. Ela sempre acreditou que era inteira demais para buscar uma banda de laranja.

Disseram a ela que ela deveria se comportar como uma moça de família, pois homens não gostavam de mulheres baladeiras e que curtiam noitadas. A moça sempre teve em mente que ela poderia ser quem quisesse. Mas não admitiria, em hipótese alguma, ser Amélia de ninguém. Amélia era mulher de verdade pro homem que desejava que ela fosse invisível aos olhos dos outros, que estivesse em casa preparando comida e cuidando dos filhos, que abaixasse a cabeça para as suas represálias. Ela não poderia ser Amélia. Nem que ela quisesse.

Disseram que ela deveria ser mais comedida, menos espalhafatosa, que falasse apenas o necessário e deixasse que o homem a conduzisse em todos os momentos. Ela olhou para si, para a sua história, se viu batalhando nos momentos difíceis, sem que alguém lhe estendesse a mão e não pôde ser ingrata com seu passado, com os dias sem vitória, os dias em que teve ao seu lado única e exclusivamente sua companhia. A moça não soube conciliar sua independência com a boa vontade alheia.

Disseram que ela deveria mudar seu jeito para caber na vida de alguém, que suas roupas não condiziam com a vida de quem ela queria, que ser independente demais a prejudicaria e que ela deveria baixar a guarda vez ou outra. A moça olhou para sua vida mais uma vez, para a sua história, e convidou o moço para entrar. Fez café, estendeu rede na varanda e deu a chave da casa. A única exigência que ela fez foi que ele não lhe cortasse as asas, pois ela sempre compreendeu que todas as exigências para caber na vida de alguém nada mais era que uma gaiola.


PÂMELA MARQUES.
Pâmela Marques é escritora, musicista e apaixonada. Tem alguns títulos acadêmicos, mas o que realmente importa é que ela vive para arte. É fã alucinada de Roxette, amante de Caio Fernando Abreu e admiradora de Tolkien.

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andressa-leal
❁Leia ao som de Liniker - Zero ❁

Quero te tirar dos eixos e bagunçar seu cabelo, aquele que me dá raiva de tão certinho e que não tem um fio fora do lugar. Preciso saber se você é capaz de se entregar assim ,sem medo. Será que você consegue, alguma vez, fazer as coisas sem se preocupar com as horas?

Deixe-me bagunçar você, tirar a sua vida um pouco dos trilhos, sair sem ter hora para voltar e, algumas vezes, silenciar o celular. Sua vida não precisa ser tão cronometrada assim, experimente viver um final de semana sem ter hora para tudo, tente aproveitar a sua folga ao máximo. Você precisa viver novas experiências, novos gostos e situações diferentes. Pode falar palavrão de vez em quando, um 'puta merda' é libertador e os outros palavrões então prefiro nem comentar.

Preciso bagunçar você, a sua vida, sua casa e o seu modo de ver as coisas. Há quem diga que o amor é libertador e é exatamente isso que eu desejo a você, que o meu amor te liberte de alguns rótulos, que a minha bagunça seja aceita nessa sua gaveta separada por cores, nesse seu cabelo sem nenhum fio fora do lugar e nessa sua mania de separar os DVDs por ordem alfabética.

Bagunçarei sua vida e a sua gaveta se você deixar, serei tão libertadora para sua vida, como um palavrão solto no meio de uma discussão, te ensinarei que nem sempre a meia precisa combinar com a gravata (e aqui para gente, isso é brega às vezes). Terei o meu espaço no seu armário, mas, acredite, eu ainda vou roubar um pedaço do seu.

Não enlouqueça se me ver andar pela casa com a sua camiseta, talvez tenha sido a primeira roupa que encontrei ao levantar. Suas coisas são tão organizadinhas e com certeza foi mais fácil achar uma roupa no seu lado, do que no meu.

Permita-me ser eu, louca, bagunceira e que, por algumas vezes, solta um palavrão, eu juro que permitirei que você seja chato e entenderei quando você não quiser que eu bagunce seu cabelo. Mas de vez em quando, permita-me bagunçar a sua vida, te descabelar e te tirar dos eixos.

