Tomei Paris pra mim há tempos.
Desde quando descobri suas paisagens, histórias à beira do Rio Senna, desde que
descobri sua fortaleza poética. Henry Miller, Anais Nin, Baudelaire e tantos
outros. Em Paris, respira-se uma poesia perfumada, viva mil vezes. Eu nunca
soube entender bem. Talvez seja porque é preciso estar lá, respirar por lá. E
ainda assim, talvez eu só possa SENTIR.
Não me recordo do ponto alto da
minha paixão, já que quando se fala em Paris, essa chama é permanente. Já me
rendeu textos, romances, cenários, tudo construído no que os olhos me trazem,
no imaginário mesmo. Qualquer dia, acordo lá.
Anoiteço, adormeço, amanheço e vou degustar macarons. Alugo um apê daqueles
antigos, com janelas bem grandes e vista para a arte, monumentos, paisagens
emocionais.
Não quero essa Paris luxuosa que
encanta a muitos, para minha humilde inspiração de escritora já bastam os
cafés, as livrarias, as feiras livres e as confeitarias coloridas. As histórias
de amor impregnadas nas paredes, nos silêncios e até nas músicas. Paris não me decepciona, nem em tempos de
terrorismo. A gente baixa os olhos e pede: Deus proteja a poesia, proteja as
pessoas. A Cidade Luz não é só mais um
lugar e eu, que não sou a única apaixonada por ela, tenho certeza.
A viagem está nos planos, nas
planilhas, na luta acirrada para sustento e lazer na mesma medida. O que me
recompõe da frustração de não estar lá é saber que quando eu estiver sempre
terei estado, entendem? Aquela velha afirmação de que o
pensamento nos muda de lugar.
Você duvida?
Sim, eu vou levar tudo e todos
comigo: cachorro, marido, filho, moleskines. Vou concretizar abstratos. Essa
coisa de sonho realizado, de cheguei onde queria de “Consegui!”. Eu espero
viver lá. Um tempo, uns tempos, alguns meses que sejam. Enquanto não, pego carona nos
muitos filmes que a ilustram, que a traduzem. Nos documentários, nos que a viajam, nos que a
deixam por aqui.
Aos amigos, a promessa: enviarei
postais, cartas em papéis locais, guardanapos de restaurantes e envelopes
personalizados. A família: voltarei periodicamente e levarei um comigo para um
tour regado à poesia, para um passeio de trem, sem dúvida. Aquele trem dos
bancos marrons, dos diálogos encharcados de personagens problemáticos, aquele
trem dos trilhos tortos, janelas límpidas.
Eu estarei lá. E pintarei a Paris
que quiser.
Sou suspeita em falar, até porque meu blog pessoal leva o nome dessa cidade espetacular... só te digo uma única coisa: é maldade aguçar mais as vontades de quem ainda não conheceu Paris! ♥
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