Deixa-me bagunçar você por amor e nada além disso!

ANDRESSA LEAL.
Andressa, desde 1986. Mauá - SP, uma mulher cheia de mistérios e repleta de poesias, encontrei nos textos e poesias minha fuga, meu refugio, meu mundo, algo só meu que compartilho com você. Aqui serei simplesmente eu, textos que nem na pagina do facebook eu posto aqui irei postar. Um dia sem poesia para mim é um dia em vão!

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Ontem acordei mais cedo que o costume e quis logo te fazer um carinho e dar aquele longo beijo, mas lembrei que você não estava. Só vi o travesseiro que usei durante a noite para sentir o teu cheiro.
Levantei ainda meio tonta, com aquela preguiça boa que é só minha, o cabelo bagunçado, a voz embargada. Entrei no banheiro e fiquei brincando com o creme dental, que tortura – confesso que te quis ali do meu lado ocupando todo o espaço. Criei coragem, tomei um banho frio – aprendi com você, lembra?

Não tive a sua toalha pra me secar. Usei a minha, que não fazia o mesmo efeito. Vesti aquela calcinha preta que você tanto gosta e fiz o mesmo caminho que você faz pelo meu corpo, senti ondas de calor me aquecendo, era a lembrança viva e quente dos nossos beijos. Pensei em tomar outro banho pra dissipar o calor, mas, pensando bem, eu estava gostando de sentir aquela energia. Um ventinho quente rodando perto do meu pescoço... Se era alucinação eu não sei, mas juro que senti seus dedos passeando na minha bunda. Arrepios fortes tomaram conta de mim, tive certeza que, naquele momento, você também me desejava.

Coloquei um vestido, tomei um gole de café dormido para combinar com todas as lembranças. Acho que são incontáveis as vezes que dei repeat na música Divina Comédia Humana de Belchior, e sempre lembrando de “quando você entrou em mim como um sol num quintal”. Olhava o celular à espera das suas mensagens carregadas de amor, desejo e paixão, e recebê-las me fez ganhar o dia. Foi delicioso ficar horas e horas rindo de fotos antigas, falando das vontades ardentes e das coisas do coração.

Estou aqui contando os dias pra te ter de volta com mais intensidade, com meu amor mais forte a cada dia. Você é o meu raio de sol, a luz para o meu coração. Sou toda moradia para os teus sentimentos. Vem e divide comigo o teu café, o Nescau e o requeijão...

Traz o violão – o teu desejo. Estou aqui pronta para ouvir as mais belas canções e melodias que só você sabe tocar. Traz também o teu fogo, viva aceso em mim! Aproveita e junta a tua vida na minha.

Você é ponte, a ponte da minha alma.


KAL LIMA.
Poetisa, uma baiana com a alma no mundo e os pés em um rincão incrustado no Sertão. Sou uma garota-mulher apaixonada pelos encantos que o amor traz. Falo muito, sinto muito, nas palavras encontro o meu cais, é o meu jeito de transbordar.


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joany-talon


De cabeça quente e um turbilhão de sentimentos no peito, precisei me convencer de que, às vezes , deixamos de caber em alguns espaços, diminuímos ou crescemos. Talvez o espaço tenha sido reduzido e isso, de algum jeito, faz com que a gente se incomode, o local que estávamos acostumados deixa de ser do nosso formato, entende?

Não há mal nenhum nisso, desde que haja sinceridade da nossa parte e mais ainda de quem nos abrigou. Não faz sentido vestir uma roupa, calçar um sapato ou dormir numa cama que não dão mais na gente. A gente precisa caber no tamanho certo, sem precisar cortar pontas ou pedaços, nos podar, nos encolher ou atrofiar, devemos nos manter inteiros sempre!

Claro que apesar de não ser errado, é super difícil enxergar isso. A gente se acostuma fácil com pessoas, jeitos e gostos, com manias, hábitos e cheiros. Sair desse lugar mexe com nosso apego, com a nossa memória e apresenta muitos medos. Sensações que já tínhamos esquecido que habitavam em nós.

Custe caro ou não, o melhor é sair de onde não combina mais. Desprender do número diferente e buscar o habitat certo. É essencial ter certeza de que a gente ali, naquele espaço, não está nem estreito e nem frouxo, que não incomodamos em nada, que usamos o mesmo fermento pra aumentar a massa e andamos juntos na mesma direção! Nunca é tarde demais, porque não dá pra viver com calos, com o desconforto de uma calça apertada ou com entalos na goela.

Todo mundo merece ser feliz e não vai ser num lugar que não é nosso que isso vai acontecer.

JOANY TALON.
Pra quem acredita em horóscopo é Canceriana, nascida em Araruama no dia 15 de julho de 1986, assistente social pela Universidade Federal Fluminense, e agraciada por Deus pelo dom de transformar em palavras tudo que sente, autora dos livros “Cotidiano & Seus Clichês” e “Intrínseco” e co-autora no livro “Pequenices Diárias”

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Quisera eu que essa aqui fosse uma dessas cartas de despedida, porém ela é mais uma de minhas declarações piegas feitas à mão para você. Você que hoje não faz parte de meus dias e tão pouco tenho contato, mas ao reler cada linha tenho a plena certeza do quanto foi real e que, independentemente de dia, local e hora, aquele velho clichê do "para sempre", se fez eterno em nós. Em um novembro qualquer, em uma dessas sexta-feira de um certo ano de 2000 e pouco pra trás, lhe escrevi mais ou menos assim:

• • •

Não temos o poder de saber como será o amanhã, tão pouco quanto tempo nos resta para estar ao lado de quem realmente queremos estar. Exatamente há dois ano atrás, neste mesmo mês, eu conheci um garoto marrento e extraordinário ao mesmo tempo. Possuía uma simplicidade imparcial e de uma parceria única — você.

E hoje senti vontade de te lembrar, caso tenhas se esquecido, o quanto tu és essencial em minha vida. Não é seu cabelo perfeitamente cortado, ou o seu sorriso bobo, e tão pouco é aquele abraço desajeitado que deixa tudo mais leve... O que me faz te desejar ao meu lado é algo que a razão jamais irá explicar. Não é a pele, tão pouco a química, nem o que já vivemos, é mais do que um clichê do "quero, porque me faz bem".

Porra! Faz mais que bem, e você sabe. Você é a companhia pra um bom porre, ou pra me levar para casa. Você se faz presente em meus dias de alegria sem motivos, e também está lá para os que estou extremamente chata, seja por horas a fios só para conversar, ou sendo meu melhor programa para um domingo preguiçoso no chão da sua sala. Você sempre foi a parte racional dessa relação que, há quase dois anos, ainda não soubemos como definir. Meu melhor amigo, o cara que me pira e também que fica ao meu lado até o sol nascer.

Você foi a pessoa que eu sempre tive a plena certeza de poder olhar e sentir que veio para ficar, e que jamais seria só saudades. Sim, saudades eu sinto, mas podemos matar. Não quero conjugar você no verbo do passado, te quero aqui no presente lado a lado, quero aquele olhar firme e o abraço gostoso sempre que nos reencontrarmos. Quero poder te ajudar, te ouvir e sempre estar ali por ti, como todas as vezes que gritei você esteve lá por mim, mesmo que você seja completamente fechado e não goste de dividir, não tem problemas, eu tenho colo, e prometo não ter pressa para ir.

Eu nunca cansarei de dizer o quão sortuda eu sou pelo dia que nossos caminhos se cruzaram. Você é cheio de manias e regras, não gosta de maracujá, é viciado em música, é de poucos amigos, mas valoriza cada um dos seus. Sei que o seu sorriso vem sempre com a satisfação, e também tem mais de um sorriso, e sei exatamente qual é o que dedicas para mim.

Quando você passa mão no rosto e esfrega o cabelo? Dá licença que o sono dele está chegando. Quando franze a testa e curvas se fazem entre seus olhos, e as sobrancelhas se sobrepõe, é o tédio dominando. E quando faz o sorriso de boca, de canto — meu preferido — o significado é deixa para outra hora, e em especial para aquele nosso lugar. É incrível as formas que seu rosto faz, o melhor é seu jeito sem jeito de nunca saber receber elogios. Te quero por perto simplesmente pela paciência que você tem comigo, sobretudo em ouvir meus dramas, acompanhar minhas histórias, conhecer meus medos. E estar ali lado a lado.

Você é aquele que aceita meu jeito desconcertado e que dá risada sempre por eu demorar para entender o que você tem a dizer. É a pessoa mais implicante e a que eu mais desejo ter. Não entende das minhas nerdices, mas e daí? Eu também não faço a menor ideia do que sua física é capaz de construir. Meus sentimentos não estão no que você é, mas em quem você é, na segurança de nossa cumplicidade, no medo que tenho de perder isso. Está, especialmente, na pessoa que você me permite ser quando estamos juntos, sem máscaras, sem frescuras, sem limites. Gosto de você pela sua essência e jamais será pelo que os outros dizem e tão pouco como os outros te veem.

Você consegue ser a melhor pessoa do mundo e a mais chata também. Já tive uma lista infindável de motivos para ir embora, mas antes mesmo de cruzar a porta, sempre joguei tudo e pedi se poderia ficar. E quantas vezes eu já fiz isso, não é? Incontáveis vezes eu diria. E você sempre me esperava voltar. De alguma forma o destino nos apresentou e hoje eu gostaria que soubesse que eu tenho orgulho do que já construímos juntos. E o mais bonito foram todas as vezes que era para dar errado, e no fundo eu só pedia a Deus o quanto queria que desse certo

E essa é a única certeza que tenho na vida: sempre vou querer você ao meu lado.

• • •

Ao ler essas linhas me deparo com uma mulher completamente diferente de alguns anos atrás. Quem me observa ao passar na rua, com meu jeans todo desbotado, meu cabelo colorido com fones de ouvidos e um all-star azul, não faz ideia de quantas marcas eu trago em minha pele e tampouco o peso que tem em meu coração. É fácil poder julgar o que o outro te mostra, porém são pouquíssimos os que realmente reparam em nossas tristezas embutidas num sorriso amarelo. A cada nova notificação sinto que uma parte de mim se desintegra. É patético ainda querer tanto uma pessoa, a qual eu nem sei se ainda se recorda do meu nome. Você sempre se manteve estagnado na demanda de não ser de ninguém, e hoje se entrega ao velho clichê das histórias em quadrinhos.

Eu sei que reviver o passado é se mutilar continuamente, mas essa será a última vez — e assim eu espero que seja, não como todas as outras promessas que eu já quebrei em vão. Estou lendo, mais uma vez, todas as conversas que eu já deveria ter apagado, estou revendo fotos e ao olhar para o que minha vida se transformou depois da sua, vejo o quanto você levou de mim naquele último beijo. Levou todas as certezas, me transformou nessa pessoa desacreditada e uma repleta bagunça. Ouvir conselhos e seguir em frente parece fácil, mas não é tão simples quanto na teoria. Reler essa carta e ver o resquício de uma linda história, a qual tivemos a oportunidade de compartilhar, me faz afortunada, porque eu pude amar. Hoje olho, não com saudades, talvez um pouco de melancolia por ter acabado, porém feliz também por ter acabado. Não nos pertencíamos como eu acreditei que poderíamos ser. E merecemos mais. Eu mais de mim e você muito mais de você.

Alguns finais vêm para dar a ênfase em um novo recomeço. Hoje essa carta, que foi escrita no passado, me mostra que, na realidade, você não faz mais parte da minha rotina nada organizada, mas será sempre um capítulo de minha história, e nossos erros eu não irei mais depositar em uma outra pessoa. Hoje eu te deixo ir e, finalmente, sei que estou pronta para um novo final feliz.



RÊ VIEIRA
Sul-mato-grossense, escorpiana, bacharel em Direito, mas viciada nas palavras, brinca de ser poeta e é rockeira de coração. Ela é uma mistura de intensidade com a voracidade de viver, é apaixonada por livros, pessoas legais, música e é louca por vinhos.

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Não é a melhor forma de começar um texto, mas eu vou te contar um segredo: Em algum momento, não importa qual seja, você vai se apaixonar por ela. Não, não tem a ver com sexo, se você é menino, menina, homem, mulher ou se prefere loiras, morenas ou ruivas.. Tem a ver com energia. E a vibe dela é apaixonante, sem dúvidas!

Ela vai te encantar de um jeito todo especial e vai te deixar bobo. No meu caso não foi tão difícil, até porquê, já fui nomeado o tio do pavê das gerações futuras. Inclusive, com essas minhas piadinhas infames e trocadilhos dignos de roteiro da praça é nossa, eu sigo arrancando alguns sorrisos dela, quase que diariamente.

Antes mesmo de perceber, você vai estar dando replay no sorriso dela, mais do que na música chiclete que te mandaram pelo WhatsApp e você não consegue deixar de ouvir. A única diferença é que dela você não vai enjoar.

Ela é a que agita os rolês, que fica louca de champanhe e bota Los Hermanos pra tocar. Até quem tem aversão aos barbudinhos melancólicos se rende e canta o refrão de Ana Júlia com ela.

A pele, geralmente sempre bronzeada, te convida a olhar com atenção cada detalhe do corpo daquela caiçara, que tem o mar como quintal de casa. Desde a marquinha do biquíni, até as pintinhas que salteiam por todo o colo dela e se perdem sabe-se lá pra onde.

Se isso tudo não foi suficiente, é só observar as linhas e entrelinhas. As palavras ditas, escritas e colocadas cuidadosamente pra que sejam encontradas. Se a ilha é da magia, ela sem dúvidas é a feiticeira dona da porra toda, que coloca um pouquinho de esperança em cada palavra e a torna lúdica.

Ela é uma apaixonada declarada por dentes-de-leão. Em cada dente ela coloca um sonho, deixando o vento levá-los aos céus. Ela sorri e assopra e, a cada dente-de-leão, os sonhos se renovam.

DIEGO HENRIQUE.
Prazer, Diego Henrique, 24 anos, Paulista e solteiro. Um aquariano na casa dos vinte, que brinca com as palavras e coloca os sentimentos na ponta dos dedos.

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"Acho que estou amando outra vez. Mas, será mesmo que isso é amor?" Essa, e outras perguntas, rondavam os pensamentos de Alice desde a hora que acordava até o último pensamento antes de pegar no sono.

Logo ela, apelidada de coração de gelo, sentia o coração derreter pelo moço de sorriso fácil. Respondia cada mensagem dele com um sorrisão brilhante, como se ele pudesse ver através da tela, mas Alice sempre acreditou que era possível transparecer a felicidade através das palavras.

A cada elogio que recebia dele, sentia o coração se derreter mais um pouco. Ainda achava tudo isso inacreditável, mas assim como a Alice das histórias, essa Alice da vida real acreditava em tudo. Principalmente no amor.

"Amar é uma palavra muito forte, mas acho que estou gostando. Gostando muito." Essa foi a conclusão dela depois da última conversa.

Já faz algum tempo que ela havia desistido de encontrar alguém, não queria mais sair, não queria conhecer ninguém. E aí vem a vida e joga esse moço da forma mais inesperada. Até hoje ela tenta se lembrar do momento exato que ele entrou em sua rotina, mas só consegue se recordar dele puxando papo sobre qualquer coisa aleatória. Ela sentiu algo diferente se remexer dentro dela desde então.

Não sabia se eram as borboletas de seu jardim interior aparecendo, se era uma ansiedade por saber onde isso ia dar, ou se era um pouco de tudo. Mas ela sabia que algo estava diferente. E, com os dias, foi começando a gostar dessa sensação. Quando viu já estava se jogando sem saber o que lhe esperava.

"Eu já cai tanto e tão feio que mais um risco de queda não me assusta." Disse Alice para si mesma no momento em que tirava os pés do chão.

Mal sabia ela que esse moço já estava a esperando em algum lugar desse caminho pra alçar voo junto com ela. E dividir assim o que quer que a vida lhes desse.

De preferência, o amor.


MARINA COUTO.
21 anos, estudante de Letras, forrozeira e apaixonada por palavras. Escrevo pra me sentir livre, não tenho destinatário certo, acho que assim fico mais desapegada e escrevo Com a alma. Gosto de escrever para as outras pessoas saberem que não estão sozinhas. Quem vai ser meu interlocutor? Quem ler decidirá se aceita ser ou não. Se você se identificar, é um novo interlocutor, escreverei pensando que não estou só. Escreverei pra nós

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rogerio-oliveira

Eu não sei onde você quer chegar com esse seu chove não molha, mas, para ser bem sincera, eu me cansei. E não adianta fazer os seus joguinhos, tentando me convencer de que se eu for não serei feliz com mais ninguém, porque eu já estou vacinada e sei perfeitamente de que, com você, se eu ficar não terá futuro algum.

Antes eu até relevava. Quantas e quantas vezes tentei me convencer de que você mudaria? Que uma hora ou outra você se cansaria de insistir nas outras e perceberia que só eu tinha o que você precisava.
Por vezes me peguei chorando no chuveiro, pedindo para que Deus tocasse o seu coração e que Ele te fizesse me enxergar da forma que eu merecia.

Por vezes disse que não te procuraria mais. Que te excluiria da minha vida e te trataria da mesma forma que você vinha me tratando. Tentativa falha algumas vezes, e só de pensar que cai nas suas conversas meia boca onde parecia que tudo iria se ajeitar, me dá ânsia.

Claro que para mim não estava nada bem quando você insistia em sair com seus amigos e eles desconheciam a minha existência. Claro que eu me sentia incomodada quando perguntavam de mim para você e você logo desconversava dizendo que eu era apenas uma conhecida.

Dói ser tratada como segunda escolha. Ainda dói lembrar que você só me procurava quando a carência aflorava. Dói saber que fui seu passatempo e que só me procurou quando as outras te viraram as costas.

Deixei de correr atrás de quem nunca me pertenceu. E por mais que ainda doa, melhor sozinha do que vivendo pelas beiradas de um amor que só eu sustento. Cansei de viver pra você e ir aos seus encontros no meio da madrugada. Cansei de ser estepe, de massagear o seu ego, de tapar buracos de um vazio que você mesmo cria dentro de si.

Cansa ser disponível e perante os outros fazer papel de palhaça. Aprendi a me valorizar e a cuidar mais de mim. Podia ter me cozinhado menos em banho-Maria, e ter sido sincero a ponto de dizer que você não foi feito para se prender a ninguém.

Eu tenho minha parcela de culpa em permitir tudo isso. Em dar corda para os seus caprichos e acabar, por fim, quase me enforcando nela. Sei que não está acostumado a levar "Nãos", e que sempre achou que eu não me libertaria dessa migalha que você, há tempos, me oferece.

Sei que você achou que me tinha em suas mãos — e tinha mesmo. Mas chega uma hora que a gente cansa de fazer papel de trouxa e acorda para a vida. A gente arruma as malas e sai a francesa sem olhar para trás.

Demorei um tempo para entender o verdadeiro significado de "gostar de alguém". Te agradeço por todas as frustrações vividas até aqui e por me fazer entender que contigo não era amor, era comodismo, paixão, fantasia, ilusão... Era tudo, menos amor de verdade. Amor não machuca, não maltrata, não esconde do mundo, não priva o outro de ser feliz por inteiro, não diminui, não poda os sonhos, não menospreza, não causa medo. Amor como o seu? Deus me livre de novo!

Viver em cima do muro não dá!. Não serve para mim. Viver sendo metade de alguém é pouco demais para uma pessoa inteira e decidida como eu. Fica bem, porque depois de você, eu vou me cuidar em dobro, e me amar o triplo.



ROGÉRIO OLIVEIRA.
Escritor, publicitário, boêmio, amante da fotografia e da vida. Perceptivo e leitor de sentimentos alheios.

